E Portugal tal como os restantes outros países, ganha e muito com tal acordo que nunca conseguiria sozinho. 500 milhões de consumidores deste lado do Atlântico e 300 milhões do lado de lá.
Atualmente, há outros acordos comerciais internacionais da UE que estão em fase de negociação ou mesmo de ratificação parlamentar, como é o caso do Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e o Canadá (conhecido como CETA).
Outro exemplo é o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, em inglês), que está a ser ainda negociado entre os Estados Unidos e a União Europeia.
Estes acordos são feitos com a UE como um todo envolvendo todos os países . Portugal é um pigmeu comercialmente falando e fora da UE estaria irremediavelmente votado à pobreza.
A minha insistência numa união política de natureza federal não resulta de obstinação pessoal, mas, antes, de sinais preocupantes em matéria de regressão do comércio global, do multilateralismo, da geopolítica mundial e regional e, mesmo, de regressão democrática. A preservação de um bloco europeu politicamente integrado é a única solução para um país pequeno como o nosso nesse mundo muito conturbado que nos espera. Por isso, na minha teoria do federalismo cooperativo, partilhado e descentralizado, que eu proponho para a união política europeia, cabe um “pacote de bens comuns”, alinhados de acordo com o princípio de que “o todo é maior que a soma das partes”:
Os países que integram o Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguaio , Uruguaio e Venezuela - querem a Venezuela fora da união daqueles países do sul da América. Por a Venezuela não respeitar os direitos humanos e o estado de direito.
A Argentina já o veio dizer publicamente e com as palavras todas. A Venezuela não é uma democracia e como tal não preenche as condições necessárias para se manter no Mercosul .
Embora tenha sido criado apenas em 1991, os esboços deste acordo datam da década de 1980, quando Brasil e Argentina assinaram vários acordos comerciais com o objetivo de integração. Chile, Colômbia, Peru e Bolívia poderão entrar neste bloco econômico, pois assinaram tratados comerciais e já estão organizando suas economias para tanto. Participam até o momento como países associados ao Mercosul.
A extrema esquerda deve estar ufana pois conseguiu para a Venezuela o que tenta há tantos anos para Portugal . A saída da União Europeia.
A Venezuela foi afastada da Mercosul, o grupo de países que na América do Sul se uniram num espaço comum de liberdade, livre comércio e livre circulação de bens e pessoas. À semelhança da União Europeia.
Dos acordos que não foram cumpridos destaca-se a promoção e proteção dos direitos humanos. "A plena vigência das instituições democráticas e o respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais são condições essenciais para a vigência e evolução do processo de integração entre as partes", diz o primeiro artigo do protocolo.
Por cá, na Europa, a Turquia anda há anos a tentar entrar na União Europeia enquanto a democracia interna passa por graves problemas . Agora agita a chantagem de deixar passar os migrantes que aos milhões tentam chegar ao el dourado europeu.
O PCP começou o seu congresso com um ataque feroz à UE .Também não gosta da democracia mas aplaude o irmão Maduro. E o irmão Fidel . Para o PCP o problema é mesmo a democracia pluralista. Mas é bem melhor o espartilho do Tratado Orçamental do que a ditadura seja de esquerda seja de direita.
Olhem para o mapa e imaginem Portugal fora da União Europeia num mundo globalizado e organizado segundo grandes blocos económicos. Dá para ver a dimensão do desastre. Mas é esta a solução que defendem o PCP e o BE . Um país pequeno e pobre, isolado, sem capacidade para participar activamente nas grandes decisões e acordos internacionais. Sem capacidade para atrair investimento, investigação e inovação. Irremediavelmente miserável, orgulhosamente só .
Mas talvez seja a única forma de ser comunista e seja isso o que os faz correr. Mas o bem do povo não é.
Estive na América do Sul há uns anos atrás . Lá andei com uma espécie de salvo conduto a passar entre países que pertencem ao "Mercosul", união de países que ensaiam uma União Europeia. É uma terra assombrosa de riqueza e beleza. O mundo, a natureza, já tiveram o verde das suas árvores e a limpeza cristalina das suas águas.
Aproveitava os raros momentos em que permanecia nos hotéis para falar com os outros hóspedes. Gente do Sul e do interior do continente em negócios, com uma visão bem diferente dos cidadãos das grandes cidades.
No Rio de Janeiro as casas comuns têm duas portas, muitas vezes guardadas por seguranças. Em Buenos Aires é preciso ter cuidado para à noite não pisar os sem-abrigo. Em Caracas os bairros de lata estendem-se até ao infinito e cercam a cidade. Para um Europeu a América do Sul é um choque tremendo tal a desigualdade.
E os meus parceiros de conversa, não raras vezes, falavam-me dos "palhaços" da política que cobriam o continente de vergonha. Ditadores que utilizavam a miséria e a ignorância dos seus povos para se eternizarem no poder e enriquecerem. Países em cima de mares de petróleo com a maioria do povo na miséria.
Olhavam para o modo de vida Europeu como uma esperança e até com certo ciúme. A União Europeia como um espaço de tolerância e de bem estar.
E, perguntava eu, mas então o Lula, o Chavez, os heróis socialistas ? E eles, é só uma questão de tempo...
PS: num texto que li algures de Boaventura Sousa Santos este escrevia que crescia na América do Sul o sistema político do futuro...