Quem ficar com a companhia aérea vai responsabilizar-se por uma dívida brutal .A acontecer, o Estado passará a ter o controlo da TAP mas, no pacote, para além de aviões e trabalhadores, vem ainda uma dívida de 3.300 milhões de euros.
Há muito que ouvimos falar de uma parceria com uma grande companhia aérea europeia mas nunca conseguida.
A racionalidade da atual intervenção assenta na ideia da salvação da empresa. Isso é fácil de perceber. Mas, a seguir, qual é o plano? Qual é o projeto industrial? Quando Bruxelas obrigar a uma reestruturação profunda, é o Estado que vai assumir esse ónus? Em quantos anos a nova gestão garante pôr a empresa no verde? Se os prejuízos se acumularem, obrigando a novas injeções de capital - sempre com remédios de Bruxelas - vamos brincar como no Novo Banco e fingir que não sabíamos o que aí vinha nos muitos anos difíceis que tínhamos pela frente?
Depois das noticias de hoje a TAP é, inequivocamente, uma empresa privada. O resto são tretas do Dr Costa para enganar a malta, coitados dos ceguinhos Jerónimo e Katuxa, ainda não piaram. Os sindicatos, a Dr Roseta e o Dr Vasconcelos, defensores da TAP pública, enfiaram todos o barrete. Não critico os aumentos, nem percebo a indignação, numa empresa privada o Patrão aumenta quem quer . Critiquem a farsa do Dr Costa e dos demais, o resto é fazer de nós parvos. Arranjaram-se uns lugarzinhos milionários para os amigos e o resto é treta.
O Estado enquanto accionista deu ( e bem) a gestão aos privados já que eles são os conhecedores do negócio . Ora, a atribuição de prémios aos trabalhadores é da competência da Gestão mas, é claro, que o accionista Estado pode fazer sempre o número habitual.
É um fartote de rir se não fosse caso sério. A TAP que este governo renacionalizou e na qual colocou uma série de amigos apresenta um prejuízo em 2018 de cerca 150 milhões de euros. Como o Estado possui 55% do capital cabe-lhe a parte maior do prejuízo. Grande ideia nacionalizar .
Os privados accionistas que têm os seus interesses empresariais na TAP conectados com outras companhias aéreas no Brasil e nos USA não estão preocupados. Para eles é só uma manta que esticada não cobre ainda os pés mas que cobre o resto do corpo . Os custos e as receitas podem ser imputados aos diversos operadores por forma a perder na TAP mas ganhar lá fora.
O empresário e acionista David Neeleman adota uma posição confiante, tendo comprado por 49 milhões de euros a participação indireta dos chinesas da HNA, que saem da TAP na sequência de problemas complexos no desenvolvimento das operações internacionais do seu grupo, que continua a desinvestir, alienando participações em várias geografias.
Quanto ao acionista português, Humberto Pedrosa, também mantém expectativas confiantes, tendo o seu filho David Pedrosa como administrador executivo – numa comissão executiva que integra Antonoaldo Neves e Raffael Guaritá Quintas.
Mas pronto os amigos de António Costa ganham bem e recomendam-se .