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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A geringonça prova que há Estado a mais

A geringonça está a devolver rendimentos e pensões à custa da qualidade dos serviços públicos. E as sondagens parecem mostrar que o povo gosta. Menos estado e mais sociedade civil.

Ironicamente, a neoausteridade veio provar definitivamente que dois dos argumentos mais utilizados por socialistas nos últimos 10 anos estavam errados. O primeiro é de que o investimento público é condição necessária para o crescimento. Como se viu nos últimos trimestres desde 2016, Portugal conseguiu ao mesmo tempo as maiores taxas de crescimento económico desde a crise e os níveis mais baixos de investimento público desde que há dados publicados. Por outro lado, a popularidade das medidas neoausteritárias, em relação às da austeridade clássica, vieram comprovar outra coisa que os socialistas sempre negaram: as pessoas preferem mais rendimento a mais serviços públicos. Sendo verdade que quase todos esses euros acabam por ir para impostos indirectos, a verdade é que a política de devolução de rendimentos à custa de cortes nos serviços públicos foi popular. Se os portugueses aceitam sacrificar a qualidade dos serviços públicos por mais uns euros ao final do mês é porque os liberais sempre tiveram razão: há estado a mais em Portugal.

Aceitemos ganhar menos para trabalhar menos

Não há trabalho para todos e haverá menos com a evolução da tecnologia. E as pessoas terão opções que agora não têm. Podem ter tempo para o lazer, para tomar conta e educar os filhos e podem optar por ajudar quem precisa. Os jovens e os idosos que agora estão entregues a instituições sem rosto.

As poupanças em horas desperdiçadas no trânsito, os custos dos transportes financeiros e ambientais evitados mais do que compensam o desperdício do que compramos. E o trabalho da administração pública na sua voraz perseguição a quem trabalha. Milhões de cidadãos que não preenchem papéis, que não pagam impostos e que não necessitam de uns quantos milhares a escrutiná-los.

É o Simplex por excelência, a redução drástica da burocracia. E o estado poderá dedicar-se ao que verdadeiramente interessa. É uma espécie de ovo de Colombo mas que já está a ser preparado por vários países europeus.

Claro que os amigos dos trabalhadores, sem o exército de desempregados estarão contra. Aposto que o grande argumento vai ser a "dignidade do trabalho". Como se tratar dos outros não fosse trabalho. A D. Catarina Martins já disse que é tudo uma treta.