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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O Estado inimigo da economia

O Estado devia ser um facilitador, um regulador, mas não é . Levanta problemas para vender facilidades . Até nos nomes atribuídos aos navios .

"Temos tido muita dificuldade em aprovar os nomes dos nossos navios, que normalmente têm também uma designação estrangeira para ser validada junto do mercado internacional e já me disseram da última vez: ou se altera a lei, ou não vai ter mais navios com estes nomes estrangeiros aprovados," disse à TSF Hugo Bastos, gestor da frota da empresa liderada por Mário Ferreira (Douro Azul)

"Temos de pensar porque é que em Portugal já começam a operar muitos navios de bandeira estrangeira. Nós temos tido muita resistência em não ter bandeiras estrangeiras aqui a operar em Portugal. Mas se não houver uma mudança clara da legislação e dotar as instituições dos meios necessários, se calhar será uma opção inteligente vir a mudar as bandeiras da nossa frota toda,"

Se mexe, pisa . O grande desígnio do Estado .

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E você está tranquilo com a subida dos juros ?

O que dizer de um capitão de navio que no meio da tempestade se diz tranquilo ? Ou controla a tempestade o que manifestamente não pode fazer ou controla o navio. Mas se o navio mete água é bom agoiro dizer-se tranquilo ?

Os capitães dos outros navios - a maioria bem longe da tempestade - lançam-lhe avisos. O navio de Costa está em situação perigosa mas o capitão não lhes dá ouvidos. Ou já perdeu o controlo ou dá graças para a tempestade amainar. 

Os juros sobem vertiginosamente e as dúvidas sobre o orçamento adensam-se.  Perante um novo cenário de agitação nos mercados financeiros, o alemão Wolfgang Schäuble avisou que Portugal "pode perturbar os mercados", caso venha a "afastar-se" do rumo político que adotou nos últimos anos. O ministro de Angela Merkel considera que o governo "deve estar bem ciente" que isso seria "delicado e perigoso" para o país.

São necessárias mais medidas de ajustamento mas o governo prefere manter a orquestra a tocar enquanto se afunda. E nós que pagamos tudo isto acreditamos que perante a tempestade quem tem razão é Costa e Centeno ? Depois da experiência que tivemos há cinco anos com Sócrates ? É razoável pedirem-nos que nos mantenhamos tranquilos ?

Não falta trabalho nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ( agora West Sea )

Construir dois navios - hotel, um para o Douro Azul, outro para um armador estrangeiro a que se juntam agora dois navios patrulha para a Marinha Portuguesa. Quer dizer, não só regressou o trabalho como regressaram os trabalhadores ( 400 ) e, não menos importante, a construção de navios que há muito tinha sido substituída pela reparação .

O desastre anunciado, com o fecho dos Estaleiros públicos falidos e sem trabalho, converteu-se numa empresa ( a West Sea ) sem problemas sociais e sem greves. Acabaram as excursões de políticos e sindicalistas, os jogos de cartas que preenchiam o tempo dos trabalhadores sem trabalho e os vencimentos que nós todos contribuintes pagávamos.

O argumento era para os Estaleiros o mesmo que é utilizado para todas as empresas públicas. É uma empresa pública é nossa. Não precisava de mostrar  trabalho nem preocupação com os salários. Os contribuintes pagavam e os sindicalistas promoviam as greves necessárias.

Metidas as violas nos sacos, políticos e sindicalistas estão agora virados para a defesa de outras empresas públicas igualmente falidas e em greves consecutivas. Até que haja coragem de as fechar ou privatizar. A partir dessa decisão os contribuintes passarão a fazer a pergunta certa : cumprem ?

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Há trabalho nos estaleiros de Viana

West Sea, a concessionária dos terrenos dos velhos estaleiros já reparou vinte e dois navios oriundos de todas as partes do mundo e tem agora a primeira encomenda para a construção de um novo navio. Já lá trabalham 130 trabalhadores e a previsão é chegar aos 400.

Durante anos o Estado não conseguiu encomendas e nas poucas que conseguiu não cumpria prazos nem a qualidade a que se obrigava. Os sindicatos e a Comissão de Trabalhadores ofereciam aos trabalhadores belos e inflamados discursos. Como em muitos outros casos o problema não era a viabilidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho era a sua condição de empresa pública que interessava.

Uma bela e adequada prenda de Natal apara o Presidente da Câmara era devolver-lhe o ramo de flores que trouxe ao que chamava o funeral dos estaleiros.

 

De navio fantasma a barco de cruzeiros

O Douro Azul comprou o barco que ninguém quis e vai transformá-lo num cruzeiro para fazer viagens internacionais. Os trabalhos vão ser executados nos estaleiros de Viana do Castelo e em Outubro de 2015 ruma ao Brazil. Há dinheiro próprio do comprador e financiamento bancário. Enquanto os empresários avançam com o negócio e criam postos de trabalho os políticos ainda vão aqui. Querem saber quem é que é responsável pelo prejuízo de 70 milhões de euros. Bem me lembro dos políticos e sindicalistas a correrem para Viana do Castelo a oferecer solidariedade aos trabalhadores e a garantirem que os estaleiros permaneciam públicos. Mas não levavam nenhuma solução. Nem dinheiro, nem negócios para criar postos de trabalho.

"“Na sexta-feira, a Douro Azul passará um cheque de capitais próprios. A Douro Azul tem capitais próprios suficientes para adquirir este navio e está neste momento a negociar com três bancos portugueses o financiamento [de seis milhões para obras de remodelação]. Estou convencido que dos três bancos teremos notícias positivas a muito curto prazo”, afirmou Mário Ferreira."

 

 

 

E os Estaleiros de Viana do Castelo sem solução à vista

Planos que não se cumpriram de construção de navios pelos estaleiros Portugueses estão a ameaçar a engenharia naval e milhares de postos de trabalho.

Em Viana desenrola-se um folhetim inenarrável. Lançado o concurso, com empresas privadas interessadas, Bruxelas não "desembrulha". Ajudas estatais estarão a travar todo o processo. Um dia destes os potenciais compradores, esgotada a paciência, vão à vida que com estas autoridades e administração não há nada a fazer.

Os trabalhadores andaram a manifestarem-se contra a privatização agora manifestam-se porque podem perder os postos de trabalho.

"Existiu no início do século um ambicioso plano de construir em Portugal um total de 15 unidades navais vocacionadas para as missões de patrulha oceânica e costeira e com um grande potencial de envolvimento de actividades de engenharia nacional. Dez anos passados, apenas uma dessas unidades está ao serviço da Armada", disse o bastonário, acrescentando que "as unidades navais que iriam ser substituídas, umas foram abatidas" e, "não havendo milagres, as restantes não podem cumprir todas as missões que se impõem".

Um nicho de mercado reconhecidamente competente que corre o risco de se perder. Mais um!