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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Marcelo ao fim de dez anos terá o país mais pobre da Europa

É este o drama de Marcelo. Tiago Mayan Gonçalves fez a Marcelo a mais dura das críticas, e que ficará para os próximos cinco anos: Vai acabar o segundo mandato como o Presidente do país mais pobre da Europa. De tudo o que foi dito, numa campanha eleitoral limitada e que pouco discutiu os poderes presidenciais, o que fica é mesmo este vaticínio. O que fará Marcelo para contrariar uma tendência que nem os fundo comunitários nem o sucesso de uma vacinação parecem poder evitar?

Mas o próximo orçamento será decisivo para perceber que novo Presidente terá o país. Antes, terá mesmo de avaliar um orçamento retificativo, porque o orçamento que está em vigor já está desatualizado. E como disse em entrevista ao ECO, terá de garantir que os fundos comunitários não são consumidos pelas grandes obras públicas e pelo Estado e chegam ao setor privado, às empresas e às famílias. Assim, Marcelo será o mesmo dos últimos cinco anos ou outro, mais exigente, como o próprio diz, a defender a prioridade à competitividade do país, à criação de riqueza, sem esquecer a correção da desigualdade social?

A governar para eleições

Quando a esmola é grande o pobre desconfia. Cá em Portugal sempre que o governo diz que governa para os pobres ficamos todos mais pobres. Governar para eleições desde o dia da tomada de posse.

E este é o momento em que o detalhe se torna um pormenor que faz uma enorme diferença. É a diferença entre quem governa a pensar mais em si do que no interesse nacional. A cada dia que passa, é este primeiro-ministro quem mais grita calado aquilo que todos temem desde o início - o PCP está tão comprometido com o governo do PS, como o próprio António Costa está comprometido com a candidatura presidencial de Maria de Belém.

Só pode esta louca sucessão de coisas agradáveis e populares ser, por conseguinte, interpretada à luz de quem está em campanha eleitoral. Esta legislatura simpática, que se desdobra em medidas sem opositores, é o próprio epitáfio de um governo tão fofinho, tão fofinho, que já tem os dias contados. Não se sabendo quantos dias são, está já Costa entregue à contagem de votos. E assim voltamos ao princípio.

 

O fosso entre ricos e pobres diminuiu

Mas Portugal continua a ser dos países mais pobres e mais desiguais da OCDE.

Portugal surge, assim, no relatório como o nono país mais desigual entre os 34 da OCDE, acima do índice médio destes países, que é de 0,315. Os 10% da população portuguesa mais rica concentravam 25,9% da riqueza, enquanto os 10% da população mais pobre tinham 2,6%. O grosso da riqueza (63%) concentrava-se nos 40% da população.

Há muito para fazer mas não podemos deita fora o menino com a água do banho

Os governos não se sentam à mesa dos pobres

Este texto do José Pacheco Pereira é sublime e deve ser lido. (...) O governo actual manteve todas as práticas de co-governação com a banca e as instituições financeiras que já vinham do governo anterior, consolidando um efeito perverso, que não é apenas nacional, de permitir que os principais responsáveis pela crise dos últimos anos tivessem sido seus beneficiários principais."

(...) A completa desresponsabilização sobre a crise dos últimos anos, desencadeada pelo sistema financeiro, mas de que no fim este veio a beneficiar, marca moralmente como uma doença a sociedade da crise em que vivemos.

O Estado Social e os pobres como reféns - por Sara Jofre

8 de Novembro de 2013 às 11:32

A função pública faz greve para exigir a manutenção dos direitos que "adquiriu" em tempos de ressaca de ditadura e de vacas gordas (com dinheiro alheio, mas gordas), tendo assim o país refém das suas exigências. Os pais, os pobres, reféns da sua vontade de ter ou não escola para os filhos. Os doentes, os pobres, reféns da sua vontade de lhes oferecer ou não cuidados de saúde. Os trabalhadores, os pobres, reféns da sua vontade de os transportar ou não. E tem-nos a todos reféns das suas vontades porque todos temos de as pagar, quer queiramos quer não. Só eles podem querer ou não. Nós "pagamos e calamos", somos obrigados a isso ou retiram-nos o que é nosso pela força. 

 

A função pública e o Estado Social têm os pobres como reféns (os ricos têm sempre escolha). O Estado Social e quem o defende, têm como bandeira os pobres, a moral. Apontam dedos aos outros. Gritam palavras de ordem e assustam os pobres com fantasmas de fascismos, e os pobres nem se percebem que são os maiores reféns das suas vontades. 

 

Quando querem impedir a existência de coisas como o cheque-ensino (que dá liberdade aos pobres, tal como os ricos já têm), o desejo é manter os pobres reféns das suas vontades. Como podem depois os professores fazer greve se os pobres escolherem escolas privadas para colocar os filhos? que efeito terão essas greves? Quando se opõem a uma extensão da ADSE para todos, permitindo aos pobres o acesso a clínicas privadas (tal como os ricos têm), desejam apenas manter os pobres reféns das suas vontades. Como podem depois fazer greves se os pobres tiverem outra saúde que não a pública à qual recorrer? Quando querem impedir a concessão dos transportes públicos a empresas privadas, ou a privatização das mesmas, o que desejam é manter os pobres seus reféns. Que efeito teria a greve em transportes públicos se os pobres tiverem opções privadas por preço semelhante? 

 

O Estado Social não é moralmente justo. O Estado Social com o discurso mentiroso de ajuda aos mais necessitados (mentiroso porque a saúde e educação são gratuitas para todos e não apenas para os mais necessitados), mantém os pobres reféns das suas vontades, dá benefícios a classes que enriquecem à conta desses pobres e a outras que beneficiam de gratuitidades que não precisam. 

 

Mas os pobres continuam a cair na cantiga e a pagar a factura, dos maus serviços, ao final do mês. Eles agradecem.

Os pobres não fazem greves

Os pobres não têm quem fale por eles. (...)  A maioria dos que falam em nome dos desprovidos estão realmente a defender as classes acima, mesmo se nos extractos mais baixos. As medidas contestadas não tocam os verdadeiros pobres, geralmente alheios aos políticos, até de esquerda. As greves dos serviços públicos não se destinam a proteger os desvalidos, que aliás são os que mais sofrem pela falta de transporte e outros sistemas. Em Portugal não há manifestações de mendigos, miseráveis e necessitados. São antes os remediados, que se consideram carentes, que fazem as exigências em nome dos silenciosos.

Boa parte da retórica de contestação baseia-se neste mal-entendido, em que burgueses passam por infelizes. Entretanto, os verdadeiros desgraçados, mudos como sempre, ainda têm de ouvir os muitos aproveitamentos do seu nome.

Os amigos dos pobrezinhos

É mais fácil assim. De um lado estamos nós, os amigos dos pobrezinhos. Do outro estão quem não pensa como nós. Infelizmente, em Portugal, a teoria da luta de classes - que é uma teoria apenas entre muitas e há muito ultrapassada (basta ver os resultados nos países em que foi verdadeiramente aplicada, como a URSS, a Roménia, a Albânia, a China de Mao, Cuba ou a Coreia do Norte) - tornou-se uma forma comum de pensar. As formas comuns de pensar têm o enorme atractivo de não nos obrigar a pensar por nós próprios, porque fornecem um modelo: aqui estão os bons, ali estão os maus. Aqui estão os que querem o bem do povo; ali os que desejam o mal dos trabalhadores.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/passos-quer-empobrecer-o-pais=f829710#ixzz2eU2QnAzw

Acabar com os paraísos fiscais é acabar com a pobreza ?

Há muitos milhões que fogem ao fisco. Tantos que só por si resolveriam o problema da pobreza a nível mundial. Isto, claro está, se não fossem desperdiçados pelos estados em autoestradas sem carros e em estádios sem jogos.

É que para acabar com os off shores, é preciso um ataque global, senão acabam por fugir para outros locais.Depois, é preciso aplicar bem o dinheiro. Que uma grande parte do dinheiro entregue às instituições de ataque à pobreza não chega aos pobres é ,infelizmente, uma certeza.

Em África, ferver a água, distribuir preservativos e pacotes de vitaminas salvaria muitos seres humanos da doença e da subnutrição. É mais uma questão de vontade política que de dinheiro.

Cá, em Portugal, não chega. Há muito que temos autoestradas a mais e os 20% de pobres continuam como há quarenta anos.

Há quem queira voltar aos negócios, ao despesismo e ao fartar vilanagem

A maioria dos que escrevem indignados nos jornais não estão nada preocupados com quem está no desemprego nem com quem vive mal. Apesar dos milhões e milhões que choveram no país, como subsídios ou como empréstimos, os deserdados da vida nunca foram prioridade. O país sempre teve dois milhões de pobres e o estado social nunca lá chegou. Agora com os desempregados temos três milhões de pessoas a viverem abaixo dos padrões de pobreza. Nunca foram prioridade dos políticos nem dos que constituem o "inner circle" do poder.

A serem prioridade, os investimentos teriam sido canalisados para a agricultura, indústria , extração de minérios e mar. São estas actividades que asseguram postos de trabalho aos mais frágeis durante mais tempo. E são, paralelamente, as actividades que criam riquesa transaccionável , que se exporta e que substitui importações.

Mas enquanto o dinheiro que falta aos pobres e os empregos que faltam aos desempregados eram devorados pelos negócios entre o estado e as empresas do regime, a indignação não se fazia ouvir. Quando o dinheiro era empregue em obras desnecessárias e supérfluas que não criam riqueza nem postos de trabalho duradouros, os indignados de agora eram os entusiastas de então.

Dão-se mal com a austeridade, com a disciplina e com o rigor. Foram os primeiros a atacar a ideia das "regras de ouro" que limitem a voragem, quer quanto ao défice quer quanto à dívida. Querem dinheiro a circular ! No gráfico a seguir está bem esquematizada a ideia que fazem das "regras de ouro" que perfilham!