A Procuradoria-Geral da Republica (PGR) diz que, “da análise do processo de constituição e dos estatutos da mencionada associação, concluiu-se pela existência de desconformidades com preceitos legais de caráter imperativo, designadamente a participação na assembleia constituinte de pelo menos uma pessoa que não é trabalhador por conta de outrem, no âmbito profissional indicado nos estatutos”.
Quando os funcionários públicos fazem greve comandados pela CGTP o discurso é que as greves são mesmo para prejudicar se assim não fosse não se faziam. E o governo cede a não ser que a opinião pública esteja contra como aconteceu com os professores na greve mais recente. São muitos, representam muitos votos.
A prioridade do governo empurrado pela demagogia do BE e do PCP foi reduzir o horário da administração pública de 40 horas para 35 horas lançando a confusão e acelerando o caos nos serviços públicos. Sabemos agora que no mesmo país há trabalhadores que trabalham 12 horas por dia se não mesmo mais, numa actividade perigosa e exigente. Os defensores dos trabalhadores durante todo este tempo não falaram não fosse desagradar a António Costa.
A comunicação social diz uma coisa hoje, para desdizer amanhã, mas sempre contra a posição dos motoristas.A última é que os camionistas das matérias perigosas tinham desconvocado a greve.Hoje dão o dito por não dito. Sem vergonha.
E que dizer das petrolíferas que com as suas margens de lucro, esmagando os salários destes trabalhadores, fazem de conta que não é nada com elas? E o governo com a mais elevada carga fiscal que da mesma forma esmagam os salários destes trabalhadores?
De um momento para o outro os trabalhadores passaram a ser uns deserdados. São poucos, representam poucos votos.
Com grande surpresa do governo os motoristas em greve vieram dizer que para cumprirem o serviço mínimo têm que trabalhar pelo menos 12 horas por dia.
Mas sei que um Governo que acha bom 35 horas de trabalho para os funcionários públicos, sentados à frente da secretária, é o mesmo que acha que 60 horas podem ser obrigatórias para quem conduz pesados cheios de material inflamável e perigoso. E isto, sim, parece-me contraditório.
Um sindicato que foge ao controlo da CGTP mas que defende os trabalhadores é olhado de lado. Amarelos, um perigo para a justa luta dos trabalhadores orientados pelas organizações e partidos de esquerda.
PCP e BE piam baixinho criticando o governo pela requisição civil que, em boa verdade, tem mais a ver com o quadro jurídico que orienta as greves do que com a actual greve dos motoristas . Hipocrisia que cheira mal à distancia.