A fraude terá sido no sorteio de 2014 que atribuiu o processo Marquês ao juiz Carlos Alexandre . No limite o processo volta ao inicio e todas as provas recolhidas serão invalidadas.
Isto só pode ser coincidência. Sai a PGR , o juiz Carlos Alexandre leva com um processo porque em entrevista considera que o sorteio de 2018 pode ter sido fraudulento ( deu a titularidade ao juiz Ivo Rosa ) e, hoje, já apareceu na imprensa a notícia que a fraude remonta a 2014.
Sabemos todos quem é arguido no processo e também sabemos quem é que andou perto ou mesmo dentro dos processos de decisão naquela época. Estão hoje todos os quase todos no poder.
Tudo mudou logo que Passos Coelho nomeou para Procuradora Geral da República Joana Marques Vidal . Deixou de haver intocáveis e o Minstério Público passou a ter tempo para fazer perguntas aos poderosos.
E foram apeados o ex-PGR, o Presidente do Supremo, a directora do CIAP e o director europeu que fazia a ligação entre a justiça europeia e a portuguesa. Deixou de haver destruição de escutas e amputação de processos.
No outro dia dizia uma conhecida jornalista," vou ao Processo da Casa Pia e não há falta de páginas que tenham sido rasgadas mas vou a outros processos e estão incompletos". O que é isto ?
E até houve a coincidência de um almoço na véspera da prisão de um ex-primeiro-ministro com um ex-PGR.
O que está em investigação é o mais importante processo da justiça portuguesa, é o coração político, económico e financeiro . O estado, a mais importante empresa e o maior banco privado.
Agora seguir-se-á o julgamento e manter-se-á a presunção de inocência, o normal num estado de direito. Até lá vamo-nos entretendo a ler as 4 mil páginas do despacho da acusação, num processo que deve muito a Joana Marques Vidal só pelo facto de ter chegado à fase da acusação.