A história seguinte é ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Era uma vez um ministro das finanças que encontrou um país em trajectória de crescimento e aproveitou para fazer alguns brilharetes. Tornou-se popular, mas sabia que um dia os ventos poderiam mudar. Por sorte, o cargo que ele sempre quis, governador do Banco de Portugal, ficava vago em meados de 2020, mesmo a tempo de evitar uma possível crise. Ficou combinado então que sairia por essa altura para Governador do Banco de Portugal, com uma boa imagem pública, dando lugar a um sucessor escolhido e ansioso pela sua possibilidade de brilhar.
Meses antes do culminar deste plano, um evento inesperado atira um país para uma crise económica profunda. Se saísse, o Ministro das Finanças ficaria com a imagem manchada do cobarde que sai em tempos difíceis. Por outro lado, se perdesse a oportunidade de se tornar governador do Banco de Portugal agora, provavelmente nunca mais a teria. Ao mesmo tempo, o sucessor que tinha esperado por aquela posição, não aguentava o nervosismo. O drama, o horror, a tragédia,... Era preciso arranjar uma desculpa qualquer.
O Ministro das Finanças tinha que sair sem que os portugueses sentissem muita pena, sem o culparem demasiado a ele nem ao governo. Começaram a pensar numa saída....O que é que os portugueses não gostam mesmo nada? Dar dinheiro a bancos. Foi aí que surgiu uma luzinha. Estava para breve uma nova injecção na banca planeada há muito tempo. Chamaram os dois parceiros da coligação-sombra (chamemos-lhe C e R) para combinarem o golpe de teatro. No dia a seguir à injecção, C perguntaria pelo dinheiro injectado, algo que o primeiro-ministro rejeitaria ter existido, voltando atrás no dia seguinte, deixando no ar ter sido enganado pelo Ministro das Finanças. A C queria continuar a cultivar a sua imagem anti-bancos e esta era uma boa oportunidade para o fazer. Para reforçar, no dia seguinte o R pediria a demissão do Ministro das Finanças. O R andava a ser acusado de não ser oposição e não há nada que dê mais a ideia de ser oposição do que exigir a demissão de um ministro.
Num golpe de génio, ganhavam todos. O Ministro das Finanças não sairia pela porta grande, mas também não sairia pela pequena (e, nesta altura, tudo o que ele queria era sair, nem que fosse pela janela). O primeiro-ministro não perderia popularidade pela saída do seu ministro mais popular. O seu sucessor tinha o prémio há muito prometido e pelo qual tinha trabalhado tanto. O R podia descansar mais uns meses à sombra de ter exigido uma demissão que veio a ocorrer. Ganhavam também os membros do clube de fãs de Niccolò Machiavelli que poderiam passar mais umas tardes a discutir como 5 séculos depois de morrer a sua genialidade continuava evidente.
Tal como o ano passado António Costa desapareceu. O país arde e o primeiro ministro foge. É uma cobardia política inaceitável.
Na Grécia o primeiro ministro apareceu no local da tragédia e assumiu a responsabilidade política . O ministro da administração do território demitiu-se. Por cá não só desapareceu o primeiro ministro como o ministro respectivo ao fim de três dias veio aplaudir a coragem das populações. E é claro tudo está a correr como seria de esperar.
O ano passado ardeu onde havia material combustível acumulado este ano arde onde há material combustível acumulado. Nenhum avanço na estratégia. Depois de começar a arder foge o governo e aparecem os bombeiros. Tudo como dantes.
O país devia exigir que António Costa voltasse, interrompesse as férias e assumisse a responsabilidade política. É que fugir com a desculpa que estava fora do país não colhe quando a tragédia está prometida e em plena repetição.
O PCP e o BE não tugem nem mugem. Grandes partidos ao lado do (seu) povo em sofrimento.
A paz social um dos objectivos do governo foi-se com as exigências dos sindicatos ( PCP e BE). Os patrões preparam-se para na Concertação Social manter uma negociação dura e sem cedências. Exigem a baixa de impostos das empresas se houver subida do salário mínimo e nunca para 600 euros.
PCP e BE pressentiram a fraqueza do primeiro ministro após as mortes e as confusões dos últimos cinco meses e, como bons comunistas, não perdoaram . O governo é fraco e está muito aquém porque é do PS . Embrulha e vai-te curar.
O orçamento para 2018 em discussão deu a estocada final. Professores, policias, militares fazem exigências que dão origem a despesa que não cabe no orçamento. Mas isso que tira o sono a Costa e a Centeno é o lugar para onde os extremistas de esquerda melhor dormem.
Com tudo isto temos um primeiro ministro acossado interna e externamente. E as sondagens de toda a esquerda mexeram para baixo já em dois meses seguidos .
O que aí vem é bem mais difícil e Costa e Centeno não têm mais nada para dar para este peditório. Mas também não me importo de dizer, se tudo isto foi só para salvar a pele a António Costa, não valeu a pena.
O alucinado sindicalista que manda no Ministério da Educação vem hoje convidar o primeiro ministro a informar o país que não são 600 milhões o exigido pelos professores. E continua a exigir que a reposição dos nove anos de congelamento entrem já em 2018.
Ora este argumento, a impossibilidade orçamental, era o único argumento válido e decente até agora exibido por António Costa. Afinal, pelo que diz o sindicalista é mais uma mentira .
Depois da fuga logo em pleno incêndio de Pedrógão, o passar de culpa em pleno incêndio em Outubro e da reprimenda do Presidente da República, da história trágico-cómica de Tancos que não teria existido, das mortes de doentes em lista de espera que seriam culpa do governo anterior e da historieta do Panteão que seria culpa do governo anterior, temos agora os sindicalistas a desmentir o primeiro ministro.
António Costa, aos primeiros desaires perdeu a cabeça, sempre que fala lembra o velho ditado " vai à lã e sai tosquiado". PCP e BE estão a ter o comportamento que todos esperavam, não param e sim, apontam o dedo ao actual governo que não tem como passar as culpas para os seus apoiantes.
Mas Mário Nogueira acredita que não vai ser assim. "Acredito que no Parlamento seja aprovada a consignação do princípio de recuperação". Mas com que votos? O sindicalista acredita que isso será possível com os "votos do PCP, Bloco de Esquerda, Verdes e CDS e depois de amanhã vamos reunir com o PSD".
Afinal o diabo apareceu. Percebem o medo ? Leiam com atenção o que diz o sindicalista no último parágrafo .
Pela mão do primeiro ministro espanhol voltam para cima da mesa as medidas que podem aprofundar e tornar coerente a Zona Euro. Não são novas mas são as que mais recorrentemente são discutidas.
Mariano Rajoy propõe a criação de ‘eurobonds’, títulos da dívida conjunta dos países do euro, que viriam reforçar a confiança na Zona Euro e eliminar os riscos de rutura da moeda única. Além disso, o Executivo espanhol acredita que é fundamental que seja criado um orçamento europeu e uma união bancária “digna desse nome”, bem como a criação de um Ministério das Finanças em comum para todos os países do Euro.
A situação é ainda mais urgente no que toca ao desemprego. Fortemente afetada com o dilema das elevadas taxas de desemprego, a Espanha quer criar um subsídio de desemprego comum e reformar o mecanismo de controlo das contas públicas, previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Embora algumas ideias não sejam completamente novas, o Executivo espanhol defende que iriam dar “um novo folgo” às políticas europeias da Zona Euro. Alemanha também já veio abrir a porta a um orçamento de transferências.
Não podemos é ter no governo quem anda dia sim dia não a exigir a saída do Euro.
Veto de gaveta feito pelo primeiro ministro mete António Costa ao barulho no caso CAIXA . O Primeiro Ministro sabia e o Ministro das Finanças também que estavam a preparar um fato feito à medida de António Domingues . Transformar um banco público num banco com gestão privada . E vencimentos correspondentes . E deveres aplicáveis que deixavam de o ser. Tudo às escondidas.
" Então a pergunta sacramental é esta: o que é que correu mal? O que correu mal foi toda esta "marosca" ter vindo a público, ter sido descoberta e revelada.
Tudo isto foi feito à socapa. Às escondidas. Para que ninguém soubesse de nada. O Ministro sabia que se viesse a público era um terramoto.
E até revelo hoje um facto novo que passou despercebido a toda a gente e que comprova toda esta vontade de esconder a "marosca". Este Decreto-Lei foi aprovado a 8 de Junho de 2016. Promulgado 13 dias depois, a 21 de Junho. Até aqui tudo normal. Mas só foi publicado em Diário da República no dia 28 de Julho. Mais de um mês depois. Quando o habitual é a publicação ocorrer 2, 3, 4, 5 dias após a promulgação.
O que significa o quê? O Governo atrasou deliberadamente a publicação e fez o "veto da gaveta" durante mais de um mês. Manipulou a data da publicação. Para quê? Para ser publicado em DR quando os deputados estavam a entrar de férias. Deste modo não se aperceberiam do DL e não podiam pedir a sua análise no Parlamento.
Tudo isto prova: acordo, reserva mental, falta de transparência e fuga ao escrutínio democrático. "
O problema é que quando estas coisas são feitas pelo PS ( e agora sabemos que PC e BE não se indignam ) logo há uma tentativa concertada para que tudo morra na praia. Até o Presidente da República fez de conta que não viu .
Taxas de juro não estão assim tão mal disse Marcelo : Foi até um pouco confrangedor ver o Presidente a desvalorizar o impacto para Portugal do fim do programa especial do BCE. Da mesma forma, foi patético ouvi-lo dizer que a (taxa de juro) da dívida portuguesa não subiu acima dos 4,1%, e que até desceu aos 3,85% (valor atual), como se isso fosse uma grande coisa. O ponto é que os juros de Espanha estão na casa do 1,54%. Este é o ponto. O ponto é que temos um Presidente da República que está fora do perímetro da realidade .
O governo passou de São Bento para Belém . O primeiro ministro é Marcelo . E Portugal é o país das maravilhas.
A dívida pública está demasiado alta? Se virmos em termos líquidos, melhorou. As taxas de juro da dívida a 10 anos subiram perigosamente acima dos 4%? Sim, mas depois baixaram. Foi uma vitória conseguir um défice de 2,3%? Sim, e certamente ficará ainda mais baixo. O modelo económico do governo está correcto? Os dados ainda não o contradisseram, esperemos pelos resultados fechados de 2016. Há riscos políticos dentro da “geringonça”? Sim, mas há também muitos consensos alcançados nas áreas-chave da governação. A TSU gerou uma crise política? Não, haverá certamente solução para breve. E a tensão política entre governo e oposição? Houve descrispação na sociedade e ter uma oposição forte é positivo para o país. Marcelo vive num país das maravilhas e, para ele, tudo está bem (ou, pelo menos, a melhorar) – é essa a mensagem que pretende passar. Mesmo que, na prática, a realidade seja muito menos colorida – a descrispação é uma ficção, a banca portuguesa está muito fragilizada, não há solução para quando a torneira do BCE fechar e a economia cresce muito abaixo do que crescia em 2015.
A actual primeira ministra era então ministra e defendia com vigor a permanência do Reino Unido na União Europeia. Razões políticas, económicas e de segurança eram então usadas pela actual PM que durante a campanha do Brexit foi duramente atacada por não intervir activamente na campanha do referendo.
Penso que ser parte de um bloco comercial de 500 milhões [de cidadãos] é significativo para nós. Penso que (…) uma das questões é que muita gente vai investir no Reino Unido porque pertence à União Europeia”, referia May há meio ano.
Há, definitivamente, coisas que podemos fazer enquanto membro da União Europeia que penso que nos mantêm mais seguros”, diz May, na gravação divulgada esta noite.
O que penso é que o Reino Unido precisa de liderar na Europa”, defendia May. Precisamos de garantir que estamos a tomar a liderança” no plano europeu, ao invés de assumirmos “uma posição recuada”.
Portugal deve juntar às razões apresentadas o facto de se ter tornado um país moderno com os fundos estruturais que recebeu da UE ; os fundos que continua a receber e que são a única origem de investimento na actual situação política ; que mantenha taxas de juro razoáveis sobre uma dívida monstruosa graças às compras de dívida do BCE .
A opção é entre pertencer à UE ou cairmos definitivamente no país pobre e desigual que nem sequer cria trabalho para os seus filhos que andam aos milhões "pelo mundo em pedaços repartidos"
Face à instabilidade da actual posição política que sustenta o governo e ao aumento das taxas de juro da dívida que já tocaram nos 4,5%, o actual ministro Irlandês e candidato nas próximas eleições a novo mandato diz que " não queremos ser como Portugal ".
A legislatura de Enda Kenny foi marcada pela intervenção da troika. Aliás há já vários olhares sobre Irlanda, tendo em conta o que aconteceu em Portugal, mas também em Espanha que, embora não tenha sido resgatada financeiramente, sofreu uma crise económica. E o desfecho nas eleições tanto em Portugal como em Espanha acabou por ser o mesmo. Os partidos no poder - em Portugal liderado pelo PSD e em Espanha pelo PP - venceram as eleições, mas sem maioria.
Irlanda é, por estes dias, por isso, foco de vários olhares, até dos investidores. "As eleições de 2015 no sul da Europa produziram surpresas significativas e uma situação política confusa", assumiu, anteriormente, Jens Peter Sorensen, analista do Danske Bank. "As eleições na Irlanda podem produzir um resultado semelhante", contribuindo para uma volatilidade "de curto prazo" nas obrigações do tesouro do país.