O PS quer a economia a crescer à custa do consumo interno o que implica o aumento das importações. Mas nos últimos quatro anos o movimento dos nossos portos bateu todos os recordes. À custa das exportações o que é bem mais difícil e meritório. E, depois de muitos anos, temos uma balança comercial com uma boa taxa de cobertura (exportações/importações). E o saldo dos saldos das contas externas é positivo, coisa nunca vista.
Sem TGV mas servindo os portos e as mercadorias de exportação, o corredor de mercadorias entre Portugal, Espanha e a França arranca em Novembro.
Os gestores das infraestruturas ferroviárias de Portugal, Espanha e França vão iniciar em novembro o corredor de mercadorias "número 4", que ligará os portos portugueses ao norte de França, revelou ao Expresso a Rede Ferroviária Nacional (Refer).
Juntar vontades, agilizar procedimentos administrativos é para já. Combinar bitolas e sistemas de segurança é para o médio e longo prazo. Há imensas coisas muito importantes que não necessitam de pazadas de dinheiro.
Parece não ser boa ideia. É necessário, isso sim, continuar a investir em Sines que tem uma situação privilegiada e todas as condições. E o que se iria construir na Trafaria já existe em Sines, não há vantagens visíveis ( Henrique Neto no Expresso). É preciso que Sines compita com Algeciras que tem pior localização que Sines mas que está a ganhar o mercado.
Lisboa tem as condições ideais para ser o grande porto europeu para os grandes cruzeiros de turismo e barcos de recreio.
As prioridades ferroviárias para mercadorias são duas :uma linha de Sines a Viana do Castelo que ligue todos os portos nacionais à indústria portuguesa e uma linha que ligue a indústria portuguesa à Europa, e como a indústria está localizada entre Setúbal e o Minho, a ligação que faz sentido é o corredor do Atlântico de Aveiro a Irun.
A estratégia euro-Atlântica de tornar Portugal a principal plataforma logística de ligação da Europa ao Atlântico e daí a todos os continentes precisa, para isso, de ganhar o mercado dos grandes navios de contentores. Para o conseguir tem Sines, com todas as condições e com possibilidades de o tornar o mais barato.
Aqui é Mira Amaral que explica o que há a fazer :O que há então a fazer é o seguinte:
fazer o troço Poceirão-Caia em bitola europeia;
aproveitar a linha de 12 km Poceirão-Pinhal Novo que está em bitola ibérica e numa das vias colocar um carril interior, transformando-a em bitola europeia e levando-a até à Autoeuropa;
do Poceirão fazer em bitola europeia nova ligação a Sines e Setúbal.
Com isto, teremos estes portos e a Autoeuropa já ligadas à Europa, através de Espanha, em bitola europeia! Depois, como o tráfego de passageiros será pequeno, a linha em bitola europeia até ao Pinhal Novo pode perfeitamente trazer o TGV de Madrid. Aí, sem paragem, ocorrerá a adaptação dos rodados do comboio e este vem tranquilamente até Lisboa pela linha de bitola ibérica e pela ponte 25 de Abril. Com esta solução, investe-se no transporte de mercadorias e quem quiser (até podem ser os espanhóis) traz o TGV até Lisboa, mas sem gastarmos dinheiro em linhas por causa do TGV. Este raciocínio de linhas de bitola europeia para levar as nossas mercadorias para a Europa também tem de se aplicar aos portos de Aveiro e Leixões e ao escoamento das mercadorias do norte e centro do país. Só que, segundo me dizem, esses projetos ainda não estão feitos e o pais não terá neste momento recursos para fazer todos os investimentos necessários na bitola europeia. Comece-se pois pelo troço já estudado e saiba-se explicar que esta solução não é igual à do TGV socialista!»
TGV E MERCADORIAS, Luís Mira Amaral, no Expresso de 17-09
E confirmado aqui :
Sérgio Silva Monteiro garante que o novo projecto da LTM terá menos 84% de custos e 95% de dinheiros públicos.
Morreu o TGV. Morreu a nova ponte sobre o Tejo. Está a nascer a LTM - Linha de Transporte de Mercadorias. "Em primeiro lugar, quero recordar que o TGV morreu em Novembro de 2011. Com o Plano Estratégico de Transportes, foi definitivamente cancelado, e esta decisão tornou-se irreversível com a recusa de visto prévio do Tribunal de Contas", sublinhou o secretário de Estado das Obras Públicas. Sérgio Silva Monteiro convocou ontem, ao final da tarde, os jornalistas para a apresentação da nova ligação ferroviária a Espanha e negar a possibilidade de o Governo retomar o projecto de alta velocidade ferroviária em Portugal. E o que é a recém-designada LTM? Sérgio Silva Monteiro responde: "Queremos uma ligação ferroviária de mercadorias que ligue os portos do Sul - Lisboa, Setúbal e Sines - a Madrid e depois à Europa e não uma ligação ferroviária para transportar passageiros para Madrid". O arranque da obra não deverá acontecer antes de 2015.
O mapa a seguir mostra a posição estratégica de Sines, o primeiro porto de águas profundas que os navios encontam vindos do outro lado do Atlãntico e, com o alargamento do canal do Panamá já terminado, da maior parte dos navios da costa do Pacífico.
É preciso uma linha férrea para levar as mercadorias para a Europa a partir de Sines.