Os hospitais centrais de Lisboa vão ser substituídos por um novo hospital.
É uma estrutura com seis hospitais. Temos três urgências a funcionar: São José, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa. Imagine-se tudo isto concentrado. Em termos de produção, aumentaria no mínimo 25%. Até a gestão de recursos humanos seria diferente” .
Oito empresas chegaram a apresentar já propostas no concurso público internacional para a construção e manutenção do futuro Hospital de Lisboa Oriental.
O concurso público internacional em curso visa a conceção e construção do Hospital de Lisboa Oriental, em regime de Parceria Público-Privada nesta parte da construção e não na gestão clínica.
O valor dos terrenos assim libertos até dava para pagar o novo hospital mas o aperto orçamental tem que rapar tudo.
«Está tudo mais embrulhado [no SNS]. Se queremos construir os novos hospitais de Lisboa, Seixal, Évora e Algarve, só lá iremos com PPP, ao menos para o investimento; se anulamos as taxas moderadoras veremos os serviços submersos por procura desnecessária ou pelo menos adiável; se proibirmos os hospitais de recorrer a pessoal e a meios de diagnóstico privados deterioramos a sua resolutividade, alongando listas de espera e erguendo múltiplos calvários para quem não os merecia; se não criarmos uma forma de pagar ao pessoal por desempenho não alcançaremos a desejada exclusividade, nivelaremos por baixo e promoveremos a saída dos melhores para o privado; se não responsabilizarmos as gestões premiando as boas e expulsando as más, gastaremos muito mais que o necessário. Estas são medidas de fundo, difíceis mas necessárias.»
PS : o concurso para a concepção/construção/ manutenção em PPP para o novo hospital de Lisboa já é público
O novo hospital Oriental de Lisboa cujo concurso foi lançado há dois meses na modalidade de concepção/construção/equipamento é um investimento de 330 milhões de euros. Esta importância até podia ser paga pela receita arrecadada pelos terrenos dos actuais hospitais da Colina de Santana que vão ser fechados : S. José, Desterro, Santa Marta, Miguel Bombarda, Maternidade Alfredo da Costa . Mas o estado não tem os 330 milhões e precisa dos 200 milhões que vai arrecadar com a venda dos terrenos. O Estado come tudo e não deixa nada.
Se fizermos as contas, a partir dos números apresentados no concurso temos que um hospital que custa 330 milhões gasta por ano cerca de 110 milhões por ano em exploração. Ora o estado vai pagar ao privado que ganhar o concurso 26 milhões por ano em renda durante 30 anos ou perto disso.
Já viram bem como quem quer as PPP é o estado ?
Poupa 330 milhões nos dois próximos anos, acrescenta-lhe mais cerca de 200 milhões quando iniciar a exploração (2022/3) e vender os terrenos e paga a renda anual de 26 milhões.
É bem verdade - pensa o estado - que no médio e longo prazo estamos todos mortos. Mas não enganem as pessoas ó Catarina, Ó Jerónimo.
No mesmo dia que um comboio deixou cair o motor foi conhecido que à concepção-construção-equipamento e gestão do novo hospital de Lisboa concorreram nove empresas . O Estado não tem dinheiro - o primeiro caso é ridículo o segundo é sério.
Quando há uma ministra da saúde que mexe na proposta da Lei de Bases da Saúde no sentido de reforçar o papel do Estado no Sistema de Saúde, verifica-se que o governo a que pertence reforça o papel dos privados no sistema. É que as PPP servem para isso. Os privados adiantam dinheiro ao Estado e este fica a pagar uma renda.
... pretende afastar toda a medicina que não é exclusivamente pública. Tal não é possível, como mostra a degradação do SNS a que assistimos. A aflitiva falta de investimento que o Estado se vê obrigado a fazer, e o facto de muitas vezes ser mais barato recorrer aos centros não públicos torna essa ideia incongruente. O Estado orçamentou 9 mil milhões para a Saúde e os portugueses gastaram 17 mil milhões. A diferença foi para os privados. Porquê? Por escolha dos que pagam os impostos com que se paga o SNS. E na maioria dos casos é dinheiro poupado ao Estado.
O Hospital Lisboa Oriental vai representar para o operador privado um investimento total de cerca de 330 milhões de euros e, para o Estado, estima-se uma renda anual que poderá rondar os 16 milhões de euros durante 27 anos do contrato.
Todos os regimes em que foi imposto o Estado como dono e senhor de tudo resultaram em miséria e desgraça.
O problema agora é o que se vai fazer aos terrenos livres com o fecho das unidades de saúde na colina de Santana. Condomínios de habitação e hotelaria ou pequenos centros de saúde de proximidade e museus ?
A questão nunca foi a competência técnica dos profissionais nem os serviços notáveis prestados. Foi (é) a inadequação dos edifícios velhos de séculos, os novos equipamentos que exigem adequadas instalações e a proximidade entre si. Só países pobres é que se dão ao luxo de ter várias unidades de saúde a prestarem os mesmos cuidados tão perto uns dos outros.
Em relação ao fecho da maternidade Alfredo da Costa o argumento espontâneo e mais conhecedor exibido em manifestações espontâneas foi " eu nasci aqui" .
As chamadas forças progressistas estiveram mais uma vez do lado errado do problema, o novo hospital foi lançado hoje em concurso público internacional.
As seis unidades são o Hospital de São José, dos Capuchos, de Santa Marta, Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa.
Cerca de 500 milhões de euros investidos pelos privados num hospital que vai substituir os seis hospitais centrais de Lisboa.
Esta decisão para o PCP e BE não é igual a engolir um sapo é engolir uma vaca voadora. Por razões ideológicas porque por razões económicas e de excelência as PPPs na saúde têm-se revelado meritórias e boas para o Estado, privados e doentes.
Note-se que a existência de PPPs não colide, pelo contrário até reforça, o desiderato constitucional de um Serviço Nacional de Saúde de acesso universal. Por força de uma narrativa puramente ideológica, criou-se a ideia de que um sistema de acesso livre e universal tem de ser prestado apenas pelo sector público, quando assim não tem de ser. O Estado, enquanto financiador, e garantida a prestação, não tem que limitar essa prestação ao sector público, podendo estendê-la também ao sector privado, à imagem do que acontece na maior parte dos países europeus. Em boa verdade, é isso que faz com a ADSE ou com o SIGIC.
O que tem que ser tem muita força. Com o encerramento dos seis velhos hospitais centrais de Lisboa poupam-se 68 milhões/ano, custos das ineficiências.
A nova unidade vai substituir os seis hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC): Capuchos, São José, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a Maternidade Alfredo da Costa. No CHLC os "custos padrão por doente são 20% superiores aos dos outros hospitais do país. Esta ineficiência resulta do facto de estarmos perante instalações inadequadas e dispersas".
"Esta ineficiência representa 68 milhões de euros por ano", pelo que "a nova unidade permitirá poupar 68 milhões de euros" por ano. "A renda [a pagar ao parceiro privado] andará à volta de 16 milhões de euros por ano. Estão a ver os ganhos que podermos retirar deste projecto. São ganhos importantes, em termos de conforto, em termos financeiros", assinalou o secretário de Estado.
Agora vamos esperar pelas habituais manifestações espontâneas contra o encerramento dos velhos hospitais.
Os velhos hospitais do centro de Lisboa são um enorme peso no orçamento do Serviço Nacional de Saúde . Milhões que se gastam na manutenção e adaptação de edifícios que não foram construídos para serem hospitais e que oferecem serviços hospitalares iguais . Pertíssimo uns dos outros.
Mas por cá não estamos com meias medidas. A estes hospitais obsoletos juntamos um novo que a boa prática aconselha a substituir os antigos.
Mas o que já está no centro do problema é o destino a dar aos terrenos que ficarão livres com o encerramento desses velhos hospitais . Entre a preocupação de preservar a memória histórica da medicina e a construção de hotéis e de habitação de luxo, entalam-se os serviços hospitalares a prestar aos doentes e exige-se mais dinheiro . À portuguesa curta.
Pela voz de respeitados médicos, é frequente o lamento que vários hospitais se dedicam às mesmas práticas quando é óbvio que o país não tem massa crítica para dispersar exigentes conhecimentos médicos e dinheiro.
Foi assim com as autoestradas em paralelo e que agora não têm carros, com as rotundas, com a festa escolar a construir novas escolas para se encerrarem boas escolas já em funcionamento.
Os países pobres é assim que fazem. Não poupam é tudo à grande e depois logo se vê quem paga.
Já aí anda o projecto de concepção/construção do novo hospital Oriental de Lisboa. Mais uma PPP na saúde, desta vez com a parte privada ligada à infraestrutura e a gestão a instituições estatais. O contrário da primeira experiência com o Hospital Amadora/Sintra. Propriedade do Estado e gestão privada.
De acordo com as linhas gerais do projecto, apresentadas na passada terça-feira, o lançamento do concurso público internacional para a PPP terá lugar no "início do segundo semestre" deste ano (ou seja, a partir do corrente mês de Julho), estando previsto que as obras estejam em curso no início de 2020, com a abertura a ser apontada para 2023, ou seja, dentro de seis anos.
"O risco privado está essencialmente associado à construção da infra-estrutura hospitalar e à sua manutenção, de forma a assegurar a sua disponibilidade para a prestação os serviços clínicos integrados no SNS, que ficará a cargo de entidades públicas", acrescentam os técnicos.
O hospital Oriental de Lisboa vai substituir os actuais hospitais dos Capuchos, São José, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e ainda a Maternidade Alfredo da Costa. Em entrevista à Lusa, no final de Junho, o ministro da Saúde adiantava que "uma parte do São José ficará como hospital de proximidade, para servir aquela população mais idosa e que beneficiará muito de estar nos bairros antigos à volta" deste hospital.
Mais uma Parceria-Publica-Privada para construir um hospital de 800 camas que irá substituir cinco hospitais centrais na cidade. Lá para 2024 o que quer dizer que andamos cerca de vinte anos para concretizar a obra. E manter velhos hospitais custa muito dinheiro anualmente.
A nova unidade deverá englobar cinco hospitais: São José, Curry Cabral, Capuchos, Dona Estefânia e MAC. E o Hospital do Desterro que já fechou e o de Santa Marta que pelos vistos está esquecido ou que será um pólo de proximidade naquela zona central .