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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Mas ela mexe

Os ministros das Finanças da Alemanha e da França reuniram-se para preparar uma série de medidas com vista a reforçar a União Europeia.

"Quero um orçamento para a Zona Euro, um ministro responsável por esse orçamento, um parlamento para o controlar e uma verdadeira capacidade para investir e para corrigir os choques que existem na Zona Euro", tem explicado Macron, que tem uma linha de pensamento próxima da de Wolfang Schäuble, que há muito tempo que defende a criação de um Tesouro e de um ministro das Finanças do euro, com a capacidade de vetar as propostas de orçamento que não cumpram as normas europeias.

Também Espanha partilha muitas destas ideias, tendo já entregue em Bruxelas um documento onde defende que o futuro orçamento exclusivo da Zona Euro possa suportar parte dos subsídios de desemprego. Espanha é, a par da Grécia, a recordista do desemprego na Europa.
 
O grupo de trabalho examinará essencialmente uma maior integração à luz de três vertentes: projectos de investimento conjuntos (possivelmente co-financiados através de um orçamento para a Zona Euro por uma nova fonte de receita ), convergência orçamental e coordenação das políticas económicas (numa provável alusão a uma maior convergência em matéria fiscal e em torno dos critérios relacionados com a atribuição e cálculo do subsídio de desemprego).
 

O aviso do " filho da mãe " alemão

Portugal tem que se assegurar que não será sujeito a um segundo resgate. Quem aviso nosso amigo é mas as reacções do nosso ministro das finanças e do primeiro ministro não apontam para aí.

A verdade é que lá fora não acreditam nas boas notícias . E a razão é simples. A dívida é muito alta, o crescimento da economia é muito baixo e não dá para a pagar. É por isso que as taxas de juro a 10 anos não baixa.( como se sabe, as taxas de juro a curto prazo têm muito pouca relevância embora, a estratégia do Tesouro para baixar a taxa média da dívida passe por substituir taxa alta a longo prazo por taxa baixa a curto prazo).

Mas se a taxa média nominal da dívida anda pelos 4% o crescimento da economia anda pelos 1,4% o que não dá para pagar dívida. E grande parte deste crescimento vem do turismo . Como poderá ser de outra forma se não há investimento ?

Se os mercados começam a desconfiar de um país, vão exigir uma maior taxa de retorno de tal maneira elevada que pode fazer com que o governo não consiga pagar a sua dívida.

O turismo tem sido muito importante, mas não tem energia para provocar um crescimento dessa dimensão. Tal como não é possível chegar lá através do circuito: aumento dos salários, aumento do consumo.

A dívida pública aumentou 4%, mais do que o crescimento nominal do produto, tendo como referência os dados fornecidos pelo próprio Ministério das Finanças. Em 2016, o crescimento real do PIB foi de 1,4% e o nominal 3,1%. O peso da dívida no PIB aumentou – e é a dívida bruta que interessa porque é ela que nos dá a dimensão do que temos de pagar e, especialmente, do encargos com juros. Com uma dívida da ordem dos 240 mil milhões de euros, uma taxa de juro de 3,5% significa mais de oito mil milhões de euros em juros. Parece óbvio que com um crescimento inferior a 4%, em termos nominais, é impossível aguentar o peso dos juros e suportar o sucessivo crescimento da dívida pública que isso dita.

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Apelo a Portugal para evitar novo resgate

ministro das Finanças da Alemanha apela a Portugal para tomar as medidas estruturais necessárias para evitar novo resgate. Ao contrário, Centeno congratula-se com as boas notícias. Quem tem razão ?

Tirando a fotografia da situação, Centeno pode adoçar a situação com alguns resultados ( défice mais baixo, emprego mais alto, exportações a crescer ) mas se projectarmos o futuro as coisas não são boas. Dívida cada vez mais alta, taxa de juro elevadíssima (em conjunto isto é insustentável face ao nível de crescimento da economia) e medidas estruturais que tardam em ser implementadas por oposição do PCP e BE. 

É preciso dizê-lo. Portugal corre o risco de cair para a segunda divisão agora que tanto se fala na Europa a duas velocidades. E se António Costa não conseguir maioria absoluta e precisar do actual apoio parlamentar ( que quer sair da UE e da Zona Euro) muito provavelmente, Portugal terá que sair provisoriamente do Euro para poder empobrecer rapidamente . Depois das medidas estruturais tomadas o país poderá então voltar a integrar-se na Zona Euro. 

São estas as diferenças entre Schaube e Centeno, estão ambos a ter razão mas sobre realidades diferentes.

Não nos deixemos enganar, caminhamos no fio da navalha .

 

Os contribuintes não têm que pagar os prejuízos dos bancos

Agora é o Ministro alemão das Finanças  a dizer o que é evidente. Todos os que, de uma forma ou outra, estão relacionados financeiramente com um banco sabem que toda a actividade económica tem um risco que tem que ser assumido. Os contribuintes é que não quiseram ou não puderam correr esse risco e, como tal, não têm que ser chamados a pagar os prejuízos que eventualmente esse risco traga. De outra forma, com accionistas, depositantes, administradores e outros a embolsar os lucros e o estado a pagar os prejuízos nunca acabarão os jogos de casino.

Se isso não acontecesse, argumentou o governante alemão, “os bancos conseguiriam grandes lucros com negócios arriscados, mas em caso de falência as perdas ficariam a cargo de toda a sociedade”. “Isso não pode ser”, acrescentou Schäuble, considerado um dos arquitectos, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI), do modelo do resgate cipriota.

Isto sim, é um "Delito de Opinião"

Desta vez é no Delito de Opinião, blogue que  leio e que aprecio. Mas caramba há limites para tudo.
Então não se sabe que o Ministro Alemão das Finanças se faz deslocar numa cadeira de rodas ?
"
A cerviz dobrada, o olhar abaixado, a pose mendicante, foi deste modo que o crespo meridional se dirigiu ao seu equivalente alemão a pedir-lhe pela mercê de deus. O germano tem rugas na testa como se tivesse sido abordado por um pedinte famélico à entrada de um restaurante de luxo. Nem se levanta nem olha de frente – enfadado.
O nosso murmura “that’s much appreciated” querendo dizer “obrigado” em idioma técnico."