Custaram ao estado 1,9 milhões de euros só em juros do capital que não embolsamos. Enquanto isso, os quadros estão nas mãos de gente sabedora que sabem tanto de Miró que nem sabiam que o país tinha (tem) dentro de portas uma colecção de 39 quadros.
Somos um país rico que não conserva condignamente os tesouros culturais nacionais e que tem um novo museu dos coches fechado há dois anos por não haver verba para o abrir. Mas os Miró, esses nem pensar.
Todas as diligências processuais foram a favor das empresas proprietárias do acervo mas o MP recorreu de todas. Saberá que custam ao país mais de 5.000 euros/dia ao país?
"foi com surpresa que se constatou que o Ministério Público recorreu para o Tribunal Central Administrativo de todas as decisões que lhe foram desfavoráveis" e que "requereu mesmo mais uma providência cautelar e apresentou mais uma acção principal".
Depois das "tias" do PS muito preocupadas com a cultura temos os "tios" do MP. E cá vamos cantando e rindo.
Custaram ao estado 1,9 milhões de euros só em juros do capital que não embolsamos. Enquanto isso, os quadros estão nas mãos de gente sabedora que sabem tanto de Miró que nem sabiam que o país tinha (tem) dentro de portas uma colecção de 39 quadros.
Somos um país rico que não conserva condignamente os tesouros culturais nacionais e que tem um novo museu dos coches fechado há dois anos por não haver verba para o abrir. Mas os Miró, esses nem pensar.
Todas as diligências processuais foram a favor das empresas proprietárias do acervo mas o MP recorreu de todas. Saberá que custam ao país mais de 5.000 euros/dia ao país?
"foi com surpresa que se constatou que o Ministério Público recorreu para o Tribunal Central Administrativo de todas as decisões que lhe foram desfavoráveis" e que "requereu mesmo mais uma providência cautelar e apresentou mais uma acção principal".
Depois das "tias" do PS muito preocupadas com a cultura temos os "tios" do MP. E cá vamos cantando e rindo.
Antes de gastar 35 milhões num conjunto de 85 quadros que à excepção de três ou quatro tem um valor artístico menor, o estado tem onde gastar muito melhor esse dinheiro, nomeadamente no património monumental que está a cair aos bocados por esse país fora. Mas parece que os indignadinhos do costume, não estão muito preocupados com isso. Se os Mirós em causa fossem importantes, nunca teriam saído de Espanha. A lusa pateguice não tem limites numa cáfila “lesboeta” que se acha culturalmente evoluída lá porque já foi ao teatro a Paris.
Afinal a venda dos quadros Miró iniciou-se no tempo dos governos de Sócrates. A ministra da Cultura era Gabriela Canavilhas e o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos. Como seria de esperar Canavilhas diz que não sabia de nada. Era o que faltava! E Teixeira dos santos diz que a decisão competia exclusivamente à Administração da empresa não tinha que ir a Conselho de Ministros.
O Expresso apresenta a transcrição de mails trocados entra a administração da empresa proprietária e as leiloeiras, onde se pode ler que a negociação para a venda das 85 obras chegou a ter data marcada.
Estiveram em Lisboa em 2011 técnicos da Christie's a avaliar o valor das obras bem como da Sotheby's . No governo de então, como há muito se percebia, ninguém sabia de nada. Nem de quadros, nem de bancarrota nem da verdade! E tudo isto num processo que vinha de 2008!
Hoje já se sabe como saíram os quadros de Miró de Espanha. O genro do ex primeiro ministro Aznar pagou uma dívida ao BPN com os quadros. A Espanha de Velásquez, Dali, Picasso, Miró, deixou sair os quadros sem dramas e sem complexos. A Espanha rica e culta.
O provincianismo português é que transforma uma colecção de quadros num caso nacional. Com deputados indignados a pedir a demissão do secretário da cultura senão mesmo do governo. Os mesmos que deixam arder um quadro de Josefa de Óbidos .
Grande Oliveira e Costa. Quem é que trouxe para Portugal a "menina dos olhos" das "tias" da cultura do PS? Quem foi? Quem é que juntou oitenta e cinco obras de Miró de uma só vez caso único no mundo? Quem foi?
É enternecedor verificar como à volta dos quadros de um artista Catalão se motiva a "cultura" de todo um país. Que seria de nós sem os Miró? De que esperam Canavilhas, Medeiros e a PGR para proporem ao Presidente da República a condecoração de Oliveira e Costa ? Que rasgo! E como as "tias" dizem, já estão pagos, estás a ver, ninguém tem que pagar nada. Eu proponho já que seja descontada metade da pena a Oliveira e Costa. E não esqueçam o Rendeiro e o seu acervo!
A PGR quer travar a venda dos quadros. Está no seu direito? Não sei. O que sei é que é ao governo que cabe a decisão de vender ao não vender. Porque se trata de estabelecer prioridades e a PGR não tem informação para estabelecer prioridades nem é essa a sua função. Ao governo compete pagar a dívida do país e, para isso, infelizmente, tem que vender os anéis para não ter que cortar os dedos. Não consta que o país fique decepado se vender os quadros. Mas se não pagar a dívida o mais depressa e nas melhores condições é o povo que vai para o desemprego. Ora, também não consta que a PGR corra o risco de ficar desempregada.
Eu tenho um activo e um passivo. No BPN, vendo um activo (os quadros do Miró) e com os tais trinta e seis milhões abato no passivo. Fico a dever menos trinta e seis milhões. Ou de outra forma, os contribuintes pagam menos trinta e seis milhões de euros. O anterior ministro das finanças diz que o passivo é o mesmo .Foi a pensar assim que ajudou o Sócrates a levar o país à bancarrota. Estou mesmo a ver. Oh, Zé, enquanto nos emprestarem vamos pedindo, afinal o passivo é sempre o mesmo e quem paga são os palermas de sempre...
E, há, quem apresente este apurado raciocinio como argumento a favor de o estado não vender a colecção de quadros. Estão a ver, com quadros ou sem quadros, diz o bom do Teixeira dos Santos, quem paga são os mesmos. Interessa lá o montante !
A questão agora é saber se os quadros de Miró saíram do país legalmente. A Direcção-Geral do Património diz que não o governo diz que sim. A leiloeira é que não vai em conversas. Não vende (para defender os potenciais compradores) sem que a legalidade seja confirmada pelo vendedor.
O tribunal não deu provimento à acção cautelar apresentada por alguns deputados do PS. Os quadros podem realmente representar um acervo importante mas não se pode cortar nas pensões e vender empresas e, por outro lado, investir em arte. Já estão pagos? Pois, aí está um argumento pateta.
Espera-se, agora, que uns e outros deixem cair os argumentos que não ajudam nada e, que, a SNL, venda este e outros activos para pagar ao estado os muitos milhões que este enterrou com a nacionalização do BPN. Aliás, como o acordão bem explica, a decisão de venda, cabe única e exclusivamente à empresa (Parvalorem) que tem como missão vender os activos do BPN. Não podem, pois, os deputados requerer a anulação da venda como se ao estado coubesse tal decisão. Não se trata de uma decisão administrativa mas sim de um acto de gestão de uma sociedade anónima.
O Palácio Real da Ajuda está inacabado há séculos. É uma tristeza e uma vergonha que um palácio onde se realizam cerimónimas entre estados continue parcialmente desventrado. E que esteja à mercê da ladroagem.
Anda para aí gente muito indignada com a venda da colecção Miró mas esquecem ostensivamente o património existente muito mais valioso. "
Estando ao quase abandono há gerações, o Palácio Real da Ajuda é uma das muitas vítimas do desleixo do Estado, embora governos e presidentes dele se sirvam para umas tantas cerimónias. Sem qualquer vergonha, apresentam aos visitantes estrangeiros um edifício semi-arruinado, de fachadas escalavradas pela incúria, quando não completamente destruídas. É este um caso emblemático do Estado que temos, chegando-se ao ponto de no edifício instalar-se o departamento de Cultura do governo português.
Sabe-se o que por lá se passa. Colecções empacotadas e sem a menor possibilidade de exibição pública, as Jóias da Coroa - já desfalcadas por um ainda recente e absurdo roubo holandês de contornos misteriosos, aventando claras cumplicidades sem castigo -, peças que pertenceram ao recheio do Palácio e que se encontram a uso de funcionários, salas deterioradas pelo passar dos anos, enfim, um aberrante contraste com aquilo que vemos noutras capitais europeias.