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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Populismo ? Estar contra o lítio mas não dispensar o telemóvel.

Estes populistas que lideram as movimentações das populações contra a exploração do petróleo e do lítio não dispensam o uso do telemóvel, do automóvel e da energia eléctrica. É uma posição fácil, barata e dá milhões.

Há países que exploram o petróleo há dezenas de anos e nunca tiveram qualquer desastre ecológico. Os países do médio oriente vivem que nem nababos bem como países na Europa, em que talvez o melhor exemplo seja a Noruega que saiu da pobreza e é hoje um país limpo, democrata e rico.

É claro que podemos e devemos fazer como fez e faz a Noruega, usar os instrumentos tecnologicamente mais avançados protegendo o ambiente e colocando as receitas ao serviço do povo.

O lítio existe em Portugal em grande quantidade e é uma das matérias primas mais necessárias no futuro próximo. Explorar o mineral e implementar no país a cadeia de valor com fábricas é obrigatório . Portugal não pode dar-se ao luxo de ser verde mas ter 2 milhões de pobres.

Populismo à direita, à esquerda e ao centro

Deixou de ser radicalismo para passar a ser populismo : Num mundo cheio de populistas, da direita à esquerda, tinham também de aparecer os populistas do centro. E a expressão apareceu para cunhar o novo presidente francês Macron. No passado eram centristas, moderados, reformistas, renovadores, até neoliberais. Ao temperar o entusiasmo europeu com elementos de ceticismo, ao relativizar o atual contexto cheio de dúvidas sobre a construção federal, ao criticar os partidos tradicionais, o centro também se encheu de populismo. São os populismos de terceira geração, dos quais o nosso Presidente Marcelo, entre os seus afetos e as suas cumplicidades com a gerigonça (esse pleno populismo de esquerda), já foi acusado de ser um precursor. E, na semana passada, até Rui Moreira foi chamado de perigoso populista.

A oposição não tem que ser entregue a populismos

Em França é a grande lição. Aos partidos que têm estado no centro da situação é um moderado que o povo escolhe como alternativa.

Macron mostrou que o anti-establishment não tem de estar sequestrado por extremismos nem por subprodutos corrosivos como Corbyn, Farage, Trump, Le Pen, o rabo de cavalo do Podemos ou Catarina Martins.

A linha socialista chalada de Hamon – a mesma de Costa, Pedro Nuno Santos, Galamba, Porfírio Silva e três quartos do atual PS – estampou-se gloriosamente. E, com ela, a narrativa de que o eleitorado só castiga por estes dias o socialismo moderado .

O perigo em Portugal é o estatismo

Por cá ainda não há populismo. Os partidos populistas valem agora menos do que em 2008 . Não temos Trump, nem o Podemos, nem Le Pen mas estamos próximos de Putin. Do estatismo.

Não vou tentar adivinhar o que vai passar-se em Portugal. Vou apenas lembrar o que se passou entre 2005 e 2011, com os governos de José Sócrates. Deixemos agora de lado a investigação judicial em curso. Fiquemo-nos pelo que é muito claro ter sido um projecto de poder que previa, a partir do Estado, o domínio da banca, das grandes empresas e da comunicação social — tudo muito bem embrulhado na demagogia do desenvolvimentismo. Um magistrado de Aveiro ouviu indícios de um atentado ao Estado de direito. O que ele ouviu foi destruído, para que mais ninguém pudesse ouvir.

A sociedade portuguesa é, há anos, uma aglomeração assustada de empresas sem capitais, famílias endividadas e jovens desempregados. Não lhe restam muitos meios para se defender de quem, do alto do poder do Estado, a pretenda avassalar. O método está definido: reforçar a administração com pessoal agradecido, e depois governar o país para benefício dessa massa de dependentes, incluindo os pensionistas mais ricos; controlar o crédito e a economia através do banco público ou de banqueiros amigos; manter um grande alarido sobre a “direita radical”, que, por pura maldade, deseja “destruir o Estado social” e vender a pátria à Sra. Merkel, para estigmatizar qualquer alternativa.

Não, em Portugal o perigo não é o populismo, é o estatismo.

Juntem-se a mim e tudo será permitido

Esta é a mensagem de todos os ditadores e populistas sejam de esquerda ou de direita. Eles abraçam a ideologia não pelo que diz mas como a oportunidade de alcançar o poder e assim ultrapassar tudo e todos. Sair de uma posição inferior.

É este também o trunfo de Trump. As regras normais deixaram de se aplicar. É esta a vantagem sobre os outros : suspenda-se o jogo da verdade.

Mas não é novo: Hitler, Berlusconi ( o mesmo tipo de empreendedor a fazer-se passar por político). Tivemos Nigel Farage e agora temos Marie Le Pen, Heinz Strache da extrema direita austríaca, e outras figuras na Alemanha . Na América do Sul - Castros em Cuba, Chavez na Venezuela, Santos em Angola e tantos outros no Chile e na Colômbia. Criar uma relação com o demagogo que tem tudo o que desejo : dinheiro, poder e mulheres - e que ao mesmo tempo é detestável e vulgar, tal como eu sou nas profundezas da minha alma.

Nós europeus enquanto indivíduos, somos capazes de estar de olhos bem abertos, mas enquanto colectivo estamos a tolerar muito do que devíamos ter aprendido a evitar .Parecemos dispostos a abandonar importantes ganhos do pós-ll guerra Mundial e nesta dinâmica de colectivo podemos vir acabar num sítio onde a maioria de nós nunca quis estar.

Era expectável que um partido da extrema-direita se viesse a estabelecer com 20% a 30% dos votos não só na Alemanha mas também nos restantes países da Europa. Está a decorrer um processo de "normalização" num ambiente político mais ou menos temperado

PS : com Albrecht Koschorre no Expresso