As PME só ganham 5,8% dos concursos públicos quando a média na Europa é de 51%. Mas gosta das grandes empresas rentistas que vivem à conta do dinheiro dos contribuintes.
Mas as PME repreesentam 80% do emprego e 60% das exportações. Há maior prova do centralismo do estado ?
Mesmo assim, as PME lusas continuam a criar emprego. Mais precisamente, 133.800 novos postos de trabalho até ao final de 2020, diz a Comissão Europeia
Em território nacional, há exatamente 888.421 PME que têm ao seu lado 875 grandes empresas, o que significa que representam 99,9% do tecido empresarial do sector não financeiro. Empregam 2.5999.955 trabalhadores (77,4%) e somam 59,5 mil milhões de euros em valor acrescentado (68,3%). Mas no que respeita a concursos públicos, as PME lusas estão em clara desvantagem face às congéneres europeias: o seu peso no valor total dos contratos adjudicados fica nos 5,86%, longe da média comunitária de 51%.
São estas empresas que precisam de um Estado amigo do empreendorismo.
Um sistema de cooperação entre sistemas públicos, privados e sociais e o recurso a PPP para ajudar a estabelecer padrões de gestão está a crescer em todo o mundo para responder às necessidades crescentes da Saúde. Em todo o lado, exceto em Portugal, onde se defende cada vez mais um SNS público e puro, sem dinheiro e falido.
O resultado está à vista. Quem tem dinheiro, quem tem seguro, quem tem ADSE ou outro subsistema consegue tratar-se. Quem não tem nada disso sofre. A cegueira ideológica está, neste caso, a criar cidadãos de primeira e de segunda.
Seguro público complementar ou não? Eis um problema importante que foi cuidadosamente excluído da discussão na recente Lei de Bases da Saúde.
O debate político sobre o financiamento do SNS começa a ficar confuso. Se é certo que a proposta de alargamento da ADSE, a generalidade dos cidadãos, encontra coerência nas propostas políticas de partidos como o CDS, a Aliança e a Iniciativa Liberal já não se percebe o sentido de propostas de ‘imposição’ da ADSE ou da criação de seguros públicos complementares ao SNS com o propósito de reforçar o financiamento público”, escreveu num post no Facebook com o título “Financiamento do SNS”.
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde defende a criação de um seguro público complementar que garanta uma cobertura extra nas áreas em que os portugueses mais gastam dinheiro com cuidados de saúde fora do SNS. “É um modelo que começa a ser usual na Europa. O caso francês é paradigmático. 85% dos franceses têm um seguro complementar para além do seguro social”, diz Francisco Ramos em entrevista ao semanário SOL, este fim de semana nas bancas.
Catarina Martins desafia o PS a escolher um lado, ou o público ou o privado. Mostra bem ao que vem. É uma posição ideológica que não tem em apreço o bem estar do doente.
O doente não pergunta se o hospital é público ou privado, interessa-lhe que seja bom, que seja tratado com profissionalismo segundo o "estado da arte" e a tempo, que não seja atirado para listas de espera onde muitos acabam por morrer.
O BE já teve uma boa resposta do PS . Isto não é a União Soviética onde o estado toma conta de tudo e de todos. Não, obrigado, o povo português anda em repetidas eleições a recusar esse modelo.
Um país pobre com um estado endividado e com maus serviços públicos não consegue manter um bom Serviço Nacional de Saúde . Pode ter alguns serviços de excelência mas não pode manter uma boa rede de serviços universais e gratuitos. Essa é a razão maior da existência de uma rede alargada de serviços privados e sociais. O Estado perante esta evidência só tem que escolher o lado do doentes. Tratá-lo dentro dos prazos medicamente indicados seja no público seja no privado. O resto são fantasias ideológicas.
Um bom exemplo é o Serviço Nacional de Saúde de Cuba que reconhecidamente tem bolsas de excelência a par de uma rede velha e desactualizada de hospitais . Um país pobre não pode ter um SNS rico.
O que o BE tenta com esta agenda ( hoje recuou ) é dar uma importância excessiva à gestão privada de três ou quatro hospitais públicos . Pessoalmente só vejo uma vantagem que é a de podermos retirar lições quanto aos modelos em confronto e, dessa comparação, melhorar a gestão pública e a gestão privada.
Alguém acredita que um hospital de 200 camas por exemplo, possa ter um orçamento na gestão pública de 10 e na gestão privada de 200 ou vice-versa ? Se pode é porque mais uma vez o Estado é incapaz de olhar para o interesse geral da nação.
Há cada vez mais concursos públicos que ficam desertos o que agrada muito ao ministro das finanças. Trava o investimento e não gasta dinheiro .É mais uma forma ardilosa de cativar verbas.
Se um concurso público fica deserto ou é porque já não há no país empresas interessadas em trabalhar ou então os montantes propostos são irrealistas . Parece ser este último caso, não ?
A ser assim o concurso devia ser reaberto com propostas aceites pelo mercado para que se concretizasse o investimento. Mas não, não é assim.
O que já não é possível esconder é a degradação dos serviços públicos, a inultrapassável carga fiscal e um nível de investimento comprometedor de um futuro mais próspero dos portugueses, que, afinal, devia ser o objectivo da política económica.
Depois de um período de análise e de cálculo de prémio e benefícios dever-se-á criar um seguro público obrigatório, de base populacional, para permitir o acesso supletivo de toda a população ao sistema nacional de saúde, ou seja, ao SNS e ao setor privado, incluindo o social, em regime convencionado ou livre (sujeito a reembolso parcial). A existência de acesso livre e concorrencial ao setor público e privado irá determinar menores tempos de espera, maior escrutínio de todos os intervenientes e, porque a oferta de cuidados aumentará em presença da procura, é expectável uma deflação dos preços praticados no setor privado que são caríssimos em resultado da falta de resposta do SNS. Um sistema de seguro público complementar poderá libertar o SNS para as funções que não pode nem deve deixar de exercer, seja pelo risco e custo dos procedimentos, seja pela situação epidemiológica ou demográfica de procura escassa.
Isto porque, lembra João Bernardes, quando um hospital tem falhas na dotação das equipas tem de transferir as grávidas, desencadeando pressão noutras unidades.
Esta situação ficou patente no verão, durante o protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna, que deixaram de exercer as funções especializadas pelas quais não recebiam acréscimo de remuneração.
O hospital Santa Maria, por exemplo, já assumiu a carência de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, não só porque houve profissionais que foram para o privado, mas também porque outros preferiram ir trabalhar para os cuidados de saúde primários.
Contudo, o presidente do colégio da especialidade admite que possam ocorrer problemas idênticos noutras unidades.
João Bernardes refere que as equipas dos hospitais têm dotações de profissionais definidas, que estão no momento a "trabalhar no limite, sem folga nenhuma".
"Temos que, junto das hierarquias e da tutela, alertar para que se resolvam os problemas porque rapidamente se pode transformar num problema maior", afirmou.
As cativações de Centeno em todo o seu esplendor mas lá andam a aumentar os salários e pensões e arrebanhar votos.
Como é que a economia cresce sem investimento ? Pode crescer alguma coisa esgotando o potencial já instalado que é o que está a acontecer . Mas é muito pouco e não chega para pagarmos a dívida . Mas foi cortando no investimento que o actual governo desceu o défice.
Quanto ao investimento privado nacional e estrangeiro há notícias que apontam para uma retoma mas ainda muito longe do pré-crise .
Mas o valor total da formação bruta de capital fixo — o chamado investimento — que, no ano passado, terá ficado em 27,4 mil milhões de euros, continua muito aquém dos anos pré-crise. Em 2008, a formação bruta de capital fixo estava nos 40,8 mil milhões de euros.
A Europa está no melhor momento após a crise, as perpectivas são animadoras e o BdP e o INE já publicaram números que indicam que Portugal está a beneficiar desse ambiente positivo. Daí os projectos que já foram anunciados. Mas como também indica a trajectória do PIB nos dois próximos anos, segundo o orçamentado pelo governo, a economia não vai acelerar em 2018 e 2019. Pelo menos o suficiente para fazer crescer a economia, criar emprego e pagar a dívida.
É que para quem anda distraído há em Portugal mais de 500 000 desempregados. Os 100 000 empregos criados nos últimos anos ainda deixam a taxa de desemprego em dois dígitos.
PS : claro que os 100 000 empregos criados desde a saída da Troika aumentam os descontos para a Segurança Social e pagam impostos e reduzem os subsídios sociais.
A Catarina também foi ao rescaldo ao Funchal. Como convém a uma estadista e acompanhada das câmaras de televisão. E que disse a bloquista ? Que é preciso que a prevenção e o combate aos incêndios sejam feitos com meios públicos porque os incêndios não podem ser um negócio privado.
Logo a seguir apareceu o comandante nacional dos bombeiros à saída do Palácio de Belém. Pergunta-lhe um jornalista, mas ó senhor comandante porque é que o exército e a força aérea não ajudam a combater os incêndios? E o comandante - que já era bombeiro antes da Catarina nascer - não está de modas : porque os ministérios da Defesa e da Administração Interna não se entendem.
Estás a ver ó Catarina ? nem sequer se entendem quanto mais combater incêndios. Espero bem que nessa equação dos negócios privados acrescentes mais umas incógnitas públicas. Porque o verdadeiro negócio é como bem deu a entender o comandante. Se há meios públicos porque não são utilizados ? E que faz a Justiça pública quando tudo indica que há uma mafia organizada?
Mas isso já é areia a mais para a tua camioneta. Ai, Catarina, Catarina...
Doente que seja tratado no privado é um alívio no serviço público. Há muitos exemplos onde o SNS é mais barato e com melhores resultados e com prestação de cuidados no público e no privado :
E no caso particular de Espanha, estes conseguem melhores indicadores com menos enfermeiros e com menos médicos no activo, isto é, com menos inputs. Quando decompomos essa despesa percebemos porquê: 48% da despesa de saúde em Portugal é para cuidados em ambulatório, geralmente atendimento hospitalar, fruto do baixo recurso aos cuidados primários, por exemplo em centros de saúde ou clínicas privadas. Ora, os cuidados em ambulatório em hospitais são, regra geral, muito mais caros que os cuidados primários.
Precisamente na área dos cuidados primários existe uma enorme capacidade instalada de operadores privados que poderiam ajudar a prover os cuidados de saúde necessários sem que isso signifique necessariamente custos acrescidos para o sector público. Espanha, curiosamente, fez recentemente passar legislação que prevê leilões de cuidados de saúde a um preço sempre inferior ao custo interno para o SNS espanhol, desta forma garantindo que a referenciação externa para o sector privado não onera o contribuinte. Bem pelo contrário.