Sem investimento produtivo vamos continuar a ter uma economia baseada no Turismo e em sectores de baixa proodutividade e baixos salários.
Interessa recordar mais uma vez que os 25 185 milhões de fundos europeus atribuídos a Portugal pela UE no quadro plurianual 2014/2020 – o chamado “Portugal 2020” – não resolveram os graves problemas de falta de investimento de que o país necessitava para se modernizar”, diz o economista, referindo ainda que “o crescimento económico nos últimos anos baseou-se em pouco investimento mas mais trabalhadores, mas com menos produtividade, e em baixos salários de setores de baixa tecnologia como é o turismo. A continuar isto, não sairemos do círculo vicioso de atraso em que o país tem vivido. E não serão megaprojetos como o hidrogénio verde e o TGV , etc., que agora estão na moda, à semelhança da febre de autoestradas e estádios de futebol no passado, que farão sair o país do estado de atraso em que se encontra”,
Este cenário dos professores mostra bem que a situação do país é bem pior do que nos querem fazer crer. Por mais argumentos políticos que nos ofereçam o que está realmente em causa é a falta de dinheiro.
A dívida não parou de aumentar desde que Portugal entrou para a UE devido ao défice sistemático; ultrapassou o PIB em 2011 – ano da bancarrota iminente – e nunca mais baixou, estando hoje 25% acima do PIB.
Há, porém, algo de tão grave e revelador como a dívida, porque estrutural e condicionante do futuro a longo prazo. É a produtividade do trabalho em baixa há cinco anos seguidos. Segundo o Banco de Portugal, “Portugal tem divergido face à área do euro” devido ao crescimento do emprego de baixo valor acrescentado. O aumento do turismo e da construção civil são bem-vindos mas sempre foram actividades de baixa produtividade. A escolarização e a formação profissional, assim como a saúde – em crise sem equivalente desde a criação do SNS – são os factores que definem o chamado «índice de desenvolvimento humano».
Então a produtividade não ia aumentar ? O "exijo" dos sindicatos . O "quero" do BE . Os "direitos" do PCP.
“Isto pode ser feito de uma semana para a outra, basta um despacho”, afirma Emanuel Boieiro, do SE. A solução tem um preço: um acréscimo remuneratório de 37% (cerca de 445 euros a mais por mês). “Queremos evitar o colapso que vai acontecer” se nada for feito, justifica o dirigente sindical, notando que esta "seria uma medida rápida e temporária”. Pelas contas do SE, bastaria contratar 700 novos enfermeiros e pôr cinco mil em horário acrescido.
O salário mínimo é aquele abaixo do qual nenhum trabalhador está disposto a trabalhar e acima do qual nenhum empregador está disposto a empregar.
Também pode resultar da oferta e da procura no mercado de trabalho, da competitividade, da produtividade e de todos os factores que concorrem para o preço final.
O que o salário mínimo não é de certeza é um acto de caridade, de boas intenções ou de gritos ideológicos tipo : Salário mínimo para todos ! Nem é o resultado de uma guerra entre dois partidos que querem tirar benefício sobre a paternidade do conceito e da sua implementação.
Uma coisa é certa. Enquanto o Estado carregar as empresas com os mais variados e elevados impostos, não há salário mínimo decente, porque uma boa parte dele entra nos cofres de Estado como receita orçamental.
O país na situação que está só pode elevar significativamente o salário mínimo se esse aumento for suportado pelas empresas e pelo Estado.
Portugal enfrenta um sério problema de crescimento, essencial para assegurar a sustentabilidade da nossa dívida e também para criar postos de trabalho mais qualificados e mais bem pagos.
Só empresas de maior dimensão, com melhor produtividade, poderão pagar salários mais atraentes.
Uma análise do VAB/ trabalhador decomposta por classes de dimensão demonstra que as micro empresas e as pequenas têm produtividades inferiores aos custos de um salário mínimo e que as produtividades do trabalho são o dobro nas empresas de maior dimensão.
É uma situação preocupante pois 50% dos trabalhadores estão precisamente nessas empresas mais pequenas.
É bom para ambas as partes da relação de trabalho que a dimensão média das empresas aumente, o que não tem acontecido.
Trabalhar quatro dias por semana é uma proposta que está ser estudada . Uma forma inteligente de melhorar a produtividade .Pessoas menos cansadas, menos stressadas produzem mais e ajuda a combater o desemprego. Por agora o que temos é gente a trabalhar horas a mais e gente desempregada. Todos infelizes .
- O conceito de trabalho “comprimido” tem vindo a ganhar peso e adeptos
- A semana de trabalho de 5 dias, adoptada nos finais do século XIX e inícios do século XX, está, para muitos, desactualizada
- Quanto menos tempo há para trabalhar, menos tempo existe para se perder tempo
- O problema do mundo laboral consiste no número de pessoas que trabalham demasiado face aos que não têm trabalho algum
- Mais tempo livre poderia diminuir o desemprego e ajudar ao desenvolvimento de uma Europa mais sustentável
- Para atingir – e usufruir – de um fim-de-semana prolongado [enquanto prática normal], precisaríamos de reimaginar a sociedade mediante formas que subvertem completamente a ética do trabalho
- A matemática é simples: trabalhar oito horas por dia numa semana de cinco dias é o equivalente a fazer jornadas diárias de 10 horas em quatro dias da semana
- Quando os trabalhadores não são tão produtivos quanto poderiam ser, é geralmente a organização que deve carregar o ónus da culpa
- Em média, são necessários 15 minutos para se “regressar” a um projecto importante depois de uma interrupção por email
- Em organizações em que a contratação não acompanha o crescimento, acabam por ser os mais “cumpridores” e talentosos as maiores vítimas do excesso de trabalho
A Europa mais uma vez está na liderança das formas de trabalho do futuro . Maior produtividade, gente mais satisfeita e com mais tempo para o lazer, mais gente empregada .
Não se pode mudar de povo mas pode-se mudar a organização do trabalho
Nos últimos cinco anos as exportações cresceram 33%, graças às empresas que inovaram, encontraram um estado facilitador que reduziu os custos de contexto e ajudou as empresas a baixar custos e a melhorar a produtividade. Uma politica que reforçou o sector económico dos bens transaccionáveis em detrimento do sector dos bens não transaccionáveis.
O actual governo está a fazer exactamente o contrário. Reforça a administração pública à custa de aumento dos impostos, reduz as horas de trabalho e afasta o investimento externo. As taxas de juro da dívida já se mexeram para cima ( e a inércia é o que mais custa ) e a credibilidade do país com as reviravoltas do orçamento bateu no fundo.
As exportações portuguesas subiram 33% nos últimos cinco anos, tendo as importações crescido 25% no mesmo período, o que permitiu que a taxa de cobertura – que mede a percentagem das importações pode ser "comprada" com o que o país vende ao mundo - melhorasse significativamente, passando de 63,5% para 82,9% entre 2010 e 2015, revelam dados sobre o comércio internacional divulgados nesta quarta-feira, 10 de Fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística.
É preciso andar muito para trás para encontrar uma situação semelhante nas contas externas do país, mas Costa diz que vai aumentar o crescimento da economia com o aumento do consumo interno. Da última vez que se seguiu essa politica ( Olé, Sócrates) fomos à bancarrota.
A via do consumo interno levou-nos quase à bancarrota . Mas o verdadeiro problema da nossa economia é a produtividade . Dá trabalho e precisa de tempo mas é esse o caminho.
A este propósito, Daniel Bessa em artigo recentemente publicado no semanário Expresso, tratou esta questão de forma bastante assertiva. Considerou que o aumento de salários é uma boa intenção, mas é algo que depende da produtividade e, quando se olha para ela, constata-se que “em Portugal é 31% da verificada na Alemanha, sendo a espanhola um pouco mais do dobro e a italiana cerca de duas vezes e meia maior”. “Perante uma situação como esta, a razão e o bom senso aconselham a que se comece por subir a produtividade”, defende Daniel Bessa.
A produtividade, a par da inovação, da gestão de marcas e do ‘design’, continua a ser um dos principais ‘calcanhares de Aquiles’ da economia portuguesa. Até agora – mesmo depois da intervenção da ‘troika’ e da descida dos custos do trabalho – o problema não tem tido solução à vista. É uma questão naturalmente complexa que necessita de uma estreita colaboração entre todos os agentes económicos, desde empresas a sindicatos, passando pelo governo e instituições universitárias e que deve ser debatida sem preconceitos nem ideias feitas tendo como ‘balizas’ os nossos parceiros europeus .
Muito longe do que se passa em Portugal e com a actual solução governativa não é possível. Quanto tempo se aguenta Mário Centeno ?
Os parceiros sociais chegaram a acordo excluindo, evidentemente, a CGTP. Que, como sempre faz, se auto excluiu. Vinte euros por mês é um aumento muito razoável que muitas empresas vão ter dificuldade em acomodar. Ora não vale a pena andar a oferecer mundos e fundos para depois as empresas deixarem de pagar salários, mandar trabalhadores para o desemprego ou não oferecerem mais emprego. No futuro os salários devem estar ligados à produtividade e não dependerem da boa vontade dos governos nem das reivindicações dos sindicatos. Os salários, na pública e na privada, têm que acompanhar os ganhos de produtividade.
Também a TSU , para os empregadores, vai descer 0,75%, embora não seja ainda claro se esta redução se limita apenas aos salários agora aumentados.Temos assim que o estado, via Segurança Social, também comparticipa no aumento. Este argumento já serviu para fazer ruído, mas o melhor mesmo é perguntar aos trabalhadores que beneficiam do aumento. Cerca de 350 000 trabalhadores passam a ter mais vinte euros no bolso a partir de 1 de Outubro. Todos na privada porque na pública o salário mínimo já é superior ( 600 ou 700 euros não tenho a certeza).