O aldrabão, o sério e o ilusionista
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Quem por palavras mata, por palavras morre. António Costa começa agora a pagar, com três anos de atraso, o seu pecado original: andar a vender obsessivamente ao país que a austeridade do governo Passos estava errada, quando sabia perfeitamente que não havia alternativa a ela. Agora, na sua mensagem de Natal, o “virar a página de austeridade” deu lugar ao “virar a página dos anos mais difíceis”. Mas já vem tarde. Avizinham-se tempos duros para o governo, e é muito possível que esta legislatura tenha dez meses a mais do que recomendaria a boa saúde política de António Costa.
A Associação de Estudantes veio confirmar o que desde logo se percebeu . O ódio do abaixo assinado contra Passos Coelho não representa os alunos nem a universidade . Como logo na altura referi basta notar a espontaneidade do grupinho.
Também esta manhã, um outro grupo de alunos pôs a circular um abaixo-assinado favorável à decisão do Conselho Científico do ISCSP de dar provimento à proposta de contratação de Passos feita pela direcção da escola. Estes alunos reconhecem em Passos Coelho uma "mais-valia" e salientam "o conhecimento nas áreas onde irá leccionar".
Em causa está o abaixo-assinado promovido por um grupo de alunos do regime diurno e pós-laboral que se opõe à contratação de Passos para docente do ISCSP na qualidade de professor convidado catedrático, uma condição que sustentam configurar "a materialização de uma afronta à transparência e à meritocracia".
Odiar tudo a que se resume a nova esquerda
Contudo Passos Coelho teria indignação com qualquer escolha profissional. Porque, e é disso que escrevo, há setores ideológicos que se especializaram no ódio. As críticas a PPC não são escrutínio de um ex-governante. São jarros de cianeto provenientes de metabolismos que o produzem em abundância. Quem critica Passos Coelho são as mesmas pessoas que corriam agoniadas para as redes sociais e para os media denunciar a atroz perseguição à, garantiam-nos, vida privada de Sócrates quando surgiam notícias das investigações do ministério público. Ou quando alguns, poucos, meios de comunicação social noticiavam a vida muito cara parisiense e questionavam como encaixava nos rendimentos apresentados. (Porque bastava saber fazer contas de somar para logo torcer o nariz com tão potente aroma da aldrabice.)
Impressiona (mal) o contraste entre a complacência oferecida a um ex-governante que se foi passear para Paris alegadamente com empréstimos e mesadas da mãe (mesmo se verdade, aparentemente consideram que um adulto em quem se pode confiar decisões políticas de um país pode ter somente este tipo de receitas) e o espumar de raiva por PPC, bem, não se ter tornado um sem abrigo ou caído noutra situação igualmente destituída.
Os portugueses escolheram Pedro Passos Coelho em duas eleições legislativas. Em 2011 e 2015 . Governou o país numa situação dramática, com medidas pesadas, para as quais ninguém apresentou alternativa, incluindo quem levou o país à pré-bancarrota . E saiu do governo não por os portugueses o desejarem, mas porque foi encontrada uma solução parlamentar que nunca foi a votos.
Pela sua mão o país teve uma saída limpa do programa da Troika, crescendo economicamente e consolidando as contas públicas .
Pois, é este homem que segundo uns medíocres que vomitam ódio não tem curriculum para trabalhar. Não pode ensinar porque não fez caminho na academia e não pode aceitar um emprego numa empresa privada ou pública porque um primeiro ministro de uma forma ou outra influenciou a vida dessas empresas. Resta-lhe ter enriquecido no cargo .
É esta a visão dos que há bem pouco tempo nos queriam vender as "narrativas" de uns quantos que se tornaram milionários na sua passagem pela vida política.
Sergio Sousa Pinto, Deputado pelo PS:
“A experiência de um ex-primeiro-ministro, qualquer que seja, é única e valiosa. Por isso são disputados pelas melhores universidades dos seus países, sendo essas, não raro, as melhores universidades do mundo. Poucos aceitam, preferindo a liberdade e o proveito do circuito de conferências remuneradas a peso de ouro. Aqui, como é de regra, é tudo ao contrário. Pedro Passos Coelho, testemunha privilegiada e actor de um período crítico da vida nacional - a avaliação que fazemos dele não é para aqui chamada - decidiu dar aulas. Podia ter sido cooptado pelos “donos disto tudo”, como consultor, lobista ou ornamento. Mas não, decidiu ensinar e ser professor. A pátria, chocada, vomita insultos. Meia dúzia de pessoal menor da Academia, devidamente encartada de títulos e graus, inchou de indignação. A universidade, desviada por instantes do negócio dos doutoramentos, habituada a debitar doutores como salsichas, rugiu. Acham, certamente, que Passos não é um Vitorino Magalhães Godinho ou um Lindley Cintra. É certo. E dos actuais doutores encartados, quantos são? Passos não fez o percurso habitual na nossa terra, muito celebrado, de caloiro a catedrático, sem nunca conhecer outras paredes. Ainda bem para ele. Ainda bem para os futuros alunos dele.”
Os ventos não estavam de feição bem ao contrário dos que sopram actualmente. Houve erros de navegação mas não erros de orientação . A direcção estava traçada e foi conseguida.
Entregou o barco em muito melhores condições do que aquelas em que o recebeu não obstante terem ficado muitas manobras por fazer.
Mas enquanto Portas dançava por entre os pingos da chuva, e Costa afiava as facas, Passos Coelho, sem alarido nem vedetismo, lá ia mantendo a linha de rumo. Uma linha de rumo que, apreciando-se mais ou menos, haveria de permitir uma saída tão limpa quanto possível do programa de resgate. É certo que houve erros de política, que prejudicaram a acção do Governo. E que também houve a política do BCE, que ao invés ajudou o Governo. Mas no essencial a linha de rumo foi de encontro ao objectivo traçado: o défice externo (e principal causador da intervenção externa) foi eliminado, o défice público passou de 10% para menos de metade (excluindo efeitos extraordinários), e a economia voltou a crescer a partir do final de 2013 (tendência que se manteria até aos dias de hoje).
É claro que vários problemas ficaram por resolver. A reforma do Estado, por exemplo, ficou por fazer. Contudo, nem o país estava preparado para a fazer nem o então vice-primeiro ministro, que dela fugiu como o diabo da cruz, a queria fazer. Ao mesmo tempo, o buraco na banca também ficou por resolver, ainda que neste domínio Passos Coelho tivesse sempre delegado na independência dos reguladores a resolução dos males bancários. Desafortunadamente, os reguladores, eles próprios perdidos no seu labirinto burocrático, falharam tanto ou mais que o Governo.
Em Democracia é assim, avança quem estiver em melhores condições para conrresponder às necessidades do partido e do país.
Passos Coelho governou num período muito dificil, recebeu como herança um país na pré-bancarrota, foi resiliente e corajoso. Aqui e além foi longe demais empurrado pelos ventos que sopravam lá de fora . O FMI diz que o excel estava certo e que os problemas sociais eram da responsabilidade da União Europeia. Sai depois de ganhar duas eleições legislativas e de perder as autárquicas.
Rui Rio é um político experiente, foi deputado, secretário-geral do partido e presidente da câmara do Porto onde deixou um rasto de competência e de grande rigor. Arrostou com interesses organizados na Invicta e derrotou-os . É conhecido no país e nas estruturas do partido. Tem uma costela alemã que lhe dá resiliência.
Mas tem ainda que apresentar ao país um programa de governo. Sabemos que é pró- zona euro e pró-união europeia. Economista defensor da economia de mercado e de um estado mais regulador que interventor. Mas isto é pouco precisamos de saber o que pensa sobre as diversas áreas da governação.
Sabemos também que esta política de pequenos passos do actual governo à boleia do exterior, sem as reformas que o pais precisa, não resolve os problemas de sempre. Pobreza, desigualdade, contas desequilibradas, endividamento e deterioração das contas externas.
Como já é mais que evidente não chega agradar aos parceiros anti- zona euro . É tudo poucochinho.
"Parece que está muita gente incomodada pelo facto de Pedro Passos Coelho ter dito que não se demitiria da liderança do PSD se perdesse as eleições autárquicas.
Mas acho estranho que ninguém fique incomodado pelo facto de António Costa, aquele que perdeu clamorosamente as eleições legislativas de 2015, aquele que teve a maior derrota de que há memória em 43 anos de Democracia, não se ter demitido da liderança do PS."
Luis Faria
"Ou seja, Passos presidente de um partido nacional devia demitir-se em resultado de eleições regionais.
Costa, presidente de um partido igualmente nacional, não só não se devia demitir em resultado de um desaire em eleições nacionais, como tem toda a legitimidade em formar governo.
Arre porra, que o esquerdalho tem mesmo mau íntimo!"
António Frazão
PS : Passos é resiliente, dará luta mas terá a clareza de espírito necessária para tomar a decisão que melhor servir o partido. Não irá para a liderança porque sim se outro ou outros estiverem melhor posicionados.
Fácil, era agora abandonar o barco como fez Guterres após idêntica derrota com a agravante de ser na altura primeiro-ministro . Sabemos que essa decisão não foi positiva para o país que entrou numa fase má com a vitória de Durão Barroso, a sua fuga para Bruxelas e a sua substituição por Santana Lopes que foi demitido por Sampaio embora gozasse de maioria absoluta.
Dizem que as gatas apressadas ...
Ricardo Salgado dá um enorme elogio a Passos Coelho ao garantir que mais ninguém deixaria cair o seu banco e fazer desaparecer das paredes o nome da sua família. O " dono disto tudo" também conhecido por "Espirito Santo".
E é verdade . Outro qualquer governo acharia o banco demasiado grande para o deixar cair e ali enterraria uns biliões à conta dos contribuintes. Lembremo-nos do BPN que foi nacionalizado por Sócrates com o argumento que não se tratava de um banco sistémico, com 400 milhões salvava-se o pequeno banco mas, a verdade, é que já vamos em 7 000 milhões.
O banqueiro quer agora que acreditemos que nada sabia da batota nas contas, logo ele que ia a todos os negócios de braço dado com o estado. Desde a Comporta aos submarinos, comunicações, assessoria, consultadoria, seguros...
Apresenta-se como se fosse um imbecil, mas Passos não foi nessa, Vanessa...