O Montepio já está a chamar trabalhadores para negociar despedimentos. 600 a 900 trabalhadores irão para a reforma antecipada e outros negociarão outras forma de compensação. Serão cerca de 25% do quadro de recursos humanos.
Também a rede de balcões sofrerá uma redução significativa .Ao mesmo tempo que está a reduzir o pessoal, o banco está a cortar balcões. O Observador deu esta semana conta que o encerramento de balcões está já em curso, havendo um plano preliminar de que haverá mais 19 fechos até ao final do ano, depois de 18 encerramentos até aqui. O banco confirmou este facto. Mas o plano plurianual aponta para 77 fechos. Em junho, havia 328 balcões com a marca Montepio. Será um corte de mais de 20% da rede de agências.
Não muito diferente do que está a acontecer em outros bancos comerciais.
Montepio, 2017. Vieira da Silva, então ministro da Segurança Social e supervisor da Associação Montepio, Tomas Correia, padre Melícias, os “donos do Montepio”. Este trio, inventou 800 milhões de euros nas contas de resultados da Montepio (Associação, accionista única do banco com o mesmo nome) para tapar resultados e um desonesto esquema piramidal, digno de Madoff. O inventanço, sustentado em milhares de milhões de euros de supostos lucros futuros, estava alicerçado nos “Activos por Impostos Diferidos”...
Montepio, 2020. Os cerca de 600 mil associados da Montepio confiaram nas mãos da dupla Correia - Melícias mais de 4 mil milhões de euros em poupanças. Aquilo, agora, está falido, reduzido a cinzas e milhares de previdentes aforradores já fugiram “daquilo”. Em 2018 e 19 os “malícias” esmifraram-se para que as novas entradas de sócios (e dinheiro) compensassem as saídas - o tal esquema de Ponzi.
No final de cada ano, o que faziam? Os meliantes, tratavam de dar valor ao pobre banco, igual ao do BCP ou BPI (!)... e assim, sempre podiam dizer que os activos (o valor do banco) eram superiores aos passivos (as poupanças dos associados). Ou sejam, mais uma vez... inventaram dinheiro.
Costa e Marcelo a verem a coisada do velho amigo e confessor Melícias como viram as armas de Tancos... Com olhares cumplíces e distraídos.
Agora, o estouro está por meses. O sempre moribundo Banco, com créditos a sectores mais desgastados com a pandemia, necessita de ser, com urgência, capitalizado, mas o accionista (único) - a Associação - está falida. A qualidade dos créditos afoga os capitais próprios de base e... já não há muito por onde aldrabar.
Sim, aldrabar. Foi o que fizeram até agora.
Solução? O Montepio, banco, não pode ser “resolvido” como foi o BES em 2014. É, materialmente, impossível.
Restam duas opções: ou é incorporado na CGD ou, segunda opção, é nacionalizado. O recurso à Caixa, implica o desbaratar do aumento de capital (2017) realizado pelo Estado no banco público. A nacionalização, obriga a consumir milhões aos contribuintes...
E a Associação Montepio? Será necessário a injecção de, pelo menos, 4 mil mil milhões de euros... e passar a gestão à Santa Casa.
Foi Centeno, enquanto ministro, que recusou salvar, a tempo, o Montepio. Há cartas e documentos, do próprio Banco de Portugal, que comprovam que o agora Governador do Banco de Portugal sabia das aldrabices, impediu soluções e colaborou na fabricação de contabilidade criativa na banca e do esquema de Ponzi.
Crime, portanto. O Ministério Público que “apure”.
PS. Os aforradores da Associação Montepio não têm direito ao Fundo de Garantia de Depósitos. Perdem tudo, caso os contribuintes não reponham a massa...
Já no banco, a garantia funciona, mas com limites...
Uma auditora da Associação Montepio, a dona única do banco Montepio, revela que, em 2017, inventaram 800 milhões de euros nas contas da Associação para disfarçar a falência...
O “inventaram”, dinheiro, tem nomes: Vieira da Silva, Tomás Correia, Claúdia Joaquim - a então Secretária de Estado de Vieira da Silva que vai tomar posse como secretaria de estado do Orçamento, na próxima Segunda-feira (!) - e Mário Centeno.
O que estes meliantes fizeram? Para disfarçar a falência da Montepio, com 620 mil depositantes que arriscam 4 mil milhões de euros, autorizaram inscrever 800 milhões de euros em “activos por impostos diferidos” - “dinheiro”, neste caso, inventado que, supostamente, será “descontado” ao activo com outros supostos lucros de milhares de milhões de euros nos próximos anos (que anedota!)...
Colaboraram em esquema piramidal (tipo “Dona Branca” ou “Maddof”) em que as entradas de novas poupanças (enganar os incautos, os velhinhos) pagam as saídas de depósitos, resgates e juros. Sem estas aldrabices, a Associação teria de fechar portas.
Isto é “manipulação de contas”. Um crime que dá prisão. E esta gente, de Vieira da Silva a Centeno, já devia estar com o ministério público no encalço.
Como não bastasse, os mesmos meliantes autorizaram que Tomás Correia e o padre “Malícias” reavaliassem o banco Montepio a um valor, imaginem, superior ao do BCP... tudo isto para que o activo da Montepio (única accionista do banco) fosse superior ao passivo (as tais poupanças e depósitos de 4 mil milhões de euros, dos 620 mil portugueses).
Na última semana ficámos a saber que a Associação Mutualista Montepio Geral consegue obrigar o Governo a mudar leis. E que não se enfrentam devedores do Novo Banco por medo.
Por motivos insondáveis, assistimos à incapacidade ou falta de vontade do Governo de avaliar a idoneidade de António Tomás Correia para se manter à frente dos destinos do Montepio Geral Associação Mutualista.
E as declarações na Assembleia da República de dois responsáveis não deixam dúvidas que há medo dos devedores do BES. Melhor, de alguns devedores do agora Novo Banco.
É preciso dizer "não" algo que António Costa tem muita dificuldade em dizer. E quando diz é porque tem uma truque na manga . Não tem dinheiro para os professores mas já arranjou dinheiro para a redução do custo dos passes dos transportes públicos em Lisboa e no Porto.
A oposição tem nestas matérias muito a dizer . Se não tiver medo .
No BES houve um governante que teve a coragem de dizer não a Ricardo Salgado . No Montepio não há quem no governo tenha coragem de dizer não a Tomás Correia. Mas os avisos de quem conhece muito bem os dois casos e até é membro dos órgãos sociais do Montepio não deixam dúvidas. Aos mesmos procedimentos correspondem os mesmos resultados.
Mas a verdade é que Tomás Correia não sai apesar de ser notório que já devia ter saído. O apoio de conhecidos políticos explica muita coisa. Há muito a esconder e há muita gente envolvida.
Aliás, basta ler os próprios relatórios da Associação Mutualista e da Caixa Económica, que hoje é Banco Montepio, e o muito que se tem escrito em volta disso, para perceber que a gestão do atual presidente e da equipa que serviu com ele o Montepio, por várias razões, destruiu centenas de milhões de euros de capital mutualista. Se formos ver a redução de capital do grupo que se verificou nos últimos cinco, seis anos, ultrapassa 700 milhões de euros. Mas isso é conhecido…
Tomás Correia mantem-se em funções mercê de duas coisas. A ausência de supervisões — a bancária, a de seguros, à própria CMVM em alguns aspetos, e também à da tutela direta que era a do governo — e a existência de uma densa rede de interesses e de cumplicidades.
Preparem-se para mais uma factura dos "Lesados do Montepio"
Eis finalmente um texto bem explícito e que de forma bem objectiva e directa, explica com rigor e define bem o que é e o que se passa na Associação Mutualista Montepio.
Um grande bem haja para o Rudolfo Rebelo pela sua clarividência e pela forma simples como consegue explicar aquilo que muitos andam a tentar esconder.
"O Montepio (Associação) não passa de criminoso "esquema de Ponzi", com Tomás Correia a servir o ágape, coadjuvado pelo padre "Malícias".
Explico-me, o caso é simples. Os activos daquela corporação, destruída pelos dois malfeitores, andam pelos 4 mil milhões de euros, dos quais, vejam, 2,2 mil milhões inscritos como valor do banco Montepio (Associação do Tomás e Malícias controla o banco com o mesmo nome). Outros mil milhões de euros são obrigações emitidas pelo banco e tomadas pela Associação... A conta malandreca fica completa com 800 milhões em "créditos fiscais" (uma treta imaginada pelo cúmplice Centeno, que nunca serão recuperados já que a Associação não dá lucros...). Ora bem, no total, 95% dos activos da Montepio está "dentro de casa", enterrados no banco... que, também, não dá lucros, rendimentos!
Convém esclarecer: o banco não vale 2,2 mil milhões de euros. Nem 500 milhões vale...
Então, perante esta fraude, como a rica dupla Tomás-Malícias, remunera, anualmente, os 600 mil associados da Associação, proprietários daqueles 4 mil milhões de euros? Com outra fraude: Os juros para estes 600 mil aforradores depende de novas entradas de dinheiro fresco: quero dizer, de novos papalvos associados! É este o criminoso esquema de Ponzi.
O ministro pai da Vieira da Silva e amigo-agarrado pelo financiador socialista Tomás sabe deste jogo perigoso. Costa e Centeno também. E um dia destes, 600 mil lesados (que não têm direito ao Fundo de Garantia de Depósitos) pegam nas enxadas e picaretas, marcham sobre Lisboa e alguém responderá com as goelas de fora...!
Claro, isto dá o estouro se passa para o supervisor dos seguros - É que, com a "idoneidade" do Tomás e do Malícias, o supervisor dos seguros quererá ver as contas... E, lógico, as seguradoras não estão para pagar um bilionário Fundo de Resolução, pior que o do BES...!
PS. Não acho necessário aconselhar associados que sabem ler ou ouvir...!" (Rudolfo Rebelo)
Com processos a correr contra ele mesmo assim, ou por isso mesmo, Tomás Correia contou com apoios de peso de gente bem conhecida. Porque será ?
Agora que o gestor foi condenado podemos esperar a sua demissão do cargo de presidente do Montepio ? E as pessoas públicas que o apoiaram irão retirar-lhe o apoio que o ajudaram a ganhar as recentes eleições para o Montepio ?
Fernando Ribeiro Mendes apresentou a sua lista que conta com o nome de João Costa Pinto, antigo vice-presidente do Banco de Portugal, para o conselho geral da associação. Durante a apresentação da candidatura foi revelado ter sido enviada uma carta ao ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, mas também ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças, a chamar a atenção “para a situação financeira da Associação Mutualista levada a cabo pela atual administração”.
A apresentação, que decorreu no Teatro Capitólio, em Lisboa, contou com presenças e apoios de vários integrantes da comissão de honra da Lista A, como Manuela Ramalho Eanes, Jorge Coelho e os fadistas Camané, Cuca Roseta, Maria do Céu Guerra, Carlos Lopes, José Eduardo Martins, Edmundo Martinho (provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa), Rui Nabeiro, Francisco Moita Flores, assim como Maria de Belém Roseira, candidata da lista ao conselho geral.
Estiveram ainda presentes João Pedro Pais, Vitorino, Hélder Moutinho e António Manuel Ribeiro (UHF), Godinho Lopes e Sousa Cintra (ex-presidentes do Sporting), João Varandas Fernandes, António Pedro Vasconcelos, entre outras figuras públicas.
É dificil perceber que tanta gente de esquerda tenha apoiado o gestor agora condenado a pagar multas milionárias por graves decisões.
Em causa neste processo estão, entre outros ilícitos, várias violações do sistema de controlo interno do banco no âmbito da gestão do risco de crédito, ou seja, foram aprovadas muitas operações sem que houvesse análise de risco adequado, ausência de constituição de provisões para risco especifico de crédito, concessão de créditos a sociedades de que os administradores eram gestores, assim como incumprimento nos deveres de implementação de controlo interno na verificação da origem do dinheiro dos subscritores das unidades de participação,
Nada disto impediu que muita gente de esquerda tenha apoiado a reeleição de Tomaz Correia. Porque será ?
Porque é que Tomaz Correia tem toda aquela força depois de ter levado o Montepio à situação em que está ? E que afronta o governo e as suas instituições ( Finanças, Banco de Portugal) e não arreda pé ? Não vimos já isto no ex-BES ?
E porque é que o Franciscano Padre Melícias exerce funções há dezenas de anos aparentemente sem dar troco a ninguém ? E o governo se encolhe ?
O Montepio que actua da mesma forma que o ex-BES não merece da parte do acagaçado governo qualquer decisão para por cobro aos evidentes desmandos . A saída é ir buscar dinheiro aonde ele está, no caso à Santa Casa, avaliando o banco muito por cima. Claro que nenhum privado lá mete dinheiro mas os mutualistas podem ver o seu dinheiro voar. O governo vendeu-nos aquela história dos lucros futuros retocando a imagem para que tudo fique na mesma.
O Montepio vende aos seus balcões acções e outros papéis comerciais da Mutualista prática que se revelou a origem do desastre no ex BES .
É, claro, que alguém vai ter a culpa mas não é o governo.