O excesso de mortalidade ficou-se a dever aos doentes "não-covid"
Temos que nos preparar para o inverno que aí vem deixando de ter medo de ir ao médico.
Dados revelados pelo Sistema Nacional de Vigilância da Mortalidade, indicam que, em julho, morreram 10.390 pessoas em Portugal, o valor mais alto num mês nos últimos 12 anos. Comparando com julho de 2019, trata-se de um aumento de 26%. Destes óbitos "apenas" 159, ou seja 1.5%, tiveram o COVID-19 como causa de morte.
Nos meses de março, abril e maio - comparados com o período homólogo de 2019 - registaram-se menos 3 milhões de consultas nos cuidados primários, menos 900 mil consultas nos hospitais e uma redução de 44 por cento no acesso às urgências.
Nesta medida, é fácil deduzir que o excesso de mortalidade se ficou a dever aos doentes "não-COVID", que não foram a consultas, não obtiveram diagnósticos e consecutivamente não realizaram tratamentos.
É, por isso, evidente e fundamental antever uma estratégia para recuperar o que ficou "por fazer" em termos de saúde e cuidados médicos. Os últimos acontecimentos preconizam a necessidade de sensibilizar a população, no sentido de preparar a "sua saúde" para o inverno exigente que se aproxima, com a chegada da gripe sazonal, de uma possível segunda vaga da COVID-19 e com manifestações de várias patologias que descompensam ou agravam com o adiar da ida ao médico por receio de contágio.