Equação do sistema. Portanto, o sistema vive então assim: o Estado não tem economia, por isso revê em baixa o PIB; mas tem um banco, que é fundamental para a retoma, mas está desgovernado e anda à toa e à tona; a economia precisa de investimento para crescer, mas o investimento não existe porque as famílias deixaram de poupar; os bancos, que impulsionam o crescimento económico, precisam de depósitos que as famílias não fazem, porque estão a comprar carros à espera que o rendimento suba; os rendimentos vão melhorar porque o governo prometeu; mas para que isso aconteça, é preciso PIB que não está a corresponder.
E, assim, enquanto resolve esta equação, o comandante-em-chefe da geringonça reedita os cofres cheios, responde às sanções e fala grosso e claro: qual-Plano B-qual-carapuça!
Todos estão de acordo. A austeridade não acabou mas para o BE não há razão nenhuma para o Plano B e as exportações são uma treta.
Enquanto isso, passados seis meses de governo, o Plano B está na calha, António Costa reúne com as empresas exportadoras e o consumo interno ( os rendimentos que estão a chegar às pessoas) não faz arrancar a economia. Pior não é possível.
A actividade económica já vai em terreno negativo e a tão amada criação de emprego nem vê-la. BE e PCP mudam de agulha e o problema é o Tratado Orçamental e a crise externa. Há sempre um culpado e eles têm sempre razão.
Paralelamente à situação portuguesa que mostra não ser solução, na Grécia a austeridade é uma enormidade e em Espanha não se descortina solução. A verdade é que com a chegada dos partidos extremistas à governação o que mudou foi para pior.
A Caixa Geral de Depósitos e o medo que os partidos têm de abrir a Caixa de Pandora. Não há inquérito parlamentar, avança-se com um inquérito forense, o que eles querem é esconder, o que eles querem é prejudicar o banco público. E pode-se saber quem são os 50 principais devedores da CGD ? Não, não pode.
E com reversões, futebol e praia se enganam os tolos. Acabada a silly season a realidade cai que nem uma derrota futeboleira em cima dos pagantes. Vamos ao Plano B, com cortes na despesa e aumentos de impostos. E o que é que se passou no BANIF ? Não se podia ter feito o mesmo que se fez no BES ?
Hoje o Tesouro foi ao mercado levantar mil milhões de euros com boa procura mas juros mais altos. Os mais altos desde Junho do ano passado. E a dez anos passaram os 3% e lá continuam. Com futebol e praia não se nota há que tomar as medidas chatas agora. Dezanove (19) administradores na CGD ? E sem tecto salarial. Cá vamos cantando e rindo.
A economia ressente-se. Tem carência de novos investimentos, a criação de emprego é fraca e a taxa de desemprego não desce o suficiente. É esta a ideia. Para a economia descolar, precisa de fazer "mais reformas estruturais", não dar a ideia de que está a reverter as que já foram feitas. Os aumentos do salário mínimo, que não estão em linha com as capacidades da economia, e de outros salários acima dos ganhos de produtividade são também muito criticados.
Mas quem é que quer saber tendo a equipa de todos nós ao assalto ao caneco europeu 2016 ?
Revisão em baixa do PIB .Com a economia portuguesa a crescer apenas moderadamente este ano e o défice a derrapar para lá das previsões do Governo, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) vem juntar a sua voz à do FMI e da Comissão Europeia, alertando para a necessidade de serem adoptadas medidas adicionais em Portugal – o chamado Plano B.
O crescimento da economia já vai em 1,2% tendo começado por 2,1% e tendo sido orçamentado em 1,8%. A OCDE considera que, à excepção de Angola, os riscos que a economia portuguesa enfrenta são mais internos, devido ao elevado nível de endividamento, do que externos.
Face ao cenário cada vez mais negro o que fazer ? O governo tem andado a lutar contra moinhos de vento não querendo ver o que todos prevêem . Sem muito mais investimento a economia não cresce o suficiente e a criação de emprego não arranca. A redução do IVA diminuiu as receitas e não criou postos de trabalho e a reversão de salários e pensões tem um efeito limitado no consumo interno.
Quem salta primeiro da geringonça face às mais que prováveis medidas exigidas por Bruxelas ?
Vai ser o IVA. É fácil, é imediato e dá milhões . E a redução do IVA na restauração não cria postos de trabalho mas aumenta os lucros.
Entretanto, enfermeiros, médicos e pensionistas chegam-se à frente também querem ganhar mais. Foi aberta a Caixa de Pandora. As 35 horas patinam, não serão para todos e não entram em aplicação em 1 de Julho. O orçamento não comporta a despesa. E, em troca, os sindicatos salvos por Costa vão exigir o quê ?
O investimento deu um trambolhão de todo o tamanho, os investidores olham com desconfiança para um governo que se apoia em partidos anti-capitalistas e anti- Europa. E a desgraça do desemprego, assim, não tem como ser resolvido.
Perante este desgraçado cenário Marcelo e António Costa correm para Bruxelas jurando o que escondem cá dentro. Costa perante o comportamento da economia diz que o mau desempenho é porque está a acomodar. Já acomodou diz o PM agora é que vai ser. Não há nenhuma hipótese de chegar aos 1,8% orçamentado . E menos economia dá menos receita.
O consumo interno acelerou com a compra de automóveis como se previa.
Apesar dos avisos das instituições e de Bruxelas adiar para Junho/Julho a exigência de mais medidas, Costa continua a dizer que não há Plano B, tal como Sócrates dizia que não era preciso pedir ajuda externa.
O PIB está longe da previsão orçamental do governo. As exportações caiem. O desemprego aumenta. O investimento cai muito . A execução orçamental dá sinais de aumentos não dispiciendos na despesa pública devidos ao aumento de salários e pensões . Estão reunidas as condições para um aumento generalizado das taxas de juro que, não se esqueça, estão acima dos 3% depois de terem estado pouco acima dos 1% em 2015.
Qualquer pessoa que não fosse destituída do maior elementar bom senso e do mais básico conhecimento de economia sabia, à partida, que um plano B seria essencial. Talvez fosse difícil prever que, apenas um mês e meio após a entrada em vigor do novo Orçamento, a Comissão Europeia (CE) já estaria a pedir um plano B, mas é totalmente óbvio que uma qualquer versão deste plano teria de ser disponibilizada – e aplicada – dentro de meses.