Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Um projecto de poder pessoal

Pedro Nuno Santos já pôs as pernas a tremer aos alemães, já ameaçou que o PS nunca mais governaria com a direita e agora ameaça enterrar milhões na TAP.

Quer visibilidade para a luta que trava dentro do PS. Com a pandemia desapareceu, quem aparece diariamente na  televisão é Costa e Siza Vieira e por vezes Medina. Todos da ala do PS que nunca dirá que não governará com a direita.

Este político a quem não se conhece obra feita, "nado e criado no PS" como ele próprio se define, quer ser líder do partido e para isso não olha a meios.

Conta com o BE para as suas ambições desmedidas mesmo que isso implique uma grave cisão com a ala direita e social democrata do PS. Mas como já vimos noutro "jovem guerreiro" que levou o país à bancarrota isso pouco importa.

Pedro Nuno Santos é um caso de estudo na política portuguesa. Não o é pela originalidade. São perceptíveis vários casos de escolhas tácticas relativamente à discrepância entre o posicionamento ideológico e a opção partidária. Pedro Nunos Santos é só mais um. Contudo, não deve ser identificado com o socialismo de Mário Soares ou de António Guterres. Nem tampouco com o de António Costa. Pedro Nuno Santos está muito mais à esquerda.

Invariavelmente acabam nas "venezuelas" com que sonham. É jovem não pensa. Olhem que não, olhem que não...

Depois do vírus é preciso que a Democracia volte em pleno

A arbitrariedade de que goza o estado foi largamente aumentada com o estado de emergência. Mas isso assusta num país onde o Estado foi sempre omnipresente e omnipotente. Dito de outra forma, por cá a sociedade civil tem que ter muito cuidado com o Estado que junta em si muito poder e muito dinheiro.

O Estado reserva para si, a administração central e controla com mão de ferro a administração local. Não há nenhuma descentralização nem haverá.

Exerce nas áreas da Segurança, da Justiça, das Finanças o poder total apenas condicionado pela Leis da República que frequentemente rompe " se o aeroporto no Montijo não é aprovado pelas câmaras locais muda-se a Lei". E o ministro não estava a brincar. Cuidado !

Depois há muito que o estado tenta ficar sozinho na Saúde. Não lhe chega o Serviço Nacional da Saúde quer também deitar mão ao sector privado. Note-se que o Estado já controla 60% a 70% do sector.

A Educação há décadas que é controlada a partir do Ministério ali na Avenida da República numa parceria público-sindical marxista - leninista. Professores, Directores, Famílias e alunos não  contam.

No sector Social a extensa rede de Misericórdias, Fundações de direito privado e sector privado, com uma enorme reputação e implementação junto da sociedade civil, tem impedido a sua captação pelo Estado. Mas sobra a apetência voraz muitas vezes declarada.

Na Economia o sector público ainda controla mais de uma centena de empresas e não perde ocasião para exigir mais intervenção no sector.

Quer dizer o Estado controla maioritariamente todos os sectores do país mas ainda assim, exige controlar todo os sectores a cem por cento.

É o perfil de um Estado Socialista que teimosamente quer caminhar para um Estado totalitário comunista.

Embora a sociedade civil em eleições livres se manifeste ( 80% dos votos) favoravelmente a um Estado democrático e Europeu .

Quando discutimos estes assuntos não podemos perder de vista o retrato da situação, talvez assim se perceba porque já somos um dos quatro países mais pobres da UE .

O BE vendeu-se ao poder

O BE ofereceu-se ao PS para ir para o poder . A troco daquilo em que acredita. Paz à sua alma.

Para mim ver o PCP e o BE apoiar um orçamento que cumpre as regras europeias é ouro sobre azul. Ao contrário do que dizem os partidos da extrema esquerda não há alternativa.

O Bloco fez aquilo que o PS, ou melhor António Costa, deixou que fizesse. O BE protestou (e até exigiu escrutinar) as cativações de Mário Centeno. Elas acabaram? O BE exigiu mudanças profundas na legislação laboral. O governo mudou quase nada. O BE exigiu mais défice. O governo fez exatamente o contrário. O BE quis abrir indiscriminadamente o acesso às reformas antecipadas aos 60 anos. O governo só dá reforma a quem, cumulativamente, tenha 60 anos de idade e 40 de contribuições. O BE exigiu maior aposta no SNS. O governo fez orelhas moucas. O BE queria a reposição integral do tempo de serviço dos professores (9 anos, 4 meses e dois dias). O governo deu dois anos e 9 meses e 18 dias. O BE queria reestruturar dívida. Mário Centeno está a amortizá-la (todinha).

O que levou a direção do Bloco e a sua eminência parda (Francisco Louçã) a optarem por esta estratégia? A ambição de crescer? Não. As "migalhas". Influenciam uma (pequena) parte das decisões. E isso chega-lhes. Vamos ver o impacte que isso terá nos votos...

Só uma sociedade civil forte e democrática pode conter os abusos do Estado

Fala quem conhece por dentro os mecanismos da governação. E diz o que é óbvio tanto na teoria como na prática. É só olhar para os resultados nos países onde o Estado omnipresente e omnipotente abafa a liberdade dos cidadãos.

Juntar o poder com os meios ( 50% da riqueza criada mais os empréstimos e os subsídios da UE) é uma forma expedita de tentação. E os homens são o que são.

Só uma sociedade interessada e democrática, de proximidade, descentralizada, que use os pesos e contrapesos que só a Democracia permite é capaz de escrutinar o poder do Estado centralizado.

poder.jpg

 

A mesma política que nos levou à ruína

Crescem as exigências por parte do PCP e do BE. E será assim até ao momento em que os benefícios da partilha do poder forem inferiores aos prejuízos causados pelo exercício do mesmo.

As "reversões" e pequenos benefícios oficiais mascaram aquilo que no essencial é a continuidade da política da austeridade. Tem um aliado que é o crescimento económico que governo, Bloco e PC aproveitam para manter e reforçar o velho Estado despesista, gigantesco, ou seja a mesma política que nos levou à ruína.

Vai haver um momento em que as reivindicações do Bloco e do PCP deixam de ser compatíveis com aquilo que o estado lhes pode dar, por muita boa vontade que António Costa tenha. Catarina e Jerónimo já perceberam que esse momento vai mesmo chegar e não querem correr o risco de afugentar a base de apoio que ainda têm .

Está instalada a desconfiança sobre o que é melhor para cada uma das partes, quem ganha e quem perde mais com o inevitável divórcio, se o divórcio será amigável ou não.

PS : a partir de um texto de Luís Marques no Expresso

 

Há uma coligação PS/BE na forja

O BE rendeu-se ao poder. O recente estudo sobre a dívida mostra-o à evidência .O PCP continua a pugnar por uma renegociação de ruptura e o seu isolamento está cada vez mais próximo . A geringonça tem dias difíceis pela frente .

Este relatório sobre a sustentabilidade da dívida pública assinala um ponto de viragem. Receava-se, quando António Costa formou governo sob apoio parlamentar da extrema-esquerda, que esta arrastasse o PS consigo para o radicalismo eurocéptico. E discutia-se a possibilidade de, às custas dos socialistas, o Bloco de Esquerda crescer e ocupar mais espaço eleitoral. Em ambos os cenários, aconteceu o contrário. O que, de certo modo, é uma boa notícia: é sempre positivo para o sistema político quando um partido de protesto, como até agora foi o Bloco de Esquerda, sobrepõe o pragmatismo à ideologia e suja as mãos com os dilemas concretos da governação. Há uma coligação PS-BE na forja. E isso, no actual contexto político, implica deixar progressivamente o PCP de fora. Pode até faltar ainda muito tempo para eleições legislativas, mas já está uma guerra prestes a rebentar na geringonça.

Um Estado com poder a mais e uma sociedade com poder a menos

Está na altura de o país tentar uma opção com menos estado e mais sociedade. O Estado corporativo de Salazar após 40 anos de Democracia está quase intacto . Com este Estado com poder a mais já vimos que não saímos da cauda da Europa.

Quando se insistir que o Estado tem poder a mais em Portugal – manda demais, regulamenta demais, intromete-se demais, protege demais e protege mal (pois não protege apenas os necessitados, protege também os poderosos quando estão aflitos). Quando se disser que o problema do Estado não é ter burocracia a mais (para isso servem os simplexes deste mundo), mas ter o poder de se intrometer em quase todos os domínios da nossa vida, e na vida das nossas empresas. Quando se disser que uma sociedade comparativamente pobre, como é a portuguesa no quadro da União Europeia, não pode pagar tantos impostos e tantas contribuições, que a escolha é entre devolver dinheiro aos cidadãos e às empresas ou devolver dinheiro aos funcionários públicos e às corporações. Quando se assumir que a reforma do Estado é para acabar com muitas das suas funções tentaculares, com muitos dos seus privilégios (4,5 funcionários por cada chefe na Direção-Geral da Segurança Social? “Benefício adicional de mais 12 dias anuais de não trabalho”?) e com todas aquelas regras que permitem aos funcionários agir discricionariamente, preconceituosamente.

O BE na lama como todos os outros

O poder corrompe e é o que está a acontecer ao BE e ao PCP (embora menos) . O que seria de berraria e de indignação se BE e PCP estivessem na oposição .

É um regalo ver Catarina Martins recorrer aquela táctica de José Sócrates de justificar com a vida privada as malandrices da vida pública. Os SMS entre Centeno e Domingues são privados embora versem a coisa pública. Uma delícia ver Catarina e as meninas do Bloco, exigirem "ser diferentes" e de terem uma superioridade moral acima de todas as suspeitas. É de rebolar a rir .

O BE converteu-se em uma agremiação de fanáticos a caminho do poder e, para isso, não tiveram pejo em deitar lama na ventoinha que agora se espalha na cara, nas mãos e na alma da Catarina .

Entretanto, Louçã está a caminho do Conselho Consultivo do Banco de Portugal.

Catarina, Costa é marxista mas nunca se afastará do poder

Catarina, estava a ver que nunca mais lá chegavas. Na verdade a aliança de esquerda não corresponde a nada a não ser fazer maioria parlamentar. A aliança do Bloco Central de que tanto te queixas é que corresponde à maioria do sentir do povo português, social e politicamente. É difícil de engolir mas não há nada de mais verdadeiro. Não esperes, Catarina, que o PS alguma vez embarque nos amanhas que cantam ou que destrua o Tratado Orçamental.

O que se passa Catarina, é que o António Costa está apertar-te suavemente, quando deres por isso estás entregue e entalada entre a tal aliança e o teu eleitorado que vai perceber de vez que não passas de uma namorada de passagem com quem o PS nunca fará votos de noivado.

É que o António Costa sempre foi um marxista que aterrou no PS mas que nunca irá contra à vertente social democrata da maioria do partido. Tira daí o sentido, António Costa, nunca deixará o PS o único partido que o deixa perto do que mais gosta. O poder.