Havia o perigo de a posição de Isabel dos Santos levar sumiço e além disso a empresa não tinha credibilidade junto da banca. Estava a trabalhar com 40% das encomendas o que agravava a situação.
Agora é colocar tudo no são e vender rapidamente. Há interessados há já algum tempo e com dinheiro na mão. Com a venda resolver os empréstimos junto da banca e sair do lamaçal em que a empresa está envolvida.
A facturação é de 400 milhões e 80% destina-se á exportação. Uma grande empresa a nível mundial e que merece tudo o que o Estado possa fazer por ela.
Oxalá não venham agora os de sempre exigir que a nacionalização se torne eterna até que morra como tantas outras.
Os accionistas privados ao não aceitarem as condições impostas pelo accionista Estado empurram a companhia aérea para a nacionalização. Dito de outro modo. Não estão interessados .
Pese embora as repetidas tentativas do Estado a verdade é que muito poucos querem a TAP. As outras companhias europeias juntaram-se mas nenhuma com a TAP. Na primeira tentativa de privatização apareceu um desconhecido colombiano que nem uma garantia bancária conseguiu arranjar. E, agora, há um accionista privado que na verdade está no negócio com duas empresas aéreas do outro lado do atlântico e que impõe as suas condições.
A nacionalização é o recurso último para manter a companhia em operação, à custa da injecção de muito dinheiro, da assunção do passivo acumulado e da devolução aos privados dos seus suprimentos.
E, toma corpo, que haverá umas alíneas no acordo secreto entre accionistas que favorecem os privados. Mais um poço sem fundo que a "geringonça" deixou aos contribuintes.
A começar pela reversão da privatização que o anterior governo fez. Se o estado nada tem a ver com a administração da TAP só a si mesmo deve culpar. A operação de reversão foi-nos vendida como uma operação de grande nível feita por gente de grande inteligência próxima de António Costa.
O Estado e os privados não têm culpa da pandemia que amarrou em terra a frota de aviões mas, o que o governante nos diz é que mesmo antes do Covid-19 a situação da companhia já era crítica.
O que nós sabemos é que o privado americano tem duas companhias aéreas no outro lado do Atlântico. Fez o que tinha a fazer. Encaminha os passageiros da TAP para as suas companhias nas américas e encaminha os passageiros das companhias americanas para a TAP. Esta estratégia é tão racional e límpida que não deve merecer nenhuma surpresa. A não ser que o Estado e os seus representantes não percebam nada de transporte aéreo ou andem com outras coisas para fazer.
A dívida da TAP anda em cerca de 1.000 milhões e cresce para 3.300 milhões com os contratos de "leasing" dos novos aviões. Há cerca de 17 aviões a mais do que o esperado no "Plano Estratégico", plano este que foi estabelecido por todos os accionistas . O Estado sabia.
O que também já era evidente é que o único accionista que tem aviões para contratar em "leasing" é o accionista americano que fala português esquisito. Ora bem. Preciso de aviões na TAP vou buscá-los às empresas do outro lado do mar e faço chorudos contratos.
Isto é, o accionista americano que é o único que sabe do negócio de transporte aéreo e conhece os "players" chave a nível mundial, colocou a TAP numa situação( bem melhor do que antes da sua entrada na companhia) em que ganha sempre.
Salvo se levar com uma pandemia em cima depois de ter levado com uma "nacionalização" envergonhada. E o ministro há falta de argumentos fala alto. De bandeira...
O governo foi à TAP privada e exigiu ser accionista maioritário à custa de cedências várias. Gritou-se "nacionalização" e êxitos de homens amigos do PM e muito capazes. Vai-se a ver e a TAP é gerida pelos privados e o governo não manda nada. De tal forma que o ministro diz agora que o Estado está de mãos atadas e que não pode ceder a chantagens. E que pode ir à falência.
Os privados fizeram crescer imenso a companhia com o aumento da frota de aviões e de rotas . E há mais 2 000 trabalhadores. Parte dos aviões são alugados a uma companhia do privado americano . A estratégia de crescimento foi apanhada pela pandemia e a maior oferta não tem procura.
Há outras companhias aéreas europeias com os mesmos problemas que se estão a redimensionar mas como são privadas seguem os caminhos conhecidos nestas situações. Cá nós temos o problema da TAP ser de bandeira e isso muda tudo para pior.
O ministro a semana passada gritava aos deputados que o Estado não deixaria cair a TAP, hoje já não grita e diz que a companhia até pode ir para a falência. Isto é, o Estado não tem estratégia nem dinheiro.
Resta-nos a consolação de termos lá uns gestores públicos com salários milionários e que recebem uns bónus como se estivessem numa companhia lucrativa. A sorte da companhia é que são todos amigos do peito do PM.
O Estado ainda não meteu um Euro na TAP. É sempre bom olhar para o que era a TAP em 2015 e o que era em 2019 : 95 destinos (mais 16%) com aumento de rotas internacionais nomeadamente para os USA; novos aviões (70% deles novos) ; paz social que permitiu que as greves acabassem ; crescimento do número de passageiros de 10,6 milhões para 17,1 milhões ; criação de 2 mil empregos ; volume de negócios cresceu 56% ao mesmo tempo que a dívida com garantia do estado passou de 466 milhões de euros para 142 milhões.
A TAP estava bem melhor do que quando foi privatizada e se não fosse a pandemia não precisava de qualquer ajuda do Estado. Ao ponto da Lufthansa, que em 2015 nem sequer olhou para a TAP, estivesse agora interessada em a comprar ( e o governo desejoso que o negócio se fizesse.
Um sistema híbrido onde o estado manda ao lado do capital privado é o pior que podia acontecer à TAP. Nacionalizem-na ou deem-lhe as condições para continuar a operar.
O Pedro tem que se por fino porque um dia destes será ele que tremerá das pernas.Afinal não haverá nacionalização directa da TAP o que quer dizer que o dinheiro que entrar na companhia será um aumento de capital o que levará, no máximo, a que o estado passe a ter assento na Administração executiva.
Como os sócios privados controlam as companhias com quem a TAP tem acordos estratégicos ( nos USA e no Brasil) não se percebe no que irá o estado mandar. Mas prontos o César lá das ilhas quando fala é porque está decidido.
Esperemos ao menos que aos 50% do Estado no capital correspondam 50% dos direitos económicos.
Quem tem amigos como os que fizeram aquele acordo na TAP não precisa de inimigos.
O pobre rapaz que está ministro veio ameaçar com a nacionalização da TAP. Que o Estado vai meter dinheiro e que por isso vai mandar. Mas o Estado não mandou já durante décadas ? E o resultado não foi uma empresa onde se afundaram muitos milhões ?
Há uma década atrás as companhias de transporte aéreo europeias fizeram um movimento de aproximação entre si, trocando capital, juntando passageiros, centralizando serviços. A Ibéria com Bristish, a Lufthansa com a Alitália, a Air France com a KML e assim por diante...
Sabem uma coisa ? Apesar de estar no mercado ninguém quis juntar-se à TAP.
Na operação de privatização apareceu um aventureiro Colombiano que no momento de passar o cheque não tinha dinheiro. E a solução actual passa por um empresário de transportes terrestres e por um empresário que possui uma pequena companhia nos USA e outra no Brasil. Precisava de uma companhia europeia com licença para operar entre os dois lados do Atlântico.
Desta forma encaminha os passageiros europeus para as suas companhias que operam internamente na América do Norte e na América do Sul e, ao invés, encaminha os seus passageiros americanos para a TAP.
É uma estratégia com pés para andar no mundo competitivo do transporte aéreo onde o COD SHARE representa 80% do negócio ( distribuir os passageiros entre si). Neste mercado que vantagem trás o estado ? Dinheiro grosso ? Não tem. Conhecimento do negócio. Não tem.
Então que solução trás a nacionalização? Nenhuma. Digam ao pobre rapaz que está ministro que quem faz a mesma coisa e espera resultados diferentes é imbecil ( Albert Einstein).
Abram falência e no seu lugar criem uma empresa à medida do país e dos critérios actuais do negócio. Mas, claro, é preciso ter a coragem que falta a um governo que não resolve problemas apenas os empurra para a frente com a barriga..
O governo mal chegou reverteu a privatização da companhia aérea. Logo se viu que a operação serviu para calar a boca aos seus parceiros da extrema esquerda ( PCP e BE) e, de corrida, meter lá uns amigos principescamente pagos. O Estado passou a ter 50% do capital mas perdia em toda a linha. Direitos económicos muito inferiores à sua participação no capital e, na gestão, não mandava nada.
É, claro, que a TAP é um sorvedouro de dinheiro e está hoje com os mesmos problemas de todas as outras companhias aéreas. Aviões no chão.
A Air France/KLM vai receber ajudas do Estado de 11 mil milhões de euros e a Lufthansa uma ajuda de 7 mil milhões de euros. É verdade que estas companhias são bem maiores que a TAP mas por estes números vê-se bem o que será necessário meter na companhia.( 600 a 700 milhões de euros)
O Estado português vai meter na TAP a fatia leão do dinheiro que vem da Europa ? Se sim, o que sobra para as milhares de empresas em Lay -Off ( já são 98 000 ) e para os seus trabalhadores ? Empresas em sectores estratégicos tanto no mercado interno como na exportação?
Há muito que se percebeu que o serviço prestado pela TAP pode ser fornecido em melhores condições por dezenas de empresas a custo muito mais baixo. Mas a ideologia não deixa. Companhia de bandeira, dizem eles.
Há dez anos o BPN era nacionalizado. Há dez anos Portugal entrava numa espiral descendente da qual não sairá tão cedo.
O banco de Cavaco Silva e dos amigos representava menos de 2% do mercado. Mas tal não impediu que Sócrates e Teixeira dos Santos decidissem sozinhos sobre a nacionalização. Nesse dia, o ministro das Finanças garantia-nos que menos de 700 milhões de euros chegavam e que seriam pagos de volta. O contribuinte não perderia um euro.
Uma década e 4000 milhões de euros depois, Teixeira dos Santos continua a defender a decisão que tomou. Em liberdade e com os dentes direitos.
Há dez anos a vida dos portugueses era atingida por um tsunami que ceifou grande parte da riqueza de três gerações e irá afectar pelo menos mais umas duas.
Desculpem lá interromper-vos com efemérides chatas. Podem prosseguir com o debate sobre "Como é que aparecem Bolsonaros?".
A Altice antecipou-se e reforçou a sua posição accionista para 52,7% na SIRESP SA e o Estado ficou com 33% e com o direito de nomear dois administradores entre eles o Presidente.
Mas pergunto eu : que sabe o Estado de comunicações para poder influenciar as decisões da SIRESP SA ?
Na verdade trata-se de uma boa maneira de dar cobertura à ALTICE em caso de calamidade como a que aconteceu no ano passado. De que tem medo António Costa ele que atirou para cima da ALTICE toda ou quase toda a responsabilidade dos incêndios do ano passado e agora concede-lhe a maioria accionista ?
Logo após assumir funções, o atual ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse que o Governo estava a tomar medidas para que o Estado viesse a deter 54% do capital da Siresp SA. A ideia, disse Eduardo Cabrita a 23 de outubro do ano passado, era a de garantir que o Estado viesse a “ter uma palavra decisiva na gestão da empresa”.
Palavra ?
PS :
#SIRESP#Tudonamesma 1. Defenderam o Siresp quando este falhou gravemente, afinal era uma herança de António Costa. 2. Atacaram o Siresp, quando perceberam que afinal era um projecto falhado que tinha custado muitos milhões e dezenas de vidas. 3. Atacaram a Altice porque o Estado, que detinha participação no Siresp, entendeu que tinham sido as linhas a falhar. Não tinham. 4. Anunciaram com pompa, e sempre para abafar a desgraça dos maiores incêndios de que temos memória, que o Estado ia assumir a liderança no Siresp, recomprando a maioria. 5. Investiram 18 milhões só este ano no Siresp. 6. Afinal não conseguiram mais do que 33%, e a Altice aumentou grandemente a sua posição tornando-se maioritária.
Parabéns Geringonça, é sempre a somar... Falhanços!