Corre por aí um manifesto em defesa da escola pública. Ora, a verdade, é que só precisa de ser defendido o que está a ser atacado o que não é o caso da escola pública. Trata-se de um táctica conhecida, inventa-se um inimigo ou uma ameaça para desviar a atenção do que realmente está em questão.
E a questão é que a uma escola pública centralizada, com o estado como único prestador de ensino público, deve corresponder uma escola descentralizada, com vários modelos de financiamento e gestão e com prestadores do serviço variados e com autonomia e proximidade.
"As famílias têm a liberdade de escolher essas escolas em vez das escolas públicas. O Estado não interfere no projeto educativo dessas escolas, nem na sua gestão. Os graus conferidos por essas escolas são reconhecidos. Defender a escola pública não é, pois, pôr em causa a liberdade de ensinar e de aprender", sustenta-se no texto que é subscrito pela direção do PS.
As famílias que têm dinheiro têm liberdade para escolher boas escolas as que não têm dinheiro são obrigadas a meter os seus filhos em más escolas sem escolha possível.
Militantes do Partido Socialista avançam com manifesto onde criticam as politicas do governo.
A iniciativa é da Corrente de Opinião Esquerda Socialista e é apresentada como uma reunião que “congregará dezenas de militantes socialistas descontentes com o rumo que António Costa está a imprimir ao país e ao partido”.
O manifesto alerta que “os indicadores da evolução económica e do emprego são muito preocupantes”. E questiona: “O que vai acontecer quando o estado de ilusão, de torpor e de campanha eleitoral em que vivemos esbarrar nas suas insanáveis contradições: a economia e a Europa?”.
O documento considera ainda que “à semelhança dos seus congéneres europeus, o Partido Socialista vem dando manifestos sinais de declínio como bem ilustram os resultados das últimas eleições europeias e a derrota nas recentes legislativas”.
Os signatários recordam que «já a revisão constitucional de 1997 veio permitir amplas reformas do regime eleitoral para a Assembleia da República, sem que nada acontecesse», denunciando e criticando o facto de que, desde «há dezassete anos que a ausência da (…) reforma do sistema eleitoral se deve unicamente à inércia e ao bloqueio imposto pelas lideranças e pelos directórios dos partidos dominantes». Por isso, afirmam que «é chegada a hora de mudar», defendendo que «não podemos dar início ao ciclo político de 2015 nas mesmas condições que nos afundaram num atoleiro, graças em boa medida ao circuito fechado endogâmico em que o sistema político se foi enclausurando.»
Agora sabemos o que pretendem. Muitos dos que assinaram o "manifesto dos 74" nunca pensaram em não pagar e vão afastar-se. Mas outros há que atrás de uma pretensa "reestruturação" alimentavam ( e alimentam) a ideia do "não pagamento da dívida". Basicamente, o que pretendem é que os credores não recebam aquilo a que têm direito e os devedores (nós) possamos voltar à despesa pública sem critério.
O recente relatório vem clarificar as intenções e os sonhos ideológicos dos seus subscritores. O exemplo da Argentina e mais recentemente da Grécia não lhes basta. Chega sempre o momento em que todos nós somos confrontados com a verdade. Alguns enfrentam-na com honestidade, trabalho e sacrificio outros, batem nela repetidamente com a cabeça . Para não verem o absurdo de que se alimentam.
Se concorda assine : PORTUGAL CUMPRIU três anos muito difíceis. Foram três anos de exceção e restrições que não queremos repetir. Em Março de 2011, o País onde vivemos, onde trabalhamos, onde educamos os nossos filhos, entrou em rutura financeira, sem dinheiro para continuar a pagar salários, pensões e outros compromissos do Estado. Portugal perdeu o seu crédito e o seu bom-nome. E ficou sem saber o que esperar. Forçados a pedir ajuda para escapar a uma bancarrota certa, tivemos que negociar à pressa um empréstimo de 78 mil milhões de euros. Durante três anos assumimos os custos políticos, económicos e sociais do resgate financeiro. E, porque os assumimos, temos o direito de exigir NUNCA MAIS
Foram muitas as decisões tomadas até então, que contribuíram para a gravíssima situação com que o País se confrontava: • As fundações que nasciam a cada 12 dias. • As dívidas no sector da saúde. • O aumento dos desempregados • Os milhões de financiamentos a empresas inviáveis e falidas, que serviam unicamente para camuflar o desemprego. • A subida dos juros da dívida. • Os buracos nas contas públicas portuguesas descobertos pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, consequência de anos de finanças públicas descontroladas e opacas. • O défice de 10% em 2010, quando se percebeu a dimensão dos “buracos” e fenómenos de desorçamentação. • Os sucessivos PEC’s que nada resolviam. • As obras públicas de fachada, em parcerias público-privadas, com prazos de pagamento até 40 anos.
Tudo isto levou à situação de quase bancarrota que determinou o pedido de ajuda externa. A AUSTERIDADE DA EMERGÊNCIA FINANCEIRA não foi uma escolha. Foi uma necessidade e uma imposição. O Memorando, assinado pelo Governo anterior impunha cortes nas despesas com o pessoal do Estado, na educação, na saúde, nas pensões. Previa-se a revisão e aumento das taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde. Previa-se a tributação de prestações sociais. Previa-se a reforma dos subsídios de desemprego e a alteração das leis laborais. Todos nós, portugueses, cidadãos, trabalhadores, empresários, funcionários públicos fizemos um grande esforço para equilibrar as contas públicas, para melhorar a nossa economia, para sair da crise. Mesmo num ambiente económico desfavorável, respondemos. E, porque respondemos, temos o direito de exigir NUNCA MAIS.
Com o esforço de todos nós, os indicadores mudaram para melhor. Aumentou-se a poupança e criaram-se empresas a um ritmo extraordinário. Portugal deixou de viver a acumular dívida externa e dívida pública. O Estado, que ainda gasta demais, está a gastar menos. O défice estava em 10% em 2011 e foi reduzido para 4,9% em 2013. Retomámos o crescimento económico e retomámos a criação de emprego. Reconquistámos a credibilidade e a confiança desbaratadas dos nossos parceiros na União Europeia, do FMI, das agências de rating, dos nossos aliados políticos e económicos. A recuperação de Portugal suscita admiração e aplauso. Se Portugal fechou o programa de assistência financeira dos últimos três anos, foi porque conseguimos. E, porque conseguimos, temos o direito de exigir NUNCA MAIS
Queremos viver num País sem as limitações que tivemos ao longo destes três anos. Queremos que os agentes políticos garantam responsabilidade, boas contas, transparência e credibilidade do Estado. Queremos confiar nas instituições. Queremos ser membros de pleno direito da União Europeia e da zona euro. Queremos ser um parceiro, não um resgatado. Queremos um País em crescimento, com perspetivas, com futuro. Sabemos que é possível crescer. Que é possível criar riqueza, produzindo mais e trabalhando melhor. Sabemos que podemos e devemos garantir um Estado Social que garanta a proteção necessária e adequada aos que mais precisam. E que é possível fazê-lo no nosso contexto europeu como membros da zona euro de pleno direito.
Por isso, não aceitamos voltar atrás. Por isso, é tempo de afirmar: NUNCA MAIS à humilhação da bancarrota, ao descalabro financeiro, à recessão económica, à pobreza e a pôr em risco o futuro das novas gerações. NUNCA MAIS a défices encapotados, dívidas insustentáveis, parcerias público-privadas a pagar em 40 anos. NUNCA MAIS uma sociedade a desenvolver-se na total dependência do Estado, subalterna da burocracia e dos negócios de favor. NUNCA MAIS um País vivendo com riqueza que não produz e com investimentos de que não precisa. NUNCA MAIS um colapso como o que vivemos em 2011 que constituiu uma ameaça para a solidez do nosso Estado Social. NUNCA MAIS a Troika, a intervenção externa, os programas de ajustamento. Não queremos voltar para trás. NUNCA MAIS
Como quase toda a gente, já fui aficionado dos filmes de terror. Terá sido, talvez, uma das formas de manifestação daquela arrogância própria da juventude, a afirmação de que tudo nos parecia tão natural como o beber de um copo de água. Como se a rotação de cento e oitenta graus do pescoço de Linda Blair no “Exorcista” fosse tão placidamente aprazível como a imagem, no auge do encanto, da Natalie Wood, no “trailer” do “Esplendor na Relva”. Aludo ao “trailer”, porque só após Abril de 74 pude ver o filme; o limite de acesso era rigoroso – para maiores de 21 anos.
Havia alguns amigos, normalmente amigas, mais sinceros. Confessavam a rejeição pelo género e que algumas cenas os deixavam profundamente perturbados. Que iam a essas sessões para acompanhar os que gostavam, mas com a íntima promessa de que, nos momentos mais intensos, usariam a simples faculdade de cerrar os olhos para se proteger da agressão. Porém, reconheciam mais tarde que, por motivo que não alcançavam, os músculos não obedeciam ao comando do cérebro, pelo que acabavam por assistir, grudados pelo terror, a todos os pormenores do filme.
Chegado a uma idade em que esses pudores de juventude são atirados para o baú das coisas ridículas do passado, devo confessar que me lembro muitas vezes desses amigos mais sinceros, porque me comporto como eles. Sucede tal quando, enquanto conduzo, ouço na rádio um comentário político que me exaspera, não pela ideologia de quem o faz mas pela vacuidade do conteúdo, ou um destes políticos responsáveis pela penúria a que chegámos, mas que, por razões que deveriam ser estranhas, são os ouvidos acerca da solução (como se quem criou o problema conseguisse resolvê-lo). Seria fácil mudar de estação, mas não o faço. Não sei explicar porquê, mas fico a assistir aos esquartejamentos, às sangrias, e aos pedaços de cadáver a voar, a alta velocidade, na minha direcção.
Foi, hoje, o caso do Prof. Freitas do Amaral.
Entre as diversas passagens atentatórias da normalidade do ritmo cardíaco, destaco a explicação do Professor para o facto de, em 2011, ter recusado a hipótese de restruturação da dívida e, agora, ter assinado o famoso “manifesto”. Poderia esperar explicações prosaicas, tais como os efeitos da austeridade terem sido mais gravosos do que o esperado ou a melhoria dos indicadores económicos (que, pasme-se, até Arménio já invocou) e a estabilização dos mercados permitir agora a reestruturação que antes era impossível
Mas não. O enredo fora mesmo concebido para chocar.
Explica o professor que assim agiu, porque, ao contrário do esperado em 2011, a dívida cresceu.
Ora, sendo que o governo que o próprio integrara, se rendera à TROIKA pedindo 78 mil milhões de euros emprestados, impor-se-ia que a interlocutora fizesse umas perguntinhas simples, tais como:
Mas, se a dívida era de 190 e se pediram mais 78, como esperava que baixasse?
Porque pensava que os 78 não eram para pagar?
Porque acha que 190+78 é igual a 110?
Porque desconhece que quem mantém orçamentos deficitários necessariamente avoluma a dívida?
Pois é. Embrenhado na função, nem me lembrei de que a interlocutora, sendo Flor, não é, ali, ela própria, mas a personagem criada para dar o pescocinho aos dentes sugadores.
Basta!
Mostrem-me a Raquel. Sem som, em curto “trailer”, de sorriso radioso, soquetes, saia rodada e colorido lenço a enfeitar o já bonito colo.
O manifesto para a reestruturação da dívida, iniciativa da sociedade civil já está a ser abocanhado pelos partidos. E, como habitualmente, já há uma guerra surda sobre a verdadeira natureza da documento. O PS acusa o BE de se ter apropriado do documento levando-o à Assembleia da República. Seguro não dorme por ser obrigado a tomar uma decisão clara. Quer ou não o perdão da dívida?
O PS faz notar que o manifesto afasta o "hair cut" mas reforça a necessidade de maior crescimento da economia e a necessidade de uma solução europeia da dívida. Como se vê em menos de uma semana já chegaram ao ponto. Ninguém nos impede que façamos crescer a economia e que a solução da dívida (dos vários países) seja uma solução global em que todos, os que querem pagar, apostam desde sempre.
Uma montanha a parir um rato como habitualmente acontece com esta gente muito à esquerda, muito solidária e prenhe de soluções.
Assunto sério : Considerando os apelos da petição de reforço à petição pelo manifesto da despesa pública dos 74, pretendemos lançar uma petição que reforce a petição de reforço à petição original. O objectivo é apoiar o apoio à petição que pretende levar à assembleia da república a petição apoiada pelo apoio que estamos a apoiar com esta petição.
O PS afastou-se do manifesto dos 74. Seguro não assinou e Óscar Gaspar confirmou que o PS não irá repor salários e pensões. Cavaco diz que não é o momento e Durão também. Isto, evidentemente, não é por acaso. Neste capítulo convém assinalar a colaboração discreta, mas importante em termos de percepção internacional, do PS com os objectivos perseguidos pelo Governo. Quando apareceu o "manifesto dos 70" (74), António José Seguro teve o cuidado de não colar o PS ao documento, o que daria à posição do País, neste preciso momento, fragilidades evidentes. Mas há quem, mais papista que o Papa, insista. Ora, PS, PSD e CDS são mais que suficientes para não deixar passar na Assembleia da República o manifesto assinado nem que seja por milhares de cidadãos. Serve, pois, para quê? Para levantar problemas ao país?