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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Solidariedade de Macron e Merkel - subsídios a fundo perdido

Recuperação da economia dos países mais atingidos pela pandemia a partir de um Fundo de Recuperação com subsídios a fundo perdido. Alemanha e França são os motores da economia europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, desenham a estratégia com base em quatro pilares: desenvolver uma estratégia de saúde à escala comunitária; constituir um "ambicioso" fundo de recuperação promotor do crescimento e da solidariedade; acelerar os processos de transição ambiental e digital; e reforçar a resiliência económica e industrial da UE e dar um novo impulso ao mercado único europeu.

"Estes 500 mil milhões de euros não serão reembolsados pelos beneficiários", assegurou Macron, logo secundado por Merkel. A chanceler adiantou que esses apoios "não são empréstimos" e serão "gradualmente" reembolsados por verbas dos futuros orçamentos de longo prazo da UE.

Seja como for, e mesmo sem eurobonds, ao colocar obrigações no mercado em nome da UE, a Comissão estará a emitir dívida conjunta - "um enorme passo em frente", realçou Macron após notar ser a primeira vez que Paris e Berlim se entendem acerca da emissão de dívida comum. A declaração conjunta salvaguarda que a emissão de dívida tem de respeitar os tratados.

O eixo franco-alemão considera que o fundo de relançamento da economia constitui um instrumento complementar ao pacote de 540 mil milhões já acordado no Eurogrupo (apoio aos Estados-membros, emprego e empresas) e defende que o acesso ao mesmo implica o "compromisso" dos países com a prossecução de políticas económicas sustentáveis e a implementação de uma "ambiciosa agenda de reformas".  

Vamos continuar a alimentar a extrema direita ?

O Presidente francês humilha um jovem francês branco e é humilhado por dois jovens franceses negros. Porque será ?

O que importa é perceber que ele( Macron) reproduziu e ilustrou uma atitude muito frequente nas nossas sociedades ocidentais, que, sobretudo à esquerda, têm um duplo critério perante a realidade social, passando do extremo rigor perante infractores supostamente privilegiados para a permissividade e o laxismo face às atitudes sociais dos supostos desfavorecidos por razões económicas, religiosas ou étnicas.

Um orçamento para a solidariedade e estabilidade da Zona Euro

É, claro, que o caminho que a União Europeia e a Zona Euro estão a trilhar nunca foi tentado antes, não podemos esperar que se percorra esse trilho sem erros e sem emendas. E a(s) crise(s) ajudam muito a encontrar soluções.

Merkel e Macron acordaram no essencial para que o Orçamento Europeu seja uma realidade e para que o Fundo de Resgate tenha o mesmo papel na Zona Euro que o FMI tem no mundo.

“Vamos empenhar-nos num orçamento do euro”, disse Merkel numa conferência de imprensa em Mesenberg, a norte de Berlim, com Macron, que defende há muito tempo a criação de um orçamento que seja um instrumento de solidariedade e de estabilidade para os 19 membros da zona euro.

Quando ao fundo de resgate – Mecanismo Europeu de Estabilidade –, disse Merkel, deverá servir para dotar a zona euro de um “instrumento extra” para melhorar “a estabilidade” e enfrentar “problemas de liquidez”. O mecanismo evoluirá, portanto, “na direção do FMI”, o Fundo Monetário Internacional.

Passo a passo as grandes decisões estão a tomar forma.

Uma coligação forçada pelo medo e não por adesão a um projecto

Em Portugal o PS coligou-se com o PCP e o BE com medo da direita e, em França, ganhou o movimento de Macron por medo de Le Pen. Joana Mortágua, diz e bem que em nenhum dos casos há uma adesão a um projecto . Cá e lá os horizontes políticos são poucochinhos segundo a bloquista. É o medo que faz andar a geringonça. Projecto nenhum.

O que a deputada se esquece de dizer é que em França o projecto, ou a falta dele, foi a eleições, apresentou-se ao eleitorado e ganhou. Não enganou ninguém. Já cá, o PS escondeu a ambição de formar governo com os partidos da extrema esquerda, assim enganando o eleitorado .

O PS, o PCP e o BE ao apresentarem-se ao eleitorado sem nunca terem mencionado a possibilidade de uma coligação,( que passaria, necessariamente, por um projecto a três) mostraram bem que o que os movia era o medo de perder. 

António Costa não vai gostar desta crónica de Joana Mortágua.

 

A flexisegurança - liberalizar e proteger

Ter uma política liberal no mercado de trabalho e uma generosa protecção no desemprego. Facilitar a contratação de novos trabalhadores e ao mesmo tempo não fazer do desemprego um drama.

É esta a matriz da política proposta por Macron em França e que há muito funciona nos países do norte da Europa. Uma economia liberal e um estado social .

Para issso é necessário que a França leve a efeito profundas reformas estruturais de modo a restabelecer a confiança com a Alemanha e esta possa, então, avançar com investimentos europeus e tornar possível o subsídio europeu de desemprego.

Após o Brexit e Trump, a França e a Alemanha são agora os líderes do mundo livre e têm que se entender para proteger a União Europeia e tornar mais forte a Zona Euro. Sem isso grassa o populismo na Europa . Não é proteccionismo, é ser inteligente e proteger-se do comércio internacional como fazem os US e a China.

Macron - uma terceira via

MACRON | UMA TERCEIRA VIA
Um governo dos centros, esquerda e direita, da paridade de género, de políticos com calo e de gente chegada à política vinda da sociedade civil. Emmanuel Macron quer mudar a França fazendo a síntese de contrários. O homem que adoptou uma das mais conhecidas frases de Karl Marx ("os filósofos apenas fizeram uma re-interpretação do mundo, trata-se agora de o transformar") não deseja a revolução proletária, obviamente, para transformar o mundo. Quer, antes, a «revolução reformista». Macron é partidário do diálogo em vez da dialética, da ultrapassagem da clássica oposição entre esquerda e direita pela da oposição entre progressistas e conservadores. Nesta sua visão, Marine Le Pen e a direita reacionária e Mélanchon e as esquerdas comunistas e protocomunistas inscrevem-se no campo das forças conservadoras e a centralidade reformadora no campo progressista.
Num interessante artigo/retrato intelectual do novo presidente francês (Le Monde, 16.Maio, Nicolas Truong: «Petite philosophie du macronisme»), é traçado o roteiro e descobertas as raízes do pensamento de Macron - que nos faz compreender o que há de novo, enquanto projeto político, no Eliseu. Em lugar dos clássicos e opostos progressismo versus liberalismo, tão caros à politica e aos politicos franceses, Macron levou consigo uma ideia síntese da ação política, um «progressismo liberal» a que Jacques Attali (que o recomendou a Hollande) chamou de «liberalismo pragmático e otimista». Nessa síntese caberiam, segundo outro autor, três correntes políticas: a social-democrata (que, a exemplo da Suécia, associa a flexibilidade do trabalho à segurança do percurso dos trabalhadores); a democracia cristã e o seu rigor orçamental; e o «liberalismo social», tal como Tony Blair aplicou nos anos de governo do Reino Unido. Ou seja - e o seu primeiro governo procura já dar uma imagem disso - um largo leque central, somatório da direita moderada, do centro liberal e do socialismo de direita.
Macron, que vem da filosofia antes de ter passado por (e para) as finanças e a economia, parte da colaboração (tornada devoção e admiração) e amizade, ainda jovem estudante, com o filósofo Paul Ricoeur - que rejeita o "ou isto ou aquilo" a favor do "isto E aquilo" - para estruturar o seu pensamento. Dele herda o método e a prática do pensar em conjunto as coisas heterogéneas. Depois passa a colaborar na revista Esprit, na qual publica, entre 2000 e 2011, seis artigos considerados de grande qualidade intelectual e da qual também ainda hoje é acionista. Fundada por Emmanuel Mounier, a revista foi sempre um aberto «forum de discussão» e, através do que nela escreveu, muitos viram em Macron «o futuro do personalismo» de Mounier, o filósofo que procurava, ao tempo, uma "terceira via" entre o capitalismo e o comunismo, no respeito da pessoa. Tal como Macron hoje procura a terceira via entre liberalismo e progressismo, através de uma síntese de opostos.
De Gaulle, o fundador desta V República, reformou a França em 100 dias. Emmanuel Macron, o seu nono presidente, quer reformar a França em poucos anos - e, para isso, tal como De Gaulle deseja e precisa de uma maioria -a «sua» maioria, a do seu movimento. Na base de uma França de origens múltiplas, sem verdadeiros ou maus franceses, «um verdadeiro projeto patriótico», como disse na sua campanha eleitoral. Uma França da era da globalização e da competição. O tempo dirá se, como De Gaulle, ele conseguiu, e como, reformar a França.

A eleição de Macron renova Zona Euro

Pela mão do primeiro ministro espanhol voltam para cima da mesa as medidas que podem aprofundar e tornar coerente a Zona Euro. Não são novas mas são as que mais recorrentemente são discutidas.

Mariano Rajoy propõe a criação de ‘eurobonds’, títulos da dívida conjunta dos países do euro, que viriam reforçar a confiança na Zona Euro e eliminar os riscos de rutura da moeda única. Além disso, o Executivo espanhol acredita que é fundamental que seja criado um orçamento europeu e uma união bancária “digna desse nome”, bem como a criação de um Ministério das Finanças em comum para todos os países do Euro.

A situação é ainda mais urgente no que toca ao desemprego. Fortemente afetada com o dilema das elevadas taxas de desemprego, a Espanha quer criar um subsídio de desemprego comum e reformar o mecanismo de controlo das contas públicas, previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Embora algumas ideias não sejam completamente novas, o Executivo espanhol defende que iriam dar “um novo folgo” às políticas europeias da Zona Euro. Alemanha também já veio abrir a porta a um orçamento de transferências.

Não podemos é ter no governo quem anda dia sim dia não a exigir a saída do Euro.

Macron é um liberal de esquerda

Para a esquerda Macron é um liberal de direita mas para os mais moderados é um liberal de esquerda . Mas o relevante é que se aprofundem as questões para se encontrarem soluções que sejam as melhores para o bem comum.

As suas propostas vão claramente no sentido de uma maior integração dos países da zona euro com a criação de um orçamento comum, de um parlamento, de um Ministro da Economia e Finanças e de um Fundo Europeu de Defesa que terá a adesão voluntária dos que quiserem subscrever. Macron não descura a necessidade de reforçar o projeto europeu a partir dos cidadãos, quer pelo incremento de estudantes Erasmus (objetivo de alcançar os 200.000 estudantes), quer pela realização de convenções de cidadãos sobre a Europa em vários países europeus. 

Na frente doméstica a tarefa de Macron será bastante mais difícil, dependendo bastante da maioria que conseguir (e se conseguir) nas legislativas. Em relação à dimensão, orgânica e centralização do Estado, Macron nada disse.

Há um conjunto de medidas avulsas anunciadas, mas só quando virmos o primeiro programa de estabilidade e orçamento poderemos ter uma visão estruturada e de conjunto, e saber se as medidas são, ou não, compagináveis do ponto de vista orçamental. De qualquer modo não existe ainda um programa robusto e há propostas boas, outras irrealistas ou perigosas. 

Para as legislativas "En Marche" leva já vantagem nas sondagens com muita gente socialista a engrossar o movimento, como o ex-primeiro ministro Valls.

 

 

 

Copos, mulheres e a ressaca

Os Franceses também gastam demasiado e em coisas erradas tal como Portugal.  Mas é preciso dar tempo a Macron, flexibilizar o défice, não colocar pressão, ajudar ao investimento e fazer crescer a economia.

Gabriel secundou o presidente da comissão ao defender que se dê mais espaço de manobra à França no domínio orçamental, recordando que quando a Alemanha, com o chanceler Gerhard Schroeder, aplicou as reformas estruturais da Agenda 2010, não cumpriu os limites do défice.

"O meu pedido" é que como alemães não se proíba aos outros a flexibilidade de que a Alemanha beneficiou naquele momento, declarou o chefe da diplomacia alemã.

Neste sentido, indicou que o país também precisa de flexibilidade em termos do défice, enquanto aplica as reformas, adiantando que a consolidação fiscal é "a tarefa de uma geração" e defendendo que não se deve falar apenas de défice, mas também de crescimento.

Como se vê a nossa ressaca é que é bem pior .