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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Os juros baixam e a dívida cresce

A dívida não pára de crescer à medida que os juros baixam. Curioso. Compra-se dívida agora porque os juros estão historicamente baixos e vai-se amortizando a dívida comprada com juros altos. Feitas as contas os juros pagos anualmente permitem poupar cerca de 3 mil milhões de euros.

Isto sim é uma reestruturação da dívida.

O BCE vai usar as amortizações da dívida que andou a comprar estes anos para comprar mais dívida mantendo os juros baixos e controlar a liquidez nos mercados.

Olha se não pertencêssemos ao Euro ...

E os bancos centrais nacionais também estão a comprar dívida a juros negativos ou perto disso e quando a vendem a taxas mais elevadas fazem dinheiro que reforçam os dividendos dos Estados.

Ganham todos ou quase todos, quem não ganha são os investidores dos países com muito dinheiro acumulado que não têm onde investir com retorno assegurado. É por isto que a luta actual é entre a continuação desta política monetária ou mudar para uma política que aumente as taxas de juros.

Há dois alemães na luta para o lugar de Mário Draghi como governador do BCE. Um deles é "falcão" quer aumentar os juros .

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Por onde andam as vozes da desgraça ?

O PCP até tinha afivelada uma campanha para preparar o país para a saída da Zona Euro. Entrou mudo e saiu calado. No Brexit as vozes da desgraça subiram de tom. Era agora. Não foi, pelo contrário a Zona Euro está a crescer e a fortalecer-se.

O BE também achava natural que o país se preparasse para uma eventual saída do Euro . Era o tempo do milagre Siryza e do Podemos . E apareceram os estudos sobre a saída do Euro e logo aí se viu que as soluções propostas empobreciam o país de forma definitiva.

Mário Draghi, o presidente do BCE, em Sintra, sublinhou que as vozes da desgraça "são agora sussurros que mal se ouvem" .O fim do Euro era um desejo manifestamente exagerado.

É necessário que o caminho a trilhar não se desvie da direcção certa, com uma economia robusta, a sustentabilidade das contas públicas e o olhar no futuro.

A maioria silenciosa está onde sempre esteve. Com a União Europeia e a Zona Euro.

 

PCP e BE querem calar Mário Draghi

Dizem que é uma ingerência as afirmações do Presidente do Banco Central Europeu . É uma ingerência porque veio ao Conselho de Estado dizer o que, como técnico e politico, acha que é o melhor para o país no quadro da integração na UE. Jerónimo e Catarina queriam ou que Mário Draghi mentisse, dizendo coisa em que não acredita ou, então, que não aceitasse o convite do Presidente da República. Numa palavra queriam calar uma voz de um alto dirigente da UE . PCP e BE são bons a calar vozes que não alinhem pelas suas cartilhas.

Durante a sua intervenção, o presidente do BCE afirmou que o banco central acolhe com agrado o compromisso das autoridades portuguesas em preparar medidas adicionais para cumprir as determinações do Pacto de Estabilidade e Crescimento, mas avisou que "não se justifica anular reformas anteriores".

Para o presidente do banco central, "os esforços desenvolvidos por Portugal foram notáveis e necessários" e há "sinais claros" de que estão a "dar fruto", mas persistem "desafios importantes, dado a área do euro continuar a ser negativamente afectada por um crescimento potencial reduzido e por um desemprego estrutural elevado".

Jerónimo e Catarina dizem que calar Mário Draghi é do interesse nacional . Calar a verdade é do interesse nacional. Entretanto, António Costa diz que o que Draghi afirmou não se aplica em Portugal. Se não tivermos o devido cuidado um dia destes estamos como Cuba ou a Coreia do Norte. Orgulhosamente sós e isolados do mundo.

 

Quando se começa a falar de resgates...

É mau sinal mesmo que seja para dizer que " não  antevejo risco significativo para novo resgate " ou para assinalar datas.

A verdade é que os recentes dados para a economia e para as contas nacionais são todos maus. Desemprego a subir, taxas de juro a subir, taxa do PIB a descer, exportações a descer, importações a subir , saldo das contas externas a reduzir...

Mário Draghi vei cá avisar que governar não é reverter as medidas tomadas no âmbito do programa da troika e que são necessárias mais medidas estruturais, com a actriz do BE vir a terreiro dizer que o presidente do BCE não tem legitimidade para vir cá dizer a verdade. É preciso calar bocas que é o que se faz lá nos paraísos em que a senhora acredita.

O BCE já veio dizer que no fim deste ano deixa de comprar dívida portuguesa o que poderá corresponder a um aumento das taxas de juro da dívida de 2% o que atiraria a taxa para 5%. Teixeira dos Santos colocou a dead line em 7%. Estamos perigosamente próximos depois de as taxas nos últimos meses terem subido mais de 1% e andarem agora acima dos 3%.

Onde é que o governo vai buscar mais dinheiro com o PIB a ficar bem abaixo do orçamentado , o investimento inexistente e o desemprego a crescer ?

 

Um Presidente forte e um governo frágil

Há quem ache que o relacionamento entre Marcelo e Costa algo de normal entre o poder presidencial e o poder executivo. Não sei se será assim. O que se vê é o Presidente da República invadir áreas da competência da geringonça.

Agora até convidou Mário Draghi a participar no Conselho de Estado onde ditará as regras para conselheiro seguir face à Europa. E o Primeiro Ministro também estará lá para ouvir, tal como os representantes do PC e do BE. A partir dessa reunião ninguém dirá que não sabia.

O desequilíbrio de forças entre o Presidente e o primeiro-ministro terá consequências. Marcelo é um Presidente forte, eleito com uma maioria absoluta e provavelmente a figura política mais popular no país. António Costa é um primeiro-ministro fraco, que perdeu as eleições legislativas e que depende da vontade de terceiros para se manter no cargo. A diferença é absoluta.

Mas se para o primeiro ministro o balancear do relacionamento pode ser suportável (Marcelo não o humilhará) já para o PCP e o BE será muitas vezes insuportável e mais um pretexto para pressionar António Costa.

Mas se PS,PCP,BE suportarem a ingerência de Marcelo nas actividades que dizem respeito ao executivo então teremos governo para mais tempo do que o inicialmente previsto.

A não ser que o desastre anunciado não se faça esperar.

A moeda única europeia é irreversível

Super Mário, não manda dizer as coisas por ninguém . Hoje em Bruxelas, perante os deputados europeus, repetiu que fará tudo o que está ao seu alcance para relançar a economia e fazer crescer a inflação. Mesmo medidas não convencionais como a compra de activos incluindo dívida soberana.

A medida já tinha sido admitida durante a última reunião mensal sobre a política de juros, mas o facto de ter sido repetido hoje perante os deputados da União Europeia está a ter mais impacto nos mercados. Depois de Draghi ter clarificado que "medidas não convencionais" podem incluir a compra de dívida pública, os juros da dívida soberana caíram e as principais bolsas europeias inverteram para terreno positivo.

Aproveitando as baixas taxas de juro que as palavras do Presidente do BCE incutiram, o Tesouro Português volta aos mercados já na próxima semana depois de, na última semana, ter colocado 1,2 mil milhões a dez anos à mais baixa taxa de sempre.

Olhem que a dívida pública está a crescer como convém, o Tesouro está a garantir o pagamento  do serviço da dívida de 2015, que é uma pipa de massa, a taxas muito baixas

Desvalorizar a moeda sem sair do Euro

Os defensores da saída do Euro têm objectivos ideológicos e não razões de política cambial. Hoje, é claro, que a seguir à saída do Euro exigiam a saída da UE como preparação para entrarmos no paraíso comunista. É, que, para desvalorizar a moeda, a velha política monetária, não é preciso sair do Euro como bem anda a demonstrar Mário Draghi. A partir da sua política de compra de dívida, assim injectando liquidez nos mercados, o Euro desvalorizou em relação ao Dólar, aumentando o preço das importações e beneficiando as exportações. E, pela mesma razão, fazendo subir os preços para chegar a uma inflação de 2%.  

(...) mas a queda subsequente do Euro para $1,29 (tendo registado $1,39 em Maio e $1,33 em princípios de Agosto) mostra já o sucesso da política de Draghi em atingir resultados.

Como nos nossos bons velhos tempos, a desvalorização do Euro aumentará os preços das importações europeias e impulsionará a competitividade interna e externa das empresas europeias, promovendo efectivamente o crescimento económico e o aumento da inflação para o nível desejado de 2%. Lá se vai mais um argumento dos nossos argutos economistas...


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/qual-o-objetivo-do-verdadeiro-dono-disto-tudo=f888749#ixzz3CoPJYUxE

O dinheiro do BCE vai enfim chegar à economia ?

Um vasto programa de dívida hipotecária aos bancos por parte do BCE pode não chegar à economia. Os balanços bancários vão ficar mais folgados para apoiar a economia mas ainda não é o programa de compra de dívida directamente aos privados. A ideia, para já, é fazer subir a inflação aos 2%.

O BCE "vai comprar uma vasta carteira de dívida titularizada", declarou Draghi na conferência de imprensa que se seguiu à reunião mensal do banco. Draghi referiu que o pacote de compra de ativos do BCE inclui também créditos hipotecários em euros emitidos por instituições financeiras da zona euro. O presidente do BCE não precisou o montante deste programa de compra de ativos, que deverá ser lançado a partir de outubro.

Entretanto a taxa directora baixou para o,o5% que está agora ao nível da taxa directora da Reserva Federal Americana. Ao mesmo tempo baixou a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos de -1% para -2 % com vista a desincentivar o  parqueamento de dinheiro no banco central. Devagar, devagarinho, as medidas não convencionais estão a ser implementadas na Zona Euro. Não estraguem.

Mário Draghi é o meu herói

Sempre que Mário Draghi fala a situação melhora. Aumentar os estímulos económicos por forma a incentivar a recuperação da economia e abrandar a austeridade. Os mercados reagiram positivamente com as taxas de juro a recuarem em todos os prazos e a dez e a cinco anos a fixarem-se em  mínimos históricos. Boa altura para Portugal colocar dívida e trocá-la por dívida com taxas mais elevadas. Já se prepara uma colocação de dívida a quinze anos.

Os juros anuais a pagar andam agora nos 3% do PIB quando nos últimos anos chegaram  a representar 7/8% do PIB.

A renegociação da dívida está aí com as taxas a descerem e os prazos a estenderem-se. Lembram-se da célebre teoria " a dívida não é para pagar é para gerir? " Não, é para pagar com o serviço da dívida a diminuir por efeito do abaixamento das taxas e com o prolongamento dos prazos. E nivelar os "picos" nos anos mais próximos. Desde 1820 que não se registava um valor tão baixo na história da dívida portuguesa.