Sem o PCP não há alternativa avisa Jerónimo do alto do congresso. Perderam câmaras e metade do grupo de deputados mas no fim são os comunistas que cantam vitória. Saiu caro ao PS a pele de António Costa.
O que esperava o Primeiro Ministro quando traçou a linha vermelha à direita ? Tirar ao PS a posição central que sempre teve no espectro político do país? Até agora o PS podia fazer maiorias à esquerda e à direita agora só fará à esquerda . E o custo é elevado.
Tão elevado que foi obrigado a afastar o BE e as suas exigências e ficar na mão do PC o que nunca aconteceu com o "velho" PS. O da liberdade e europeu . É que os comunistas são contra a economia de mercado, anti- UE e, ainda acreditam que será com violência que chegarão ao poder. Como querem os socialistas manter uma ligação política com quem ainda pensa assim ?
Nas sondagens o PCP anda pelas ruas da amargura, ultrapassado pelo novel partido o Chega. Ora enquanto este partido da direita tem dois anos o PCP tem 100 anos como gostam de dizer os seus militantes. Então como se explica a performance eleitoral e o que levará Costa a fazer de um partido perdedor o seu companheiro de viagem ?
António Costa só tem uma razão, está só e mal acompanhado não pode perder o apoio que lhe resta. E, por enquanto, o próprio PS azeda baixinho.
As famílias não vão conseguir manter a distância entre os seus membros para assegurar um jantar de Natal e almoço de Natal seguros ?
Pelo menos com o núcleo mais chegado, dez pessoas, as mesmas ao jantar e ao almoço, os membros familiares com quem privamos diariamente ou quase, que conhecemos a vida que fazem, os riscos que correm.
O meu filho trabalha a partir de casa, terá os seus contactos com clientes e fornecedores, priva com as duas filhas de dez e sete anos que frequentam um colégio. A mãe das minhas netas trabalha ao ar livre. Eu passo grande parte do dia em casa e dou o meu passeio de 5 kms/dia por zonas pouco frequentadas e ao ar livre. A mãe do meu filho sai de casa para ir às compras cumprindo todos os regulamentos.
A segurança na minha família é inferior à oferecida pelo congresso do PC ? Claro que não. E vou deixar de festejar o Natal ?
As minhas dúvidas levam-me a ter menos certezas que os comunistas porque a minha preocupação são os meus entes queridos, já o PCP quis fazer e fez alarde da sua conhecida prepotência. Interessa-lhe o cenário que apresenta ao país mas não pensa nas famílias dos congressistas. E se algum deles leva para casa o vírus ?
Vamos ver se quem se vergou ao poder do partido agora tem a lata de convidar ou exigir que as pessoas não festejem a festa da família .
Não há almoços grátis e muito menos com partidos comunistas, anti- economia de mercado e anti-União Europeia.
O Ministro das Finanças diz hoje que não entende a posição do BE. Por cada avanço o BE apresenta mais uma exigência. E o PCP apresentou 42 exigências e dali não sai. É bom negociar se no fim for a nossa posição a vencedora.
António Costa sempre soube que era (é) assim. Precisou dos partidos à esquerda para chegar ao poder e abriu mão de soluções que sabia à partida que iriam custar muito dinheiro a todos nós.
Na TAP não foi preciso muito tempo para perceber que na mão de um ministro imberbe e com as pernas a tremer se cavava um buraco negro por onde desaparecem milhões. Já vai em 1 700 milhões e 1 600 despedimentos de trabalhadores. E as rotas em operação dão todas prejuízo ( Pedro Nuno) embora tentasse passar a mentirinha que só as operações no aeroporto Sá Carneiro são deficitárias. E vão ser pelo menos mais 3 anos com a companhia a cavar dinheiro e desemprego.
No Novo Banco o PS já foi até onde pode ir ( cumprir o contrato que Costa e Centeno assinaram) e já lá foram devorados quase 4 mil milhões. Nem mais um euro para o banco, resta o BE dizer como se faz sem prejuízos ainda maiores.
O Montepio está a ser artilhado para rebentar logo que possível. Mais uns milhões que os contribuintes vão pagar.
Após 5 anos de geringonça não há um único problema que tenha sido resolvido apesar do corte de investimento no SNS, na Educação e na Justiça. E na Segurança Social valha-nos os dinheiros europeus.
Não desce a dívida, não cresce a economia e deterioram-se os serviços públicos.
Logo na noite do 25 de Novembro ( se bem me lembro) o MFA pela voz do Capitão de Abril Melo Antunes avisou ( aconselhou) que a direita vencedora deveria refrear a vingança . É que se corria o risco não só de correr sangue mas também de o PCP ser empurrado para a clandestinidade à margem da Democracia que se queria plena para o pais.
Os portugueses perceberam e deram ao Partido em eleições (as primeiras) um resultado elevado ( se bem me lembro 17%). O povo queria o PCP em Democracia.
A partir daí os comunistas foram perdendo votos mas sempre com resultados que o definem como essencial à vida democrática. E, além disso, há que não esquecer a influência na vida sindical e social.
Os portugueses nunca estiveram contra o Partido Comunista, nem estão, mas na sua enorme maioria não aprovam as propostas comunistas. Um Estado a mandar em tudo e todos e um só partido a mandar no Estado.
Bem pode Jerónimo gritar aos quatro ventos que quiseram calar o Partido, tapar-lhe os olhos, manietá-lo que, por mais que o repita, a verdade é que os portugueses não subscrevem as suas propostas e nada têm contra a Festa do Avante.
Há uma nostalgia da clandestinidade e da luta contra o fascismo que a velha geração de dirigentes alimenta.
Já os pormenores, como arranjar dinheiro, são para o governo. E como a riqueza não cresce, a carga fiscal é elevadíssima e os subsídios europeus não podem ser enterrados outra vez em despesa, lá se vai o défice ( que neste semestre já se foi) e o correspondente aumento da dívida.
É o caderno de encargos da esquerda para uma nova geringonça que o PCP não quer ( não está agendado) e que o BE, apesar do ruído, vai ter que engolir. O Presidente já veio dizer para não contarem com ele para crises políticas a juntar às crises sanitária e económica.
É claro, que Rio também já veio dizer que o orçamento é da responsabilidade da esquerda ( o PS nunca mais vai precisar da direita para governar, lembram-se?) não há que enganar, o orçamento não tem margem para tentações por muito ruído que se faça e por muito preenchida que esteja a agenda.
As ideias gerais dão para tudo o pior é quando se chega aos pormenores. É preciso fazer contas.
É justo que a geringonça governe em plena crise e em austeridade
O PCP tem um ódio de estimação à União Europeia e ao Euro porque sabe bem que enquanto a qualidade de vida for esta que gozamos não há oportunidade para o comunismo. Por isso tudo o que vem da UE ou é aquém ou obedece aos ditames do capitalismo.
Perante a bazuca de dinheiro que vem a caminho a posição do partido comunista não pode ser outra senão desmerecer. Mas é difícil de compreender esta posição do PCP porque os comunistas sabem tão bem como nós que sem este dinheiro o nosso povo teria pela frente muitos anos de pobreza.
Não é razoável colocar a ideologia à frente do bem estar do povo.
Até hoje o que constava era a falta de solidariedade dos países ricos da Europa, a partir de hoje é a espiral de dívida. O mesmo PCP que andou os últimos quatro anos a dizer que há mais vida para além do défice e da dívida.
O governo se precisar do apoio parlamentar dos comunistas já sabe que a condição é fazer mais despesa pública mas se optar pelo apoio do PSD e da IL a condição é mais investimento e a recuperação das empresas e do emprego.
António Costa está perante a dependência financeira e a autonomia em relação aos nossos parceiros europeus. Desgraçadamente o PCP está do lado da dependência.
Segundo o PCP toda esta pandemia não é mais do que uma manobra para exacerbar o "individual" contra o "colectivo".
Leia-se, é preciso justificar o 1 de Maio e o atropelo às decisões do Presidente e do governo quanto à mobilidade (curiosamente reduzem os direitos individuais) e vem aí a festa do " Avante" que como se sabe "não há festa como esta". E lá vamos ter mais uma vez uma multidão junta. E no caso sem máscara.
Mas a posição de fundo do partido tem raízes mais profundas. Num artigo de opinião no “Avante!”, Jorge Cordeiro, membro da comissão política, explora a ideia de que existe um “agigantamento do medo, para lá do racional” e um “clima geral de intimidação social” com o objetivo de “exacerbar” o individual. Por isso, e assegurando que não existe “qualquer desvalorização” que toca ao combate e à prevenção, os comunistas veem na crise da covid-19 o “inaugurar” de uma “nova fase mais intensa e mais perigosa de difusão dessas ideias” — as ideias que privilegiam o individual por oposição ao coletivo.
E é isto, depois ficamos muito admirados que não se encontre vacina contra o coronavírus .
Os portugueses que se serviram da rapina em Angola também tinham a mesma opinião quando facilitaram os "investimentos". Se o dinheiro é duvidoso o problema é dos angolanos e dormiam descansados. Nem todos mas a maioria era assim que pensava.
O PCP pensa assim por razões ideológicas. O MPLA e o seu governo de 38 anos sempre foi apoiado pelos comunistas portugueses. A Rússia andou por Angola com o seu dinheiro e o seu equipamento de guerra e Cuba andou em Angola com os seu guerrilheiros. Internacionalização da ideologia comunista que o PCP apoiou e apoia em todo o mundo. Coreia do Norte, Cuba, China, Venezuela....
Não olhar para um país miseravelmente roubado e ainda para mais com o passado que temos em comum é o que nos pede o PCP. Em Angola não é o povo que mais ordena.
Nos tempos da descolonização dos territórios africanos os partidos da esquerda portuguesa não admitiram sequer a discussão democrática. A solução era a entrega pura e simples ao MPLA, movimento comunista que defendia e representava o povo angolano, segundo o jargão progressista então em uso.
Para as meninas progressistas de então, José Eduardo dos Santos era um patriota e um estadista, culto, comunista, africanista e um homem lindo. Razões mais que suficientes para lhe ser entregue sem escrutínio democrático do povo angolano e dos países democráticos, o poder.
Trinta e oito anos depois assistimos incrédulos à rapina a que José Eduardo dos Santos sujeitou todo um povo que, apesar das imensas riquezas existentes no seu país, é um dos povos mais miseráveis do mundo. Este é mais um exemplo do que acontece quando o estado controla a nação e não é a nação que controla os governantes.
Milhões de crianças, mulheres e homens morreram nestes trinta e oito anos por não beneficiarem dos mais elementares serviços básicos que qualquer Estado decente há muito providencia à população.
Os progressistas deviam meter a mão na consciência e, pelo menos, envergonharem-se e retratarem-se. Sim, tudo começou em Portugal, num período conturbado da nossa história que o partido comunista aproveitou para entregar de mão beijada o ouro ao bandido.
E o PCP nunca se esquece de anunciar o seu apoio total aos camaradas angolanos.
Embora o PS tenha alinhado nesta vergonhosa tentativa de calar quem foi eleito ( com très vezes mais eleitores do que os pares dos outros partidos) não creio que essa seja a natureza política essencial dos socialistas. Não é o PS de Mário Soares.
Quanto ao PCP e BE sempre que lhes é dada a oportunidade revelam sem rebuço aquilo que andam permanentemente a esconder. A sua natureza totalitária. A sua posição nesta questão é uma vergonha que deveria levar os portugueses a pensar seriamente a quem dão o seu voto. São contra a liberdade, contra a União Europeia e anti-democráticos.
Por outro lado a estupidez de tal posição, levada pelo ódio, é um contributo poderoso para que LIVRE, INICIATIVA LIBERAL e CHEGA sejam falados como nunca na comunicação social. O que agradecem.
Mesmo que os partidos donos disto tudo não arrepiem caminho não faltarão oportunidades para que os partidos mais pequenos elevam a sua voz fora da Assembleia. A curiosidade dos cidadãos em conhecerem o que pensam sobre os assuntos de Estado discutidos na Parlamento, crescerá em flecha.
Os piores inimigos da democracia não são aqueles que querem impor ditaduras (o que nem sequer é o caso de André Ventura). São aqueles pseudo-democratas que só gostam do pluralismo quando as diferentes tonalidades de vermelho e outras cores mais neutras são as únicas vozes autorizadas a se expressarem no Parlamento.