Eu respeito a Fé dos milhões de pessoas que por esse mundo acreditam nos milagres de Fátima. É quanto basta para não alinhar em petições demagógicas que só têm como objectivo tirar brilho à visita do Papa Francisco.
Todos os anos Fátima é visitada por centenas de milhares de pessoas que dessa forma dão mais esperança às suas vidas. Só temos que respeitar como temos que respeitar quem não crê. Sempre que um Papa visita Portugal há um pequeno grupo de pessoas que se agita incomodado, de nada valendo os muito milhares que o recebem com alegria . Entre essas pessoas há gente séria que fez de Fátima uma história que analisam . Não tenho nada contra mas incomoda-me que essas mesmas pessoas não respeitem a fé dos crentes.
É um negócio para muita gente que vive em Fátima e nas proximidades ? Seja, não vem daí nenhum mal ao mundo e, muito pelo contrário, já ouvi relatos comoventes de visitantes e de peregrinos de Fátima. Longe de mim tirar essa alegria a quem tem tão pouca.
Uma petição contra a visita de Francisco não serve rigorosamente para nada mas mostra a intolerância de alguns . E essa intolerância não se regista só em relação à religião. Também na política há muitas petições contra a liberdade de acreditar.
A liberdade de expressão é um direito fundamental mas deve exercer-se sem ofender. Quem o diz é Francisco l, o Papa.
Não podemos ofender, ou fazer a guerra, ou matar em nome da própria religião, em nome de Deus", afirmou. Matar em nome de Deus "é uma aberração" e "é preciso ter fé com liberdade, sem ofender, sem impor, nem matar", frisou.
"O que se passa atualmente (com os atentados islamitas) choca-nos, mas pensemos na nossa Igreja: quantas guerras religiosas tivemos, pensemos na noite de São Bartolomeu (massacre desencadeado pelos católicos contra os protestantes franceses e que marcou o início, no século XVII, das guerras religiosas. Também fomos pecadores", lembrou.
Heróis são aqueles que morreram para defender a liberdade religiosa. Heróis são aqueles que morreram para defender a liberdade de expressão. No centro está a maioria que quer simplesmente viver em liberdade.
Bem sabemos que a Igreja Católica de Roma tem por costume declarar santos os homens que parecem estar já ao pé de Deus antes do denominado Juízo Final, do qual falam os textos sagrado dessa confissão, especialmente o Evangelista João no seu texto Apocalipses, datado no I Século da nossa era. São João Evangelista ou Apóstolo João, foi um dos doze apóstolos de Jesus e além do Evangelho segundo João, também escreveu as três epístolas de João (1, 2, e 3) e o livro do Apocalipse. Há que se destacar aqui a existência de uma controvérsia sobre o verdadeiro autor do Apocalipse, mas uma tradição representada por São Justino e amplamente difundida no século II Ireneu de Lyon, Clemente de Alexandria, Tertuliano, o Cânone Muratori), identifica o autor como sendo o apóstolo João, o autor do quarto evangelho. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Evangelista ou o livro BAC Dominicano, Madrid 1953, ou em http://pt.wikipedia.org/wiki/Apocalipse.
Mas há os que acreditam que muitos santos varões e mulheres, gozam já da visão da eternidade ao pé de Deus, como o caso dos declarados santos no dia de ontem, 27 de Abril de 2014.
Sabemos a sua história, levaram uma vida pública por todos conhecida. Giusepe Roncalli foi Papa eleito nos finais dos anos 50 do Século passado, reinou 4 anos e medio e morreu aos 81 anos. O interessante é que ele foi o 9º filho de uma família rural pobre e estudou para sacerdote como única saída para sua manutenção. A história é conhecida e não vou reiterar. A sua vida pode ser lida em http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_XXIII . O que não se sabe dele é que foi nomeado Embaixador do Vaticano na Bulgária, pelo Papa Pio XI em 1925. Ângelo Roncalli tornou-se também amigo de vários judeus importantes e da Rainha Joanna da Bulgária , mulher de Boris III e filha do Rei Vítor Emanuel III da Itália .[] No dia 30 de Novembro de 1934 , Roncalli passou a ser Arcebispo-titular de Mesêmbria.Em 1935 , Roncalli foi nomeado administrador apostólico do Vicariato Apostólico de Istambul , constituído por uma comunidade estimada em 35 mil católicos de rito romano e oriental . Foi também nomeado delegado apostólico na Turquia e na Grécia , onde trabalhou intensamente ao serviço dos católicos e estabeleceu um exemplar diálogo respeitoso com os ortodoxos e os muçulmanos .[1] Apesar de não ter nenhum status diplomático, desenvolveu relações cordiais com vários funcionários públicos e diplomatas sediados na Turquia, nomeadamente o embaixador alemão Franz von Papen . Durante a Segunda Guerra Mundial , Roncalli, sediado na Turquia neutra, conseguiu salvar muitos judeus. Em 1944 , num dos seus sermões proferidos em Istanbul , revelou já o seu desejo em convocar um concílio ecuménico , que iria ser no futuro o Concílio Vaticano II (1962-1965) E é esto o que me interessa: a sua defessa do povo hebreu perseguido pelos nazis.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Roncalli, sediado na Turquia neutra, conseguiu salvar muitos judeus com a distribuição gratuita de permissões de trânsito fornecidas pela Delegação Apostólica, de certificados de batismo temporários e de certificados de imigração para a Palestina arranjados por organizações judaicas.[18] Ele teve pela primeira vez um vago conhecimento do sofrimento dos judeus em Setembro de 1940, quando contatou e ajudou refugiados judeus vindos da Polónia a alcançarem a Palestina, naquela altura um território sob mandato britânico . Desde então, fez inúmeras tentativas, umas infrutíferas e outras bem-sucedidas, para ajudar e salvar judeus de diversos países e regiões, tais como a Hungria , a Roménia , a Transnistria , a Itália, a França, a Alemanha, a Eslováquia , a Croácia , a Grécia e a Bulgária, onde intercedeu a favor dos judeus junto do Rei Bóris III da Bulgária . Além disso, continuou também a ajudar corajosamente os refugiados judeus que conseguiram chegar à Turquia a alcançarem a Palestina. Para tal, cooperou com diversas pessoas de boa vontade, nomeadamente Chaim Barlas, representante da Agência Judaica em Istambul , Rabino Chefe Yitzhak HaLevi Herzog (ou Isaac Herzog) e Ira Hirschmann, delegado norte-americano do "War Refugee Board" em Istanbul.
Muito mais do que notificar a dramática situação e transmitir pedidos de Barlas e outros ao Vaticano, uma das suas ações humanitárias mais importantes foi coordenar o envio, através de agentes judaicos da Palestina e dos correios e representantes diplomáticos da Santa Sé, de milhares de vistos turcos, certificados de imigração e certificados de batismo temporários para vários clérigos e religiosos católicos residentes na Hungria, tais como as irmãs da Congregação de Nossa Senhora do Sião e o Arcebispo Angelo Rotta, núncio apostólico em Budapeste e colaborador do diplomata sueco Raoul Wallenberg. Em seguida, eles distribuíam estes documentos para os judeus húngaros, com o objetivo de lhes permitirem fugir para a Palestina através da Turquia ou simplesmente sobreviverem na Hungria, ocupada pelos alemães em 1944, visto que os nazis geralmente não prendiam os judeus batizados ou protegidos pela Igreja Católica, por respeito pela neutralidade da Santa Sé . A distribuição gratuita e massiva de certificados de batismo, muitos deles falsos e independentemente se os seus beneficiários receberam ou não o batismo, foi idealizada por Roncalli e apoiada por Ira Hirschmann. Ele inspirou-se em alegados casos de algumas freiras da Congregação de Nossa Senhora do Sião que já distribuíam secretamente estes certificados aos judeus húngaros. Os clérigos húngaros também emitiram os seus próprios certificados de batismo e Angelo Rotta, além de emitir também mais de quinze mil permissões de trânsito e salvos-condutos , protegeu pessoalmente várias casas seguras em Budapeste que alojavam judeus. Por causa deste enorme esforço conjugado, em Fevereiro de 1945, quando Budapeste foi ocupada pelos soviéticos, cerca de 100 mil judeus conseguiram sobreviver à ocupação alemã, ou seja, cerca de metade da população judia da Hungria. No final da Guerra, estimou-se também que se salvaram entre 24 mil a 80 mil judeus só com os certificados de batismo.
Roncalli até conseguiu a ajuda do embaixador alemão Franz von Papen na sua missão de salvar judeus: segundo o seu testemunho escrito ao Tribunal de Nuremberga , Roncalli afirmou que von Papen deu-lhe a possibilidade de salvar a vida de 24 mil judeus. Por isso, em reconhecimento deste trabalho humanitário, a Fundação Internacional Raoul Wallenberg defende, desde o ano 2000, a atribuição do prémio Justo entre as nações a Roncalli, cujas ações humanitárias estão a ser investigadas e estudadas com mais pormenor por esta fundação.As minhas fontes são as mesmas que levaram a wikipédia a reconstruir a vida de Roncalli. Por outras palavras, pesquisei entre os documentos que fizeram dele Santo e este foi o mais interessante. O memorial Yad Vashem não existia nos tempos em que Roncalli salvou hebreus do holocausto, e 25 Bispos Católicos de 32, que debateu com Charles de Gaulle por ser colaboracionistas, durante a ocupação nazi de Paris, do governo de Vichi que trabalhava com Hitler. Sete foram fuzilados. Esta história tinha-se guardado em segredo para não ferir hebreus salvos e porque o que interessou sobre Roncalli mais tarde, foi o Concilio Ecuménico que convocou como Papa João XXIII. Bem como os milagres de curar doentes que se diz ele fizera en vida, que é o que interessa a Cúria Romana da Causa dos Santos. No meu ver, esta era a parte mais importante para essa inscrição feita ontem pelo Papa Francisco. Em breve receberá o título de Justo entre as Nações, que é o que mais me interessa.
E Wojtila? Era natural para ele defender os judeus da Polónia, por ser filho de uma hebreia que faleceu quando ele era pequeno. Aliás, era Bispo, Arcebispo e Cardeal Primado de Cracóvia e todos acudiam a ele. Era um homem forte, valente, derrotou nazis com as suas palavras, salvou judeus com a sua homilia permanente e a organização da resistência, bem como libertou os poloneses do jugo estalinista, passando a Polónia a ser um país católica livre, sem uma União Soviética já derrubada, a hostilizar a classe operária. Era natural que João Paulo II luta-se em prol dos judeus.
Mas, e Pio XII? Porque os Papas filhos de hebreias como Ratzinger, Wojtila, Montini o Paulo VI naturalmente defendiam israelitas? Era natural em eles pela sua ascendência, especialmente a seguir a declaração de João Paulo II que nas suas visitas a Israel declarava que os judeus eram os irmãos maiores de todo um povo eleito por Deus como seu e orava nas sinagogas e no Muro das Lamentações como mais outro judeu. Juntou as formas de acreditar, respeitando, orientado pelo Talmude, como Freud, as formas diferentes de louvar Deus. Mas, insisto, e Pio XII, filho, neto, bisneto da aristocracia vaticana, porque não tem sido declarado Justo entre as Nações, após ter salvado milhares de judeus de perseguição de Mussolini, de Hitler? Porque era discreto. Foi Núncio Apostólico na Alemanha e falava alemão a perfeição e escreveu em alemão a carta em que condena os antissemitas.
O texto de John Akin redime o que no se sabia, e pode ser lido em http://www.quadrante.com.br/#inicio , texto que redime a Pio XII, acusado de colaborar com os alemães, mas por pessoas ressentidas com ele. Pio XII. A 28 de abril de 1935, quatro anos antes do início da Guerra, Pacelli fez um discurso que atraiu a atenção da imprensa mundial. Falando para um público de 250.000 peregrinos em Lourdes, França, o futuro Papa afirmou que os nazistas “são, na verdade, apenas uns plagiários que cobriram velhos erros com um manto novo. Não faz qualquer diferença se os homens se arrebanham sob cartazes que pregam a revolução social, se guiam por um falso conceito da vida e do mundo ou estão possuídos pela superstição do culto ao sangue e à raça ” (3). Foram palavras como essas, somadas às observações privadas e às inúmeras notas de protesto que o Cardeal secretário de Estado enviou a Berlim, que lhe angariaram a merecida reputação de inimigo do partido nazista.O Dr. Joseph Licthen, um judeu polonês que foi diplomata e mais tarde representante da Liga Judaica Antidifamação B’nai B’rith, escreve: “Pacelli obviamente já havia definido claramente a sua posição, pois os governos fascistas, tanto na Itália como na Alemanha, falaram duramente contra a possibilidade da sua eleição como sucessor de Pio XI em março de 1939, apesar de o Cardeal Secretário de Estado ter sido núncio papal na Alemanha entre 1917 e 1929 <...>. No dia seguinte à sua eleição, o Berliner Morgenpost alardeava: «A eleição do Cardeal Pacelli não é benéfica para a Alemanha, pois ele sempre se opôs ao nazismo e praticamente determinava a política do Vaticano sob o seu predecessor» “ (4).
O ex-diplomata israelense e atual rabino ortodoxo Pinchas Lapide afirma também que Pio XI “tinha boas razões para fazer de Pacelli o arquiteto da sua política antinazista. Dos quarenta e quatro discursos feitos pelo núncio Pacelli em solo alemão entre 1917 e 1929, ao menos quarenta continham ataques ao nazismo ou condenações da doutrina de Hitler. <...> Pacelli, que nunca se encontrou com o Führer, designava o nazismo como um «neopaganismo.
Já Papa, escondeu judeus nos seus aposentos e fora da Cidade-Estado. Enquanto os EUA, o Reino Unido e outros países negavam a entrada de refugiados judeus durante a Guerra, o Vaticano emitia dezenas de milhares de documentos falsos para permitir que judeus se passassem por cristãos, escapando assim dos nazistas. E ainda há mais. A ajuda financeira de Pio XII aos judeus foi bem substancial. Lichten, Lapide e outros cronistas judeus da época mencionam milhões de dólares, e vale lembrar que o dólar valia bem mais do que hoje.
Quem queira saber mais, deve ler o documento, citado antes.
No entanto, não consigo deixar de invocar estes parágrafos, que fazem de Pio XII um Justo entre as nações:
Pio XII já se vinha empenhando muito para conseguir que os judeus emigrassem da Itália antes da invasão nazista; depois, teve de dirigir os seus esforços no sentido de encontrar locais onde escondê-los. “O Papa – escreve Lichten – deu ordem para que os prédios religiosos fossem usados para abrigar judeus, mesmo à custa de grande sacrifício por parte dos ocupantes, e liberou os mosteiros e conventos da clausura (regra que permite apenas o acesso de algumas pessoas às casas religiosas), para que assim pudessem ser usados como esconderijos. Milhares de judeus – fala-se de quatro a sete mil – foram escondidos, alimentados, agasalhados e alocados em 180 refúgios na Cidade do Vaticano, nas igrejas, nas basílicas, nos prédios administrativos da Igreja e nas casas paroquiais. Um número desconhecido de judeus foi acolhido em Castelgandolfo, a residência papal de verão, além de casas particulares, hospitais e orfanatos; e o Papa assumiu pessoalmente o cuidado pelos filhos dos judeus deportados da Itália” (14).
O rabino Lapide registra que “em Roma vimos uma lista de 155 conventos e mosteiros italianos, franceses, espanhóis ingleses, americanos e também alemães – na sua maioria, propriedades extraterritoriais do Vaticano –, <...> que abrigaram cerca de cinco mil judeus durante a ocupação alemã. Nada menos do que três mil encontraram asilo na residência de verão papal em Castelgandolfo; sessenta viveram por nove meses na Universidade Gregoriana Jesuíta e meia dúzia dormiam no porão do Pontifício Instituto Bíblico” (15).
Mais nada se acrescenta. Os novos santos estão nos seus altares de forma natural. Pio XII arriscou a sua vida para salvar milhares, como Roncalli tinha feito.
Hoje e dia de festa para vários, salvo seja para pessoas como eu que não tolera erros tão duros, como acusar um defensor do holocausto de milhares de perseguidos, apenas pela adoides de ver un Pacelli no trono de Pedro. Que dirão Francisco I e Ratzinger?
Gostava eu de saber. Pacelli foi um Justo entre as Nações. A sua discrição não o tornou público, mas o Memorial de Yad Vashem fará justiça.
Falta uma imagem entre os Papas Santos: Eugénio Pacelli.
Repare-se bem que o Papa não estava simplesmente permitindo que os judeus se escondessem em diversos edifícios da Igreja em Roma. Escondia-os no próprio Vaticano e na sua residência de verão. O seu sucesso em proteger os judeus italianos dos nazistas é notável. Lichten registra que, depois do fim da Guerra, se pôde verificar que apenas oito mil judeus foram levados da Itália pelos nazistas (16) – bem menos do que em outros países europeus. Em junho de 1944, Pio XII enviou um telegrama ao General Miklos Horthy, governante da Hungria, e conseguiu evitar a planejada deportação de 800.000 (!) judeus daquele país.
Os esforços do Papa não ficaram despercebidos pelas autoridades judaicas, mesmo durante a Guerra. O rabino-chefe de Jerusalém, Isaac Herzog, enviou pessoalmente uma mensagem de agradecimento a Pio XII em 28 de fevereiro de 1944, na qual diz: “O povo de Israel nunca esquecerá o que Sua Santidade e seus ilustres representantes, inspirados pelos eternos princípios da religião que formam as próprias fundações da civilização verdadeira, estão fazendo pelos nossos desafortunados irmãos e irmãs no momento mais trágico da nossa história, o que é a prova viva de que a Providência Divina age no mundo”
“Nós compartilhamos do grande pesar que atinge o mundo por causa da morte de Sua Santidade Pio XII <...>. Durante os dez anos do terror nazista, quando o nosso povo passou pelos horrores do martírio, o Papa levantou a sua voz para condenar os perseguidores e condoer-se das vítimas” (Golda Meir, representante de Israel na ONU e futura primeira-ministra israelense).
“Com especial gratidão, nós recordamos tudo o que ele fez pelos judeus perseguidos durante um dos períodos mais negros de toda a sua história” (Nahum Goldmann, presidente do Congresso Judaico Mundial).
“Mais do que qualquer outro, nós tivemos a oportunidade de apreciar a grande generosidade, cheia de compaixão e magnanimidade, que o Papa demonstrou durante os terríveis anos de perseguição e terror” (Elio Toaff, Rabino-chefe de Roma após a conversão de Zolli).
Enfim, podemos concluir com uma declaração citada por Lapide, que não foi dada por ocasião da morte de Pio XII, mas depois do fim da Guerra pela figura judaica mais conhecida do século XX, Albert Einstein: “Apenas a Igreja Católica protestou contra a violação da liberdade por Hitler. Até então, eu nunca me havia interessado pela igreja, mas hoje sinto uma grande admiração por ela, que teve a coragem de combater sozinha pela verdade espiritual e pela liberdade moral”
Um belíssimo texto onde se percebe o oportunismo de certos senhores donos da verdade. (...) Ah, não, espera, isso já não pode ser – porque isso é caridade. E a caridade não serve os propósitos de certa esquerda, que a vê como uma forma de os ricos perpetuarem o jugo sobre os pobres, dando-lhes apenas o suficiente para eles não se revoltarem. Essa esquerda adora ouvir o Papa dizer que a “economia mata”, mas não suporta ouvir D. Manuel Clemente dizer que a “fé actua pela caridade”. Lá está: é o velho tique de amar muito a Humanidade como um todo, mas não ter grande interesse pelos homens em particular. A Igreja não funciona assim: cada pessoa é sagrada – individualmente sagrada, a cada hora do dia, e por isso não pode ser usada como um meio (o sofrimento como combustível da revolta) ainda que ao serviço de um fim muito bem-intencionado (um mundo onde todos sejam iguais)
Aos 76 anos o passado é longo e exigente. Ser Bispo na ditadura Argentina é algo que marca profundamente, e ainda mais se um dia se for Papa."
A ascensão religiosa de Jorge Mario Bergoglio coincidiu com um dos períodos mais obscuros da Argentina: a ditadura militar(1976-1983). Foi acusado de não proteger dois jesuítas que foram sequestrados clandestinamente pelo governo militar por fazerem trabalho social em bairros de extrema pobreza. Ambos os padres sobreviveram a uma prisão de cinco meses.
O caso é relatado no livro "Silêncio", do jornalista Horacio Verbitsky, também presidente da entidade privada defensora dos direitos humanos CELS. A publicação leva em conta muitas manifestações de Orlando Yorio, um dos jesuítas sequestrados, antes de morrer em 2000.
"A história condena-o: mostra-o como alguém contrário a todas as experiências inovadoras da Igreja e, sobretudo, na época da ditadura, mostra-o muito próximo do poder militar", disse há algum tempo o sociólogo Fortunato Mallimacci, ex-decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.
Os defensores de Bergoglio dizem que não há provas contra ele e que, pelo contrário, o novo Papa ajudou muitos a escapar às Forças Armadas durante os anos de repressão no seu país, tendo mesmo usado um encontro com o general Videla para interceder em defesa das vítimas da ditadura."
Um magnifico texto no "Portugal dos pequeninos". Um homem feito Papa que não suporta , intelectualmente, a mediocridade e a vulgarização de tudo o que o "homem médio" tomou como importante. "Agora ficamos definitivamente entregues aos "homens que calculam", à mediocridade da chamada "vida material" e aos pequenos palermas que a conduzem. Ratzinger é um pensador maior do século XX e, nesse sentido, a sua "lição" permanece. Também permanecem as suas intervenções enquanto Papa Bento XVI. Sem uma palavra a mais ou de menos, o Papa soube, como poucos na sua posição, entender a contingência da "condição humana" e, intimamente, sempre desconfiou do "homem" em quem não confia, o chamado "homem médio". As alturas de Ratzinger nunca foram "deste" mundo". Imagino que para além da questão física, pese mais em Ratzinger a questão espiritual e a questão racional que, nele, não se distinguem. Deve-lhe ser intelectualmente insuportável assistir à vulgarização de tudo apesar da fé.