Não dá ? Ajusta-se o deficit . E o deficit faz subir a dívida. Nem por isso .Mais dinheiro nos bolsos, não cortando os salários e as pensões, aumenta o consumo que aumenta o crescimento que aumenta os impostos... e já está.
Para o BE só dá para apoiar o orçamento de 2016 depois logo se vê. Para o PCP nem isso . Depois logo se vê. Mas o que já podemos ver é que vamos para nova crise. Com eleições à vista que era, aliás, o melhor que nos podia acontecer.
Reforça a legitimidade . Dá de certeza uma maioria absoluta, que por sua vez dá estabilidade e credibilidade que neste momento ninguém tem. E tira do centro da vida politica a actriz que, com 10% dos votos, manda no PS. Embora, coitada, ainda não tenha dado conta que o PS+BE estão ambos nas mãos do PCP. Sem o PCP nada feito.
O Jerónimo não diz nada, não oferece nada, nem exige nada. Deixa isso para a actriz Catarina que anda aluada, convencida que dá cartas. Na altura própria, com PS e BE muito contentes com um um governo mais minoritário que o da Coligação, vão ter que se entender com o PCP - Marxista/Leninista que não faz acordo . So´ caso a caso. Se a proposta couber na matriz marxista/leninista há apoio . Até pode ter que assinar um acordo para o Costa levar ao Cavaco para dar posse ao governo mas, mais que apoio caso a caso nem pensar.
Sempre foi e será assim. O PCP manda, controla, tem razão, protege os trabalhadores e representa-os. Tudo o resto não passa de revisionismo.
A coligação PDS/CDS deve ser chamada a formar governo com o apoio mais vasto que conseguir e que pode limitar-se aos deputados que elegeu;
Deve governar procurando entendimentos e acordos que reflictam o facto de não ter maioria absoluta;
Se esse governo vier a cair, cada um assume as responsabilidades no facto e o Presidente da República decide se convoca novas eleições ou encontra uma nova solução de governo no mesmo Parlamento;
Neste último caso essa solução bem pode ser um governo do PS, CDU e BE. Mas só depois de dar a prioridade e oportunidade ao governo liderado pelo partido mais votado.
Não será o primeiro nem o último. É assim a democracia. Governa quem ganha as eleições. Depois ao longo do mandato vão-se encontrando soluções parlamentares para os principais problemas que afectam o país. Sempre foi assim e vai continuar a ser.
Há quem ache que um governo do PS com o PCP e o BE tem mais tempo de vida que um governo minoritário do PSD/CDS. Pura ilusão. O PS alguma vez irá prescindir dos seus princípios democráticos, europeístas para manter uma coligação com quem não acredita na democracia nem na União Europeia ? E o PCP que não se moveu um milímetro da sua narrativa de há 40 anos apesar da queda do Muro de Berlim ? E o BE estatista, antieuropeu e uma nublosa ideológica onde se juntam várias correntes do comunismo ? Não basta o exemplo do Syriza ?
Os governos minoritários duraram em média dois anos e meio . Este vai durar até 2018. Vai uma aposta ?
Mal adivinharam que a Coligação não obteria maioria absoluta tentaram um golpe anti Constituição. A tal Constituição que tanto defendem quando lhes convém.
Não se pode somar votos que não são iguais. O PS é a favor da União Europeia, do Euro e do Tratado Orçamental, enquanto o BE e o PCP são contra. Com 16% dos votos BE e PCP querem mandar nos 84% dos votos que são a favor da Europa.
Na própria noite eleitoral, António Costa, regressado à terra , anunciou que viabilizará um governo minoritário desde que cumpra os preceitos constitucionais, os compromissos com a União Europeia e com as traves mestras do seu programa. Nada que não possa ser negociado com o futuro governo . Nesta negociação ao BE e PCP não cabe papel nenhum, é bem de ver.
Auto excluídos da solução PCP e BE mostram do que são capazes se algum dia tiverem efectivo poder. A Constituição passaria a ser lida segundo as conveniências e a prática democrática subvertida. É que a falta de memória do BE e do PCP é muito preocupante. Mário Soares, António Guterres, Cavaco Silva e José Sócrates governaram em minoria.
É pena (credo) que PCP e BE não estejam habilitados a chumbar um governo saído da vontade popular. É que a seguir viria um governo maioritário . António Costa , Vieira da Silva e outros dirigentes do PS já o deram a entender que sabem que é isso que acontecerá.
PCP e BE têm como prioridade a sua própria sobrevivência e fazem o que for necessário, incluindo a subversão das regras democráticas. É bom que não andemos distraídos.
Depois de um governo maioritário PS quem foi o culpado da existência de um governo minoritário num ambiente tão conturbado? Cavaco Silva ao dar posse pensando na sua reeleição? Sócrates e a sua ambição desmedida? ( como, aliás, já admitiu) O PCP por não querer queimar-se na governação? O BE e as suas querelas internas? Quando vimos na Alemanha dois grandes partidos formarem governo, negociando, cedendo mutuamente a bem do país que pensar da estupidez tuga? Queixam-se de quê? Culpam quem?
Sobreviver é programa de partido? O país ganha o quê com a existência de partidos que se digladiam em vez de se juntarem para encontrar soluções? Ninguém é inocente e isento de culpas. O primeiro dever de quem faz política é fazer parte da solução. E a solução é a que é apoiada por mais de 80% do eleitorado. Democracia, economia social de mercado, estado social, União Europeia e Euro. Se não percebem sobra-lhes a gritaria e as manifestações.