Até aqui ainda havia um horizonte. Reverter rendimentos, poucochinho, mas era alguma coisa. Agora não há nada. Esperar que a pandemia se vá e que o dinheiro de Bruxelas chegue, é quase nada.
E é assim que este Orçamento fica conhecido não pelo que lá está, mas pelo que não está lá. Pelo vazio total. Não há um caminho, um projeto, uma estratégia. Em 2016, o PS tinha uma ideia, a de devolução de rendimentos, para 2021 temos um deserto. Além das tentativas de tapar os enormes furos na economia com pastilha elástica, não sabemos o que quer para o país, como vamos crescer ou dar a volta à crise. Este OE parece colocar o país em stand by por mais uns meses até a crise de saúde passar ou chegarem os milhões da Europa. Podemos usar a incerteza da crise pandémica como desculpa. Podemos. E também podemos ficar sentados, fechar os olhos e fazer figas para que tudo se resolva. Podemos. Mas não deixa de ser muito poucochinho, o que multiplicado por zero continua sempre a ser zero.
Temos uma das maiores dívidas e somos dos países mais pobres é fundamental que o crescimento do PIB seja mais robusto. Assim não vamos lá e este governo está há 3 anos a cortar no investimento.
Nas previsões publicadas hoje do Banco de Portugal o crescimento da economia é revisto em baixa. O crescimento vai ser mais lento do que o inicialmente se previa. Isto apesar do Orçamento de 2016 anda não estar preparado. O que se exige do governo é que não estrague porque o papel que lhe está reservado é poucochinho . A recuperação será mais lenta.
Mais lenta a criação de emprego, o crescimento da economia e a evolução do défice. Tudo mais poucochinho.
A procura interna deverá apresentar uma recuperação gradual, compatível com a redução dos níveis de alavancagem das famílias e empresas", lê-se na nota distribuída à imprensa, na qual se classificam de "primordiais" reduções tanto na dívida pública como privada. Nesse sentido, "a prossecução no médio prazo de um saldo das contas públicas próximo do equilíbrio, em linha com as regras do quadro orçamental europeu, constitui um objectivo desejável para a economia portuguesa", escrevem os economistas da Almirante Reis.
No exercício de previsão é assumida uma estabilização do consumo público nos próximos anos, em linha com o que já esperava antes, uma vez que não foi considerada qualquer medida de política orçamental assumida pelo novo Governo, o que atribui ao exercício de um "grau de incerteza particularmente elevado", diz o banco central.
A raiva cega . O desespero mostra a têmpera ou a falta dela. A derrota destapa a alma. António Costa ameaça não viabilizar o Orçamento de 2016 se não ganhar as eleições. Ou eu ou o caos. Quer lá saber do país e das pessoas ? Quem não o conhecia passou a conhece-lo. É poucochinho, como já tinha mostrado com a facada nas costas que desferiu no seu camarada António José Seguro.
Tal como aquele cujo nome é proibido soletrar, é um animal feroz .Os que trabalharam com ele dizem que é irascível e prepotente . Com maus fígados. E inviabiliza orçamentos que ainda não conhece propostos por quem tem a legitimidade conferida pelo povo em eleições livres.
Um sintoma de radicalismo . A declaração de António Costa não é compreensível pelo eleitorado do centro, que pretende que os partidos conservem uma margem de manobra para chegarem a compromissos. Costa aconchega-se no colinho do PCP e do BE.
Encurralado entre a esquerda que não o quer e a direita que não vota nele, Costa prepara-se para lançar o caos no país . A bem da nação.