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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Precisamos cada vez mais dos heróis actuais

O Estado é, talvez, o maior problema das sociedades modernas . Pelos meios que absorve, pelos maus serviços prestados e por ser insaciável.

Eduardo Lourenço, filósofo: “Precisamos de um Estado mais competente para suscitar uma melhor sociedade.” E por Guilherme Figueiredo, Bastonário da Ordem Advogados: “O pior é o serviço prestado à maioria dos cidadãos pelo Estado.” E ainda por Manuel Aires Mateus, arquiteto: “É fundamental reinventar o Estado de direito democrático social para […] a sustentabilidade económica do país.” “Concordo com a mensagem [do Presidente] no sentido em que reinventar é fazer certas reformas” disse Raquel Varela, historiadora.

Hoje precisamos de heróis atuais: os homens e as mulheres do trabalho, independentes do Estado e dos políticos, com capacidade, firmeza e conhecimento para propor e defender políticas económicas. Precisamos de empreendedores, empresários, acionistas, trabalhadores que constroem empresas de classe mundial, que se focam na manufatura das coisas que sabemos fazer bem, cada vez melhor, e que outros querem comprar, por exemplo em setores como a metalurgia e metalomecânica, o maior setor exportador nacional. Sem ilusões nem manias de grandeza imperial. Já bastam os britânicos.

Sem nos libertarmos da tutela do Estado que há séculos nos impede de resolver a pobreza estrutural , a emigração e a desigualdade de oportunidades nunca seremos melhores do que somos. 

A entrada para a CE foi a entrada para a modernidade

Hoje quando se olha para o país antes de 1986 quase que não se acredita tal é a diferença para melhor. Naquela altura era a comparação com os outros países europeus que dava a medida da nossa miséria.

Hoje há muita gente que ao discutir a União Europeia se esquece desse passo fundamental que foi dado por Portugal. Uns querem regressar ao passado saindo da UE e do Euro e com isso à miséria do antes 1986. Outros criticam a UE mas não conseguem apresentar um exemplo que seja onde tanta gente viva com esta qualidade de vida durante 60 anos.

A entrada de Portugal na CEE foi o passaporte que permitiu ao país atravessar a ponte para a modernidade. Quem ainda se lembra de viajar pela Europa antes da adesão há-de reter para sempre a inacreditável diferença entre os dois mundos, que se consubstanciava nas coisas mais insignificantes – mas que tinha relevância no que era fundamental. Os mais reticentes – onde se encontrava alguma esquerda (o PCP) ainda vinculada ao mundo bicéfalo da guerra fria e alguma direita conservadora que tinha medo dos biquínis, das mini-saias e das mulheres que fumavam fora de casa – não tiveram grande margem de manobra para fazer vingar as suas agendas.