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BandaLarga

as autoestradas da informação

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António Costa admite que gestão do SNS foi catastrófica

Já todos sabíamos e grande parte de nós já sentiu na pele. O Serviço Nacional de Saúde bateu no fundo. Na sua mensagem o primeiro ministro veio confirmar a existência das vergonhosas listas de espera, os médicos e enfermeiros que faltam, os serviços que fecham, as parturientes que morrem.

O sector privado acolhe 2,7 milhões de cidadãos que pagam voluntariamente para fugir ao descalabro do SNS. Costa percebeu esta evidência agora no fim de quatro anos de governação. Mentiu sempre que disse que havia mais médicos e mais enfermeiros e que o investimento estava em bom nível. 

Atado de pés e mãos, sem dinheiro e sem soluções que agradem aos seus camaradas o primeiro ministro tenta gerir as expectativas. Vem aí a gripe com as urgências a abarrotar.O Centeno afinal não era um "Ronaldo" era um simples técnico de finanças. 

A alternativa ao Serviço Nacional de Saúde é um Sistema Nacional de Saúde

mensagem do primeiro ministro prometendo injectar mais dinheiro no SNS não corresponde à solução. Para além de o país não ter dinheiro para ter um SNS universal e gratuito em que o Estado faz tudo, há todo um conjunto de estruturas, equipamento e recursos humanos que são menosprezados e que não estão em pleno ao serviço dos doentes.

A solução é a criação de um Sistema Nacional de Saúde com três pilares - estatal, social e privado- articulados entre si, com optimização das estruturas, equipamentos e recursos humanos e colocados ao serviço dos doentes. É irracional a existência de listas de espera, onde há doentes que esperam meses e anos enquanto há oferta hospitalar no país disponível. É irracional, estúpido e um desrespeito pelos doentes. Intolerável.

Este problema é bem o exemplo de que há reformas que só encontrarão solução se o modelo político em que o país vive há décadas, mudar. O PCP e o BE exigem que o SNS não tenha nenhuma relação com os sectores social e privado. Não basta deitar dinheiro sobre o sector como enfatizam, é preciso que o Estado tome conta de tudo e controle tudo e todos.

O PS tolhido pela dependência parlamentar à esquerda não é capaz de encontrar solução e não passa das promessas de mais dinheiro que não tem. A mensagem de António Costa não precisa de tempo para se provar que é mais uma promessa não cumprida. 

António Costa já não pode culpar o governo anterior

A mensagem do primeiro ministro trás uma novidade. Reconhece os graves problemas no Serviço Nacional de Saúde e não lhes reconhece culpado.É que nos últimos quatro anos o governo era do PS e não resolveu nenhum desses problemas. Pelo contrário, agravou-os.

A mensagem foi transmitida como se as promessas estivessem a ser cumpridas bem à medida do que já aconteceu com a Educação ( primeira paixão), floresta ( a maior política florestal desde D. Dinis), os transportes públicos ( nem mais uma nova carruagem nem mais um Km de ferrovia). Cortou-se no investimento para acertar as contas. Os resultados são estes : o país arde no verão e afoga-se no inverno.

Ora acertar as contas é o primeiro passo para acertar com as dificuldades nos vários sectores, não o contrário. Então por anda o tal crescimento da economia?

É esse o problema. Sem crescimento sólido da economia degrada-se o SNS para acertar as contas. E sem investimento rompe o Mondego as suas margens, a floresta arde, o SNS degrada-se. Resta ao primeiro ministro vender e gerir expectativas. Tal como na fase final de Sócrates agora é que vai ser.

Como António Costa já nos habituou com ele é tudo poucochinho.