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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Há cada vez mais professores para cada vez menos alunos

A baixa natalidade portuguesa é um dos maiores problemas com que o futuro do país se confronta.

Até agora a atenção do debate centrou-se no custo do programa, o que é compreensível, dada a nossa fragilidade orçamental. Mas é preciso lembrar que, se a questão demográfica não se resolver, o desequilíbrio das contas públicas ficará bem pior, não havendo sequer gente para produzir e pagar impostos. Até os grupos de interesse que dominam a actualidade com as suas lutas mesquinhas e furiosas pelas verbas do Estado têm de perceber isto. Os professores, por exemplo, que mais uma vez dão provas de uma infame falta de profissionalismo paralisando o sector em época de exames, devem entender que os aumentos por que agora lutam de pouco servirão quando grande parte deles perderem o emprego por falta de alunos.

Os bébés não têm sindicato

Vamos ser sete milhões porque a natalidade não deixa de cair . Ter filhos em Portugal é uma enorme aventura e os casais em idade fértil encolhem-se.

Desde logo faltam creches e ajudas fiscais às famílias que têm filhos. Faltam ainda ajudas na flexibilização do emprego às mães e subsídios que incentivem e beneficiem as famílias a ter filhos. Só não faltam estudos que apontam todos para as soluções  já implementadas em vários países como a França, Alemanha e Suécia. Não estamos em campo minado.

O problema é que as prioridades dos vários governos vão para quem grita mais alto, para quem faz greves por dá cá aquela palha. É que as famílias e os bebés não têm sindicatos. ( a talhe de foice diga-se que os professores têm 23 sindicatos).

Como criar estas políticas e implementá-las dá trabalho, o primeiro ministro prefere importar os bebés de outros países já feitos adultos . Não seria melhor encontrar soluções cá dentro para incentivar a natalidade e fixar os bebés feitos adultos, competentes adultos diga-se, em vez de os deixar sair para trabalhar em outros países ?

E nesta área, David Justino, que também já presidiu ao Conselho Nacional da Educação, até prevê a construção de mais creches em Lisboa e Porto, os distritos com mais problemas de acesso. "Vale a pena esse investimento, que pode passar por apoios do Estado às câmaras para que construam novas creches, sendo que isso é perfeitamente possível com fundos comunitários, e que depois podem entregar a gestão ao setor social, ou serem as próprias IPSS a construir". Até as empresas são desafiadas a juntarem-se para criar essa oferta.

Mas os bebés não votam...

As famílias pagam mais para terem um filho na creche do que no ensino superior

As famílias pagam mais para terem um filho na creche do que no ensino superior. Isto num país que se debate com um gravíssimo problema de crescimento demográfico.

“Portugal enfrenta um problema demográfico duplo: uma quebra sustentada da natalidade e o envelhecimento progressivo da população”, salienta o PSD e, perante esse quadro, Rui Rio definiu como prioridade o desenvolvimento de “condições favoráveis à maternidade e, em paralelo, atenuar e reduzir drasticamente a pobreza infantil, que existe muito mais do que o que se possa pensar”.

As taxas de risco de pobreza para a população com menos de 6 anos estão acima dos 20%.

Em 1966, recorda o líder do PSD, Portugal registou 206.940 nados vivos; em 2016, o número de nascimentos cifrou-se nos 87.126 indivíduos. O Presidente social-democrata defende também que é preciso “reduzir drasticamente a pobreza infantil”.

Rui Rio critica o Governo por não apresentar medidas que respondam ao desafio demográfico. “Este Governo nesta matéria tem resposta zero. Há um vazio completo relativamente a este problema demográfico, ao apoio à maternidade e incentivo à natalidade. Há soluções zero”, sublinhou.

“O Partido Socialista e o Governo em concreto dizem que a solução para este problema [natalidade] passa pela imigração. Nós entendemos que a solução tem de estar ao nível da taxa de natalidade. Temos de criar condições para que nasçam mais crianças”, acrescentou o Presidente do PSD.

Garantir alunos nas escolas públicas

inovação é a chave do crescimento económico. Sociedades envelhecidas perdem capacidade de inovar. O crescimento económico está cada vez mais ligado à demografia, ao aumento de jovens.

Mas Portugal não tem nenhum incentivo ao incremento da natalidade e na Educação toma medidas para que os alunos não possam escolher as melhores escolas por forma a garantir alunos nas escolas públicas que as famílias rejeitam. Os alunos pobres não têm nenhuma forma de escaparem às más escolas públicas.

É assim que o país já está a perder o futuro enquanto os países mais avançados há anos que se preocupam com estes assuntos. Incentivando fiscalmente a natalidade e garantindo liberdade de escolha.

Será que assim vamos produzir adultos inovadores? Outro grande problema é que aqueles que ainda produzimos estão a ir todos para o estrangeiro. A continuarmos assim podemos anunciar que, de facto, em Portugal o crescimento parou.

Trabalhar em tempo parcial melhora a qualidade de vida

Uma significativa percentagem de trabalhadores aceitariam trabalhar em tempo parcial (part - time), com redução de salário mas com mais tempo para dedicar à família. E consideram que a natalidade cresceria com essa medida. 

Segundo o inquérito realizado pela Netsonda em todo o país, 61% dos inquiridos mostrou-se favorável ao trabalho a tempo parcial e 70% afirmaram que aderiam a esta medida. Nas famílias com três ou mais filhos, 92% disseram concordar com esta medida e 88% disseram que aderiam ao trabalho a tempo parcial. Por outro lado, 46% dos portugueses consideraria ter mais filhos, na sequência da aplicação desta medida.

Esta opção também contribuiria para dar oportunidades de trabalho a quem não o tem, reduzindo significativamente o desemprego. É uma ideia que não é nova mas que está a abrir caminho entre os trabalhadores. As questões que se levantam são do foro psicológico, da forma de encarar a vida, muito mais do que das questões técnicas ao nível do emprego e da manutenção da produtividade.

PS : as novas tecnologias de informação facilitam este tipo de abordagem