A qualidade do ar melhorou significativamente com a redução da actividade humana .
Dois estudos publicados no ano passado pela revista americana Geophysical Research Letters, mostram o que foi o resultado da pandemia, na primeira vaga: "A poluição por dióxido de azoto no norte da China, na Europa Ocidental e nos EUA diminuiu em até 60%, quando comparado o mesmo período de 2019." Nas cidades chinesas, a queda da poluição foi de 40%, e ficou entre 20% e 38% na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Mas no Irão, um dos primeiros países afetados pelo coronavírus, a poluição não caiu. Os especialistas justificam que isso aconteceu porque o confinamento no país não foi decretado até o fim de março e, antes disso, "as ordens para ficar em casa foram ignoradas".
A pandemia terá consequências, sabemos agora que está na mão do homem a possibilidade de melhor qualidade de vida a curto e médio prazo.
Sem alternância governativa seremos mais um país que não encontra caminhos para fazer as reformas necessárias. Nos últimos 25 anos o PS esteve 80% do tempo no poder e o país empobreceu.
Com a geringonça o governo PS não fez uma única reforma que permitisse tornar a economia mais competitiva e mais amiga do investimento. Os extremos à esquerda e à direita bloqueiam as medidas de centro esquerda e centro direita . Costa apressou-se a afastar o PCP e o BE mas já não foi a tempo. A pandemia apanhou-nos com uma dívida cavalar, um crescimento do PIB medíocre e as contas externas que tinham regressado ao positivo depois das medidas da troika voltaram ao negativo.
Os três indicadores que não deixam dúvidas. Portugal caminha para uma crise de que ainda não se conhece a dimensão. Falta a taxa de juros que o BCE tem mantido em níveis historicamente baixos para que a tempestade seja perfeita.
Mas não é altura para Marcelo mudar o governo. Deve ser mais exigente mas é tempo de deixar Costa mostrar o que vale numa situação em que é o principal culpado.
E vamos ver se alguma austeridade tão mal vista de Passos Coelho não entrará no menu . É que não é por acaso que os salários são os mais baixos da UE, as pensões são miseráveis e o SNS abana sem investimento.
E é também por isso que o PSD não deve deixar-se aprisionar por extremismos embora não deva também cair na ratoeira de afastar apoios que lhe são necessários para governar.
Eternizar o PS no poder seria uma calamidade que ameaçaria a Democracia.
Todos esperam que o governo tome as medidas necessárias a proteger a saúde e as vidas da população. Mal se compreenderia que governantes e governados não entendessem que essa é a maior prioridade.
Estamos todos à espera, claro, que o governo tenho o rasgo de poupar vidas e salvar empresas e rendimentos. Mas ninguém tem que ser génio .
O problema que António Costa deve enfrentar é a capacidade de investir bem o dinheiro de Bruxelas e não o derreter em projectos estatais megalómanos. Salvar as empresas viáveis e criar novas empresas inovadoras . Ajudar à concentração empresarial.
Mas o governo tem também a obrigação de encarar os grandes problemas que ficaram sem solução, como a TAP, o Novo Banco, a refinaria de Matozinhos da Galp, os projectos do Hidrogénio e do Lítio. É que alguns destes projectos vão gerar muito desemprego no imediato e o rendimento ( o malfadado lucro) se vier será mais a médio e longo prazo.
E aí sim, haverá gente a lamentar-se por ficar no desemprego, empresas que deixam de produzir, partidos zangados por afinal já não ser preciso modernizar o tecido empresarial . Como já se vê com os trabalhadores da TAP e da Refinaria de Matozinhos . E as populações das regiões onde há lítio que se mobilizam para salvar o ambiente.
António Costa não tem como fugir a essas medidas que zangam trabalhadores, partidos à esquerda, sindicatos e populações.
Tem a obrigação e o direito de governar em tempos difíceis .
São 46 mil milhões o total das moratórias a que empresas e famílias deitaram mão por não conseguirem solver os seus problemas financeiros junto da banca . Quantos destas empresas e famílias irão conseguir pagar os empréstimos ? E o que acontecerá aos que não conseguirem pagar ?
Falências e despedimentos serão a solução . Algumas dessas empresas não merecem continuar a operar por serem inviáveis e desta forma também se renova o tecido empresarial . Mas o Estado depois da miragem de dinheiro que vai lançar sobre os grandes buracos nacionais terá músculo financeiro para apoiar os empresários ?
A pandemia também atacou todos os outros países europeus mas muito poucos estão na situação paupérrima em que se encontra o país de Costa. Porque contrariamente à narrativa o país não cresceu economicamente, a dívida não se reduziu e o défice estrutural não foi controlado. Um mar de mentiras.
As mentiras da governação do PS, PCP e BE têm perna curta. Vamos ver quem é o culpado desta vez.
Como é possivel que a Ministra da Saúde e o 1o Ministro tenham perdido 8 meses sem negociar com a saúde privada um quadro de entendimento sério e equilibrado que permitisse aumentar a capacidade de resposta à pandemia?
Quanto às suas inclinações políticas, Marta Temido, que Costa recrutou como independente, assume que está “numa linha mais à esquerda — aliás, esquerdista é subtítulo que não me ofende“. Tanto assim é que, quando lhe chega a mostarda ao nariz, tem uma preferência musical inusitada:
Quando estou muito irritada, costumo ouvir o hino da CGTP-IN (Internacional Socialista). Cá está, esta é daquelas que não devia dizer, mas é a verdade”, apontou na entrevista.
E cá está a justificação para o ódio que tem ao sector privado da Saúde. É preciso dizer-lhe que enquanto ministra não pode prejudicar os doentes por razões ideológicas.
É importante para o PCP e para os seus militantes mas não é importante para o país.
Muito mais importantes são as festas centenárias de verão das aldeias que recebem milhares de compatriotas emigrantes. Importantes para o comércio local. Importantes para as famílias que esperam ansiosamente durante um ano pelos seus entes queridos.
E, no entanto, foram proibidas. E bem. Porque há leis e regras para cumprir e que se aplicam a todos.
Os comunistas não podem esperar que não se aplique à sua Festa o que se aplica a todos os outros. Há excepções ? Infelizmente há e foram protagonizadas pelos mais altos dignitários do estado. Mas não é razão suficiente para esquecer o mais importante de tudo.
Estamos em plena pandemia que só nós podemos travar e juntar milhares de pessoas num só recinto não se aconselha.
Hoje sabemos bem mais do que no início da pandemia. Sabemos quais são os grupos mais vulneráveis e as condições mais propensas ao contágio. Resta-nos exigir no bom senso das pessoas.
Eu que tenho 74 anos ( e a quem o médico lembra a miúde "olhe que você já tem 74 anos") se me disserem que vou passar os anos que me restam confinado em casa digo já que não contem comigo. Quero apanhar ar e sol, almoçar numa esplanada, ver as minhas netas a brincar no jardim sem correr riscos desnecessários para mim e para os outros. É assim também que pensam os meus amigos.
A juventude que acha que não pode passar sem umas cervejolas partilhadas, que não pode amansar a líbido e que a praia só é boa se estiverem todos em cima uns dos outros, tem que perceber que o mundo não é cor de rosa a todo o tempo e que tem deveres. Se não perceber isso é porque não percebe nada e então a Autoridade deve ter mão pesada.
O governo hoje andou para trás com uma série de medidas que apertam a liberdade de comportamentos. Fecho de espaços comerciais às 20 horas e proibição de ajuntamentos com mais de 10 pessoas em Lisboa.
E se não melhorar virão mais restrições. Fatal como o destino.
O SNS convocou toda ou quase toda a sua capacidade para responder ao covid-19 com grave prejuízo dos outros doentes que apresentam patologias correntes. Há muita gente que viu adiadas as suas cirurgias, as suas consultas, análises e exames.
Hoje morreu um homem de 42 anos no Hospital de Santo André em Leiria depois de uma espera nas urgências de seis horas. De enfarte.
Apresentou-se com uma dor localizada no lado esquerdo do tórax sinal mais que suficiente para ser de imediato sinalizado como "urgente". Mas a verdade é que na classificação de Manchester foi sinalizado com fita amarela. Não urgente.
É o preço que iremos pagar por os hospitais públicos estarem saturados e os profissionais exaustos ? A ideologia que arredou os hospitais privados e sociais deste período critico de combate ao vírus é a culpada ? Ou serão os profissionais que combatem na linha da frente ( aqueles a quem batemos palmas) que serão acusados ?
Oxalá este caso não seja o inicio da face mais negra da pandemia
A meio da pandemia ao SNS faltavam médicos e enfermeiros, máscaras e luvas, camas de cuidados intensivos e ventiladores.
A estratégia foi impedir que os doentes com coronavírus entupissem os hospitais do SNS. Para isso, o SNS mobilizou todos os recursos para combater a epidemia deixando para trás milhares de doentes sem cirurgias, sem consultas e sem exames e análises.
Para estes doentes - cancro, cardíacos, diabéticos e tantos outros- a DGS não chamou, numa estratégica concertada, os hospitais privados e sociais. Preferiu aumentar as listas de espera que saltaram dos 150 000 doentes habituais para os 400 000 ou mais do que isso.
Esta decisão é puramente ideológica, preferindo deixar sem tratamento milhares de doentes para dar a evidência toda aos hospitais públicos.
A para disto temos os médicos e enfermeiros a trabalhar 24 horas sobre 24 horas, exaustos e sem serem pagos pelas horas extras a que têm direito.
Quando há uma solução para os doentes e não se acciona essa solução por razões ideológicas e economicistas é nosso dever indignarmo-nos.
Lembram-se daqueles medicamentos que salvam vidas mas que por serem caros há doentes que morrem sem terem acesso ao tratamento ?
As situações são iguais. Só que num caso está o SNS no outro estão as milionárias farmacêuticas.
Há uma enorme injustiça entre as consequências desta pandemia nos trabalhadores do sector privado e os funcionários públicos.
O lay-off, as reduções de salários, o desemprego, as falências, os aumentos do endividamento são exclusivos daqueles que dependem do sector privado. Os funcionários públicos nada sofrem financeiramente com o confinamento, apesar de muitos nem sequer estarem em teletrabalho. Mesmo assim, apesar da crise, o Governo manteve os aumentos salariais e os sindicatos já estão a falar da necessidade de novos aumentos.
Para o setor privado, independentemente dos discursos políticos, a austeridade já começou e vai agravar-se.
Pouco se tem falado dos milhares empresários que têm vivido tempos de enorme dificuldade e em muitos casos dramáticos, em especial os das pequenas e médias empresas, que de um dia para o outro, sem qualquer responsabilidade, viram desmoronar os seus negócios, sendo incapazes de cumprir as suas obrigações perante trabalhadores, fornecedores e credores.