Da direita vem o populismo da esquerda vem a censura
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Estes populistas que lideram as movimentações das populações contra a exploração do petróleo e do lítio não dispensam o uso do telemóvel, do automóvel e da energia eléctrica. É uma posição fácil, barata e dá milhões.
Há países que exploram o petróleo há dezenas de anos e nunca tiveram qualquer desastre ecológico. Os países do médio oriente vivem que nem nababos bem como países na Europa, em que talvez o melhor exemplo seja a Noruega que saiu da pobreza e é hoje um país limpo, democrata e rico.
É claro que podemos e devemos fazer como fez e faz a Noruega, usar os instrumentos tecnologicamente mais avançados protegendo o ambiente e colocando as receitas ao serviço do povo.
O lítio existe em Portugal em grande quantidade e é uma das matérias primas mais necessárias no futuro próximo. Explorar o mineral e implementar no país a cadeia de valor com fábricas é obrigatório . Portugal não pode dar-se ao luxo de ser verde mas ter 2 milhões de pobres.
Em França é a grande lição. Aos partidos que têm estado no centro da situação é um moderado que o povo escolhe como alternativa.
Macron mostrou que o anti-establishment não tem de estar sequestrado por extremismos nem por subprodutos corrosivos como Corbyn, Farage, Trump, Le Pen, o rabo de cavalo do Podemos ou Catarina Martins.
A linha socialista chalada de Hamon – a mesma de Costa, Pedro Nuno Santos, Galamba, Porfírio Silva e três quartos do atual PS – estampou-se gloriosamente. E, com ela, a narrativa de que o eleitorado só castiga por estes dias o socialismo moderado .
Por cá ainda não há populismo. Os partidos populistas valem agora menos do que em 2008 . Não temos Trump, nem o Podemos, nem Le Pen mas estamos próximos de Putin. Do estatismo.
Não vou tentar adivinhar o que vai passar-se em Portugal. Vou apenas lembrar o que se passou entre 2005 e 2011, com os governos de José Sócrates. Deixemos agora de lado a investigação judicial em curso. Fiquemo-nos pelo que é muito claro ter sido um projecto de poder que previa, a partir do Estado, o domínio da banca, das grandes empresas e da comunicação social — tudo muito bem embrulhado na demagogia do desenvolvimentismo. Um magistrado de Aveiro ouviu indícios de um atentado ao Estado de direito. O que ele ouviu foi destruído, para que mais ninguém pudesse ouvir.
A sociedade portuguesa é, há anos, uma aglomeração assustada de empresas sem capitais, famílias endividadas e jovens desempregados. Não lhe restam muitos meios para se defender de quem, do alto do poder do Estado, a pretenda avassalar. O método está definido: reforçar a administração com pessoal agradecido, e depois governar o país para benefício dessa massa de dependentes, incluindo os pensionistas mais ricos; controlar o crédito e a economia através do banco público ou de banqueiros amigos; manter um grande alarido sobre a “direita radical”, que, por pura maldade, deseja “destruir o Estado social” e vender a pátria à Sra. Merkel, para estigmatizar qualquer alternativa.
Não, em Portugal o perigo não é o populismo, é o estatismo.
Esta é a mensagem de todos os ditadores e populistas sejam de esquerda ou de direita. Eles abraçam a ideologia não pelo que diz mas como a oportunidade de alcançar o poder e assim ultrapassar tudo e todos. Sair de uma posição inferior.
É este também o trunfo de Trump. As regras normais deixaram de se aplicar. É esta a vantagem sobre os outros : suspenda-se o jogo da verdade.
Mas não é novo: Hitler, Berlusconi ( o mesmo tipo de empreendedor a fazer-se passar por político). Tivemos Nigel Farage e agora temos Marie Le Pen, Heinz Strache da extrema direita austríaca, e outras figuras na Alemanha . Na América do Sul - Castros em Cuba, Chavez na Venezuela, Santos em Angola e tantos outros no Chile e na Colômbia. Criar uma relação com o demagogo que tem tudo o que desejo : dinheiro, poder e mulheres - e que ao mesmo tempo é detestável e vulgar, tal como eu sou nas profundezas da minha alma.
Nós europeus enquanto indivíduos, somos capazes de estar de olhos bem abertos, mas enquanto colectivo estamos a tolerar muito do que devíamos ter aprendido a evitar .Parecemos dispostos a abandonar importantes ganhos do pós-ll guerra Mundial e nesta dinâmica de colectivo podemos vir acabar num sítio onde a maioria de nós nunca quis estar.
Era expectável que um partido da extrema-direita se viesse a estabelecer com 20% a 30% dos votos não só na Alemanha mas também nos restantes países da Europa. Está a decorrer um processo de "normalização" num ambiente político mais ou menos temperado
PS : com Albrecht Koschorre no Expresso