Os banqueiros voltaram ao que há muito procuram. Que a utilização das caixas Multibanco seja paga.
O que os banqueiros não dizem é que a instalação das caixas permitiu aos bancos fechar centenas de balcões, despedir milhares de trabalhadores e assim reduzir o acesso aos serviços oferecidos aos clientes.
Até concordo que se fixem taxas moderadoras por forma a evitar abusos ( O PCP e o BE querem acabar com elas no SNS) mas ter que pagar serviços básicos que foram restringidos com o fecho de balcões é pôr os clientes a pagar duas vezes.
Por exemplo, solicitar uma vez por dia levantamentos, obter saldo da conta no ecrã sem emissão de papel, é o mínimo exigido, bem como pagamentos de serviços ao estado e às grandes empresas de serviços públicos pois são estas últimas as que mais beneficiam com o serviço multibanco.
Chega de orgia de taxas e impostos, o contribuinte não aguenta mais .
O conto de crianças" que Tsipras e Varoufakis conseguiram ver aprovado em troca de mais financiamento foi um programa de combate à evasão fiscal, à corrupção e ao desperdício. De extensão de apoios sociais, com garantias de fiscalização. De aumento do salário mínimo. De combate ao endividamento das famílias e de mais justiça fiscal. Do fim do processo de privatizações. Da morte definitiva da troika, com a valorização da OCDE e da OIT. E de aplicação de parte de um programa de emergência social. Podem tentar transformar isto numa derrota. Se um governo nosso conseguisse, sem que Portugal esteja no aperto que a Grécia está, metade disto eu festejaria. É só um começo de uma guerra que será dura. Mas é um bom começo. Como fica evidente com o torcer de narizes do BCE e do FMI.
Se temos que pagar comissões pelo uso das máquinas multibanco temos que ter uma alternativa. Ora, o que os bancos fizeram foi substituir balcões e trabalhadores por máquinas multibanco. Pouparam muito à conta do "serviço". O que se vê agora é os balcões estarem a quilómetros e, quando lá se entra, verificamos que há um ou dois empregados para uma fila enorme de clientes. Para não falar no péssimo serviço que prestam pois é frequentíssimo, não vermos resolvido o que nos levou ao balcão.
Há muito que a banca anda a ver se arranja um pretexto para ganhar ainda mais dinheiro à conta das máquinas, como se o "serviço" prestado por aquelas não fosse altamente lucrativo . Por mim, tanto vou a um "multibanco" como vou a um balcão.
É verdade que há quem abuse. Pagar um bilhete de cinema por multibanco é muito usual e outras pequenas quantias. Uma hipóteses seria, como já se faz em certos supermercados e lojas , o pagamento por "multibanco" ter que ser superior a vinte euros. Uma espécie de limite para abusos. Agora a banca vir fazer o papel de "coitadinha" e ter que passar o custo para o cliente final, é que não cola.
Justifica-se uma bela petição contra tais intuitos ou uma "greve de zelo" às máquinas. Vamos inundar os balcões de gente!
Nova contração nos levantamentos no multibanco. Há que poupar. Fui ao cinema nos dois últimos dias e fiquei impressionado . Meia dúzia de pessoas mas, o pior é que o bonito e cómodo "Cinema Londres" fechou ou, pelo menos, esteve fechado no fim de semana.
Numa conjuntura de crise e de menor rendimento disponível das famílias, os portugueses levantaram, em Janeiro, 2073,3 milhões de euros na rede Multibanco, menos 5,3 milhões de euros do que no mesmo mês de 2011 (uma quebra homóloga de 0,25%).
De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, face a Dezembro, houve uma descida de 468,1 milhões (equivalente a 18,42%), num movimento habitual entre o mês do Natal e o primeiro mês do ano seguinte.
Em Janeiro, registou-se o valor mais baixo de levantamentos desde o pedido de resgate financeiro (em Abril de 2011), se desta análise for excluído Fevereiro de 2012, já que o segundo mês de cada ano tem, por regra, um menor volume de operações por ter 28 ou 29 dias.
Estes dados ajudam a enquadrar a evolução do consumo dos portugueses no primeiro mês de 2013, num período marcado pela redução no rendimento disponível das famílias, por um agravamento da carga fiscal dos contribuintes e pelo aumento do desemprego.