Já há uma acção em tribunal porque o PC despediu um camarada por ter uma opinião contrária ao apoio que o partido dá ao actual governo. E um dos mais conhecidos deputados saiu da Assembleia da República por estar, segundo ele, a atraiçoar a sua classe social de origem. E há um movimento que se adivinha que resiste nas caixas de comentários das redes sociais.
Comunistas que não aceitam aquilo que consideram um desvio da linha justa - o marxismo-leninismo .
Com a ameaça de o partido poder estar perante uma grave fractura interna será dificil a António Costa tornar a poder contar com o apoio dos comunistas . E a ser assim só o apoio do Bloco de Esquerda não chega. E mesmo no BE há quem saia do partido por desvios burgueses, veja-se o caso do irmão e irmã de Louçã.
Este é um momento de capitulação do PCP, há um debate " entre os verdadeiros comunistas" e a actual direcção . Existem dois partidos dentro do PC que nunca poderão conciliar-se. O partido marxista-leninista e o social democrata. Neste momento a camarilha social democrata está a expulsar com sucesso os verdadeiros comunistas .É a anatomia de uma derrota histórica.
O partido das paredes de vidro vai vender muito cara a aproximação ao PS. E António Costa estará em condições de aceitar as exigências dos "verdadeiros comunistas" ?
A vitória do PS poderá ser cada vez mais "poucochinha" .
O que eles querem mesmo é uma versão do socialismo seja ele o venezuelano ou da Coreia do Norte, países a que o socialismo trouxe a felicidade a abundância. Eles estão prontos para o fazer.
É uma espécie de 11 de março de 1975 : conquistar o controlo público de sectores estratégicos privatizados. Acabar com o investimento privado no ensino, na saúde e na segurança social. Nacionalizar a banca. Sem esquecer a revogação do tratado orçamental.
Nem mais nem menos. Sob a capa das causas fracturantes está o BE marxista, trotkista e lelinista.
O PT pode até conquistar o poder pelo voto popular. Mas, uma vez no controle do Estado, sua genética marxista-leninista o impele a dominar todo o corpo social. O seu apetite revolucionário rapidamente vira a sociedade de ponta-cabeça. Os governos petistas passam então a tentar tutelar a economia, a aparelhar a imprensa, a universidade, as organizações não governamentais e tudo o mais que possa servir seu projeto de poder total.
Catarina, estava a ver que nunca mais lá chegavas. Na verdade a aliança de esquerda não corresponde a nada a não ser fazer maioria parlamentar. A aliança do Bloco Central de que tanto te queixas é que corresponde à maioria do sentir do povo português, social e politicamente. É difícil de engolir mas não há nada de mais verdadeiro. Não esperes, Catarina, que o PS alguma vez embarque nos amanhas que cantam ou que destrua o Tratado Orçamental.
O que se passa Catarina, é que o António Costa está apertar-te suavemente, quando deres por isso estás entregue e entalada entre a tal aliança e o teu eleitorado que vai perceber de vez que não passas de uma namorada de passagem com quem o PS nunca fará votos de noivado.
É que o António Costa sempre foi um marxista que aterrou no PS mas que nunca irá contra à vertente social democrata da maioria do partido. Tira daí o sentido, António Costa, nunca deixará o PS o único partido que o deixa perto do que mais gosta. O poder.