Este médico sabe do que fala : Quando falo "no respeito pela vida dos nossos doentes, é a vida não entendida num sentido restrito, mas num sentido lato. A vida não é apenas um conceito biológico simples, uma vida humana é muito mais do que o livre arbítrio. É tudo o que a rodeia, é o prazer, os sentimentos, a alegria, a tristeza, as escolhas, a capacidade de relação. Uma vida é tudo isto, se nós queremos preservar a vida, é restrito ficarmos só na vida enquanto conceito biológico", justifica, acrescentando: "A possibilidade de alguém antecipar a sua morte em determinadas condições é apenas uma consequência de se estar vivo no sentido lato do termo." Não tem dúvidas de que os colegas "irão dizer o contrário, mas esta é a minha interpretação".
As instituições de saúde são estruturas indispensáveis ao apoio e desenvolvimento da prática clínica e assistencial. Constituem, assim, um meio e não um fim.
Neste contexto, tendo em conta o esgotamento e a exaustão do velho paradigma em que assenta e sobrevive o SNS, há que ter coragem para mudar. Insisto, assim, na ideia de que todas as instituições de saúde - públicas, sociais e privadas - se deviam reger por uma lógica de complementaridade funcional, sem qualquer tipo de discriminação, designadamente a financeira.
Com efeito, quem padece de uma doença, pouco lhe interessa a natureza pública, social ou privada da instituição que o vai tratar, desde que seja respeitado, bem aconselhado e resolvido o seu problema, com segurança e em tempo útil. Já no que se refere ao profissional, é importante sentir e garantir uma adequada relação de confiança, que só a livre escolha poderá proporcionar.
Ao permitir uma mais ampla liberdade e mobilidade dos profissionais, designadamente dos médicos, no exercício da sua actividade clínica em todas as instituições - públicas, sociais e privadas - além de promover uma melhor resposta com os limitados recursos humanos de que dispomos estaríamos, simultaneamente, a respeitar a relação de confiança com os seus doentes e a promover um escrutínio permanente dos resultados operacionais, premiando a qualidade e o mérito profissional.
A política seguida no SNS é boa ? A esquerda diz que sim mas segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos quem está a sofrer são os doentes .
Leiam o comentário de um médico aqui deixado na caixa de comentários :
"Sou medico de familia numa extensão de saude perto de Coimbra. Tenho um horário de 42 horas. Como a administrativa e enfermeira que trabalham comigo passaram a ter menos 7 horas do que eu, e como não posso fazer consultas sem elas estarem presentes, o que seria ilegal, tenho agora quase um dia inteiro em que estou no meu local de trabalho a olhar para o boneco, normalmente a navegar na net ou a ler algum livro, enquanto os doentes deixaram de ter quase um dia inteiro de consultas. Genial. Não é? "
Mas não digam nada porque tudo isto só pode ser uma campanha mal intencionada contra os amigos dos pobrezinhos. E dos reaccionários. E mesmo as listas de espera de quase 200 000 doentes para serem intervencionados e as urgências com os doentes à espera 6 horas para serem consultados também não passam de uma calúnia. Todos metidos numa campanha contra o governo e os seus apoios.
Mais um avanço civilizacional e mais uma vez tendo a Europa como ninho. Permissão para os médicos ajudarem activamente os seus doentes terminais a morrer usando a chamada sedação profunda. Vai-se aumentando a dose dos sedativos, primeiro para terminar com a dor e prosseguir até o paciente entrar em coma profundo irreversível.
Claro que a direita francesa está contra bem como os extremistas de esquerda que queriam a eutanásia. Os bons espíritos encontram-se tantas vezes que é dificil aceitar que se trata de uma coincidência.
"“Os grande avanços em matéria social são os avanços partilhados e aceites por uma grande maioria da população”, declarou ao Libération a ministra da Saúde.