"Como dissemos na altura, o "rating" atribuído à dívida soberana portuguesa será revisto em alta para uma nota de investimento, se a Moody's concluir que as tendências positivas na economia e na frente orçamental são sustentáveis e que a dívida muito elevada entra numa tendência descendente constante", lê-se na resposta enviada pela agência de notação à Lusa, por correio electrónico.
Essa conclusão, explica a Moody's, deverá ser suportada por "melhorias orçamentais sustentáveis que apontem para um registo mais consistente de excedentes primários [excluem os encargos com a dívida pública], por evidências de que o crescimento económico continua a ser amplo, apoiando a resiliência a choques, e por novos avanços na recapitalização dos bancos mais fracos".
Andamos a ser enganados. Cá dentro averbamos vitórias atrás de vitórias mas depois a Moody's, uma das três grandes agências de notação financeira, mantém-nos no lixo.
Contra a maioria das expectativas dos analistas que anteviam uma avaliação positiva da Moody's, em que esta ontem retiraria finalmente, volvidos quase sete anos, a dívida portuguesa de uma notação de lixo, a da agência de rating manteve tudo.
Ontem à noite a DBRS promoveu o país (subiu a nota do crédito soberano português em mais um nível), mas a Moody"s manteve intacta a sua avaliação. Continua a considerar a dívida portuguesa como arriscada, um ativo especulativo, de baixa qualidade. Lixo, na gíria dos mercados. Assim é desde julho de 2011.
Desta vez é a Moody's a prever : Num relatório divulgado esta sexta-feira, 19 de Maio, a agência de notação financeira antecipa que a subida do PIB deverá abrandar de 1,7% este ano para 1,4%, em 2018, abaixo das estimativas do Governo que apontam para um crescimento da economia de 1,9% no próximo ano. Já o défice deverá deteriorar-se para 2% do PIB em 2018, o que compara com os 1% previstos pelo Executivo de António Costa.
No paper são identificadas três formas de utilizar essa expansão orçamental: investimento público, financiamento de reformas estruturais e recapitalização dos bancos para resolver o problema do malparado. Blanchard admite que as experiências passadas em Portugal podem suscitar alguma preocupação, com investimento em estradas em vez de educação, mas que a quebra do investimento público dos últimos anos indicia que se pode justificar um reforço.
Na sua avaliação à situação portuguesa actual, o economista nota que estamos perante uma recuperação tímida, em que a economia mantém muitos dos problemas estruturais anteriores, com crescimento baixo e produtividade quase estagnada.
Ó querida, estão aqui a dizer que vai um carro em contra mão . Um ? Centenas !
Desta vez foi a agência de notação financeira Moody's que decidiu manter a dívida portuguesa no lixo. Falam, falam, mas eu não os vejo fazer nada. Vitória atrás de vitória mas nada. Parece que vem aí a saída dos défices excessivos, anunciada hoje mesmo por António Costa para contrabalançar a manutenção do país no lixo.
Entre as restantes grandes agências, também a Fitch e a Standard & Poor’s colocam Portugal neste patamar e com perspectiva "estável". Apenas a canadiana DBRS tem a dívida soberana do país fora de "lixo", no último grau da categoria de investimento de qualidade – sendo que o "outlook" é "estável".
Ao ser a única agência que mantém Portugal acima de "lixo", a DBRS tem o poder de ligar ou desligar Portugal da máquina do Banco Central Europeu, uma vez que é a única actualmente que garante a elegibilidade da dívida nacional para os programas de compra do BCE.
Segundo a Moody's Portugal e Itália não têm margem para absorver choques nas taxas de juro e na economia.
O responsável da agência nota que os países que tinham um rácio de dívida pública baixo continuam a reduzi-lo, enquanto economias com endividamento elevado, como Portugal e Itália, continuam a aumentar o rácio de dívida, o que "não é positivo".
"Se as taxas subirem nos próximos anos, os países mais periféricos são impactados no rácio da dívida sobre o PIB. E se houver um choque no crescimento pode não haver capacidade" para dar resposta do ponto de vista orçamental, considera o analista.
O director da divisão de risco soberano da Moody´s defende que a Zona Euro está agora mais bem preparada para lidar com choques do que em 2012 mas não em Portugal .
Ao contrário dos outros países que estiveram sob programa a economia em Portugal está a abrandar diz a agência de notação Moody's . Faltam reformas estruturais para a economia aquecer.
Após ter publicado a sua avaliação ao Orçamento do Estado para 2016 na semana passada, a Moody’s veio a Portugal explicar as suas perspectivas. A agência de notação financeira aponta o dedo ao abrandamento da economia e destaca que são necessárias mais reformas estruturais. Quanto às compras de activos, desvaloriza a dependência de Portugal em relação à DBRS, pois o BCE arranjará uma solução se o "rating" passar a negativo.
Já andava por aí quem escrevesse que a aprovação do orçamento pela Moody's tinha desaparecido das notícias. Infelizmente, a Moody's veio cá dizer que nesta altura não pode matar o orçamento à nascença. Mas que estão muito doentes, quer o orçamento quer a economia, estão. Ainda é cedo para começar a deitar as pazadas de terra com que se faz o funeral .