Não me lembro de quase nada do episódio, mas lembro-me perfeitamente da cara que Zenal Bava fez quando a Mortágua lhe perguntou se não era amadorismo ter a 90% da tesouraria num só banco. A Mortágua ficou famosa, os media chamaram-lhe de "estrela" e coisa do género. Mas a cara do Bava era de "nem acredito que fodi as poupanças de uns milhares valentes de accionistas e tudo isto vai passar como amadorismo". Claro que no raciocínio básico dos deputados portugueses, tinham vergado um tubarão famoso. Nem perceberam a cagada que tinham feito por dois minutos de fama. Bava, esse, deve ter ido para casa a assobiar pela rua de contente atendendo que nos USA estaria, no mínimo, preso a esperar julgamento, mas Mariana Mortágua fez-lhe o favor da vida. Agora era simplesmente amador.
A chicuelina que a Mortágua levou hoje de Berardo fez-me lembrar esse dia. O amadorismo de uma curiosa, armada em especialista para a televisão, faz o pior dos serviços à justiça, particularmente quando esse amadorismo não tem sequer a humildade de tentar perceber que não está lá para perseguir as pessoas ou atirar-lhes com seu ódio nacional-socialista, mas para averiguar se o estado - aquilo com que ela se devia preocupar - agiu bem ou não. E hoje, para além de Berardo, boa parte do tecido financeiro português foi para casa a assobiar de contente. Tudo porque há uma rapariga que não consegue ver a diferença entre ter umas luzes ou saber de facto das coisas. Hoje, em vez de se perceber se Berardo tinha sido o instrumento de uma conspiração de nível nacional, o que interessou foi se a CGD podia ir ou não tirar-lhe a vida opulenta.
A verdade é que esta "estrela" nos devia envergonhar a todos.
Em entrevista Centeno diz que a "realidade é exactamente o contrário do que diz o BE". Com a nacionalização ( exigida pelo PCP e pelo BE) os contribuintes seriam chamados a pagar os créditos mal parados do Novo Banco. Com o Fundo de Resolução, o Estado faz um empréstimo ao sistema bancário por 30 anos e ao mesmo juro que o estado paga aos investidores. Os contribuintes não pagarão um euro.
Feita a venda ao fundo Lone Star, já em 2017, Centeno argumentou que “hoje, esta injeção de capital, mais uma, vai ser feita, mais uma vez, em parte, recorrendo a um empréstimo do Estado”. Mas, ressalva o ministro das Finanças, “não é o Estado que está a injetar dinheiro no Novo Banco, é o Fundo de Resolução — que, no futuro, o Fundo de Resolução vai pagar este empréstimo ao Estado, em 30 anos, com as contribuições do setor bancário”.
O PCP também anda a dizer que se o Estado paga então, a gestão deve ser do estado. Mas o ministro das Finanças diz que o estado não paga.
Mariana Mortágua na discussão do Orçamento disse que a próxima crise é inevitável e que, por isso, é fundamental preparar os serviços públicos, investindo . Isto traduzido, o que a deputada bloquista propõe é que se gaste mais em despesa pública.
O governo ao contrário tem-se preparado para a próxima crise reduzindo o défice e a dívida . Faz bem mas as medidas usadas é que são más. Aumenta a despesa pública para a pagar aumenta a carga fiscal sobre as famílias e as empresas.
Preparar o país para a próxima crise implicaria por a economia a crescer pelo menos 3% como acontece com vários países europeus e por essa via reduzir o défice e a dívida . E também assim criar mais emprego bem remunerado ( e não só o emprego afecto ao turismo), mais receita sem aumentar a carga fiscal e mais receitas para a Segurança Social.
Ao invés Centeno faz cativações da despesa de serviços fundamentais como na Educação e na Saúde e não consegue baixar a enorme carga fiscal de Vitor Gaspar.
Quando vier a crise o país não tem almofadas para se proteger . Mariana Mortágua disse-o com todas as letras porque sabe que o crescimento da economia é poucochinho e já está a decrescer.
Face à pergunta «Concorda com a recomendação da CIG para a retirada dos materiais, que a Porto Editora acatou?», feita pelo Diário de Notícias à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, esta deu uma resposta muito típica: «lamento que isto tenha de ser uma polémica. Se a CIG existe tem de ter um papel ativo. E acho que cumpriu o seu papel: identificou material educativo com elementos sexistas e recomendou que fosse retirado. Para que crianças de quatro anos não fossem expostas a um material que achamos que não cumpre os critérios». A resposta é, de facto, muito típica de um certo totalitarismo burocrático, que defende que a nossa visão das coisas e do mundo tem de excluir todas as outras. Não tenho dúvidas que, no seu afã de proteger Portugal do comunismo, qualquer inspector da PIDE justificaria os seus actos da mesma maneira e até com a mesma frase: «lamento que isto tenha de ser uma polémica. Se a PIDE existe tem de ter um papel ativo. E acho que cumpriu o seu papel; identificou material político com elementos comunistas e recomendou que fosse retirado. Para que os portugueses honrados não fossem expostos a um material que achamos que não cumpre os critérios». No seu retorcido espírito revolucionário, a menina Mortágua é, no fim de contas, uma fascista. Como muitos fascistas se consideravam revolucionários. E eram.
O BE não sabia depois de andar ( como anda agora) a negociar o orçamento com o governo. E foi logo pela voz da economista da BE a quem são atribuídas as competências para negociar na área orçamental .
É claro que sabia das cativações, afinal para se aumentarem os salários e as pensões ( individualmente muito poucochinho ) havia que encontrar a contrapartida dos milhões . E ainda havia a redução para as 35 horas e a baixa do IVA na restauração. Claro que sabia que era preciso cortar na despesa virtuosa na Saúde, na Educação, na Administração Interna.
Se o crescimento do PIB é poucochinho, não há mais receita, só o fazer de conta orçamental. Cortar nos salários e pensões é visível, mas cortar nos serviços e no investimento é uma questão de fé. Não vai acontecer nada.
Infelizmente aconteceu e agora percebemos porque as instituições financeiras, cá de dentro e lá de fora, repetem os avisos, não melhoram as notações, continuamos a depender do fio ténue que nos mantém ligados à máquina da DBRS . A agência mais pequena de todas já avisou que se fosse só pelos números Portugal já estaria no "lixo", sem acesso ao "quantative easing", as taxas de juro a trepar e a dívida a crescer. Enfim, com novo resgate à vista.
Não, o Bloco de Esquerda não foi enganado, surpreendido. O Bloco de Esquerda foi cúmplice, ator principal de uma farsa fácil de contar: apresentar um Orçamento bonito, para toda a gente aplaudir, e no silêncio, para ver se ninguém nota até porque há reposição de rendimentos, cortar nos serviços públicos, deixar o investimento público no mais baixo nível desde que há registos, austeridade.
É que o Orçamento do Estado que o Bloco de Esquerda aprovou previa, no seu articulado, num artigo que o Bloco também votou a favor, o maior volume de cativações previstas desde 2004. E o que é que pode esperar-se de um Orçamento com tão expressivo volume de cativações? Pode esperar-se, claro, aquilo que veio a suceder, e que era evidente: o maior volume de cativações efetivas de sempre, cortes, de quase mil milhões de euros.
Mariana Mortágua : "O orçamento executado não é o orçamento que aprovamos" . O irónico disto tudo é que foi o BE, supostamente enganado, que gritou que o rei vai nu. Centeno foi além da tróika ( PS/PCP/BE ).
"Demorou, e aconteceu da pior forma, mas o país acordou finalmente para a grande mentira de que a austeridade tinha acabado. E agora? Agora, o logro das alternativas terminou. Agora, ficou claro que, sem reformar o Estado, não se pode fugir à dependência em Bruxelas e à contenção orçamental. Ou se corta salários e pensões, ou se camufla o problema esmagando os serviços públicos. E, rejeitando a primeira, será essa degradação do Estado o preço que o BE e o PCP terão de pagar para manter a geringonça, já no próximo orçamento de estado. À vista de todos e sem desculpas."
Desapareceram de Portugal, desligando os respectivos telemóveis, as seguintes pessoas:
Jerónimo de Sousa, há muito, muito tempo foi metalúrgico. Levou as últimas décadas a anunciar catástrofes na vida do povo. Agora que aconteceu uma, ele desapareceu. Teme-se que algum grupo o tenha sequestrado e embarcado para a Venezuela, onde poderá experimentar as maravilhas do socialismo.
Catarina Martins, outrora palhaça agora membro informal do Governo. Costuma falar nas tvs de manhã, à tarde e à noite. Agora foge dos microfones. Dizem algumas fontes que está a preparar um número de funambulismo para recentrar o país nos assuntos que importam.
Manas Mortágua, chegaram as duas e desapareceram as duas. Teme-se que no prolongamento de uma mania familiar andem a banhos, em zonas frescas e bem fornecidas de bancos.
Heloísa dos Verdes, se encontrarem uma mulher que de dois em dois minutos diz num tom irreproduzível “Ó senhor primeiro-ministro!!!!!!! é ela. Não lhe digam nada. Deve estar em transe. Chamem o 112.
A opinião dos partidos sobre o PEC e o Programa de Reformas : O PE não será votado esta sexta-feira. Talvez seja essa a explicação para o ataque cerrado que os parceiros da geringonça fizeram aos documentos apresentados pelo Governo. O Bloco de Esquerda falou em "poupança forçada", que levará o Estado a ter "um lucro de 5%" até 2031. Dinheiro esse "utilizado para pagar juros à custa de investimento público". "Está tudo errado", concluiu Mariana Mortágua. É estranho não terem visto a mesma estratégia no Orçamento de Estado para este ano…
Também o PCP, no mesmo tom, atacou a “política orçamental enfiada no espartilho das imposições europeias”, o que impossibilita, segundo o deputado Paulo Sá, melhorias na vida dos trabalhadores, corte nos impostos, a recuperação dos serviços públicos e do sector produtivo. “Como se enfia o Rossio na Rua da Betesga?”, foi a pergunta que deixou.
Maria Luís Albuquerque criticou o facto de o Governo "não apresentar uma única reforma estrutural" e de o crescimento previsto ser "muito curto para o que o país precisava de alcançar”.
Já Pedro Mota Soares acusou o PS de liderar o "Governo menos reformista e mais situacionista da União Europeia". O deputado do CDS deixou ainda um aviso: "Não nos resignamos com o crescimento poucochinho da economia e com a revisão em baixa do futuro de Portugal".
O PS vai de vitória em vitória até ao colapso final . Quando e onde já vimos isto ?
O governo prepara-se para pagar 90% dos custos no Novo Banco em troca de 20% no capital. Sem participar na gestão .
E é precisamente aqui, diz Mortágua, “que entra a garantia pública que o Governo assegurou que nunca existiria”. Como? “O Lone Star tem 75% do Novo Banco mas só assumirá perdas até aos mil milhões que ele próprio injetou. O Estado fica com 25%, mas pode ter de assumir perdas até 3,89 mil milhões“. Feitas as contas, e na pior das hipóteses, “o Lone Star gasta mil milhões para ficar com um banco limpo e o Estado paga 7,79 mil milhões para ficar sem banco nenhum”.
“Entre o que já foi pago e a garantia pública agora assumida, o Estado assumirá até 90% das perdas com o Novo Banco. Por que deve então o Estado, em nome de 10% das perdas potenciais, entregar de borla um banco onde já enterrou tanto dinheiro?”, questiona Mortágua.
Perante este cenário, o Bloco de Esquerda defende que “face a tudo o que já foi sacrificado, vale a pena assumir o custo da injeção imediata de capital no Novo Banco” — ou seja, o banco deveria ser nacionalizado.
Palavra dada palavra honrada não é António Costa ? Nenhuma garantia do Estado nem directa nem indirecta.
A economia europeia está a crescer o que ajuda as nossas exportações e com elas a nossa economia . Mas os juros de referência a dez anos não deixam de crescer . É uma bomba ao retardador . Quem ouve a Mariana Mortágua dizer que Portugal dá mais lucro (sic) que a Alemanha não compreende. Mas eles continuam a subir ?
Os juros da dívida portuguesa negociados no mercado secundário mantêm a tendência altista registada já no fecho dos mercados desta quinta-feira. A dez anos, as taxas de juros exigidas pelos investidores para trocarem dívida entre si crescem 1,5 pontos base para 4,210%. Por outro lado, os juros da Alemanha no mercado secundário registam a tendência oposta, descendo 0,5 pontos base para 0,427% a dez anos.
O défice ficou em 2,1% com medidas extraordinárias que não se repetem mas a dívida continua a crescer . O governo anterior baixou o défice de 11% para perto de 3% . Facto. E o governo que nos levou à bancarrota subiu a dívida de 90% do PIB para 120% . ( Os 78 mil milhões da troika foram pedidos pelo primeiro ministro que pediu a ajuda externa. Sócrates.)
E enquanto o défice não for resultado de medidas estruturais e a dívida não descer os juros não baixam. Deixem-se de narrativas...