É claro que as farmacêuticas têm que ter lucro para continuarem a investigar, pagar salários, comprar equipamentos, matérias primas e reagentes. Um medicamento leva em média 10 anos para ser comercializado.
E não estou a valorizar a morte evitada, a dor, o sofrimento apaziguado a milhões de pessoas. Uma semana de confinamento, em termos estritamente económico-financeiros, custa milhares de vezes mais do que aquilo que pagamos às empresas.
É muito triste que os que antes da vacina andaram de mãos postas a pedir o milagre e depois dele começarem a atribuir um preço à saúde. O BE até diz que a saúde não tem preço e que não é um negócio mas, pelos vistos, a morte e o negócio das funerárias é uma actividade a apoiar. Pobre gente.
A UE ter comprado globalmente para todos os 27 países a três ou quatro farmacêuticas não só garantiu qualidade e capacidade de produção como evitou uma bulha entre países alguns dos quais, como Portugal, não tinham qualquer hipótese de serem fornecidos a tempo e horas.
A Saúde realmente não tem preço e, era também escusado, andarmos a pedir ajuda a quem há algum tempo chamávamos o que o profeta não chamou ao toucinho. Mas a Catarina não perdoa.
A banca deve muito aos portugueses. Ninguém compreenderia se a banca tivesse mais do que lucro zero em 2020 e 2021.
É preciso que a banca ajude todos aqueles que nos últimos anos foram chamados a contribuir para a salvar .
"A banca sabe perfeitamente que se as empresas morrerem, a banca morre com elas. Vamos acreditar que vamos ter uma banca atuante", acrescentou. Rio terminou a ideia reiterando que aquilo que compete aos bancos é "pagar aos portugueses aquilo que tanto lhes deve", recordando assim os apoios públicos de que o setor foi alvo em anos recentes.
Recorde-se que, na sexta-feira passada, o Banco Central Europeu recomendou a todos os bancos que supervisiona, bem como às instituição financeiras mais pequenas, que não distribuam, nem anunciem, dividendos pelo menos até 1 de outubro como forma de assegurar a máxima liquidez possível à economia.
A banca é um sector vital agora e para o período de recuperação económica..
Os CEO andam preocupados. A violência que atinge neste tempo certos sectores da sociedade pode vir atingir com igual violência os milionários. Nos USA começa-se a redefinir o papel da empresa na sociedade. Esta deixaria de ter por fim apenas ou principalmente a maximização do lucro acionista, para passar a atender em primeira linha aos interesses de clientes, empregados, fornecedores e comunidades. Só depois viria o lucro acionista e, aliás, "de longo prazo". É o "stakeholder capitalism", o capitalismo de todas as partes interessadas.
Já em 2014, a insuspeita Lady Lynn Rotschild tinha convencido Christine Lagarde e o príncipe de Gales, entre outros, a constituírem o que veio a designar-se por "The Coalition for Inclusive Capitalism". "Se não adotarmos esta solução (capitalismo inclusivo), bem podemos contar com a substituição do capitalismo por algo muito pior", escreveu então Lady Rotschild.
O que os CEO da Business Roundtable detetaram foi uma ameaça sistémica que pode vir a atingi-los com a mesma violência que assume hoje a raiva contra os imigrantes ou a globalização. Não parece muito provável que estes beneficiários primeiros da ordem neoliberal se tenham convertido subitamente em apóstolos desta espécie de capitalismo de rosto humano defendido pela sua associação. Mas os tempos não estão para hesitações. Eles melhor do que nós entendem a crise de legitimidade ética e social que as políticas e as práticas do capitalismo contemporâneo engendraram. Se os CEO deste mundo, em vez de alinharem a sua missão exclusivamente pelo interesse dos acionistas, passarem a ter em conta também os interesses dos restantes cidadãos e das comunidades, isso será uma enorme derrota para a semicentenária cartilha neoliberal.
Quando se diz que Portugal “dá lucro”, excluindo as responsabilidades com o pagamento da dívida — como fizeram recentemente Catarina Martins e Marisa Matias, do Bloco de Esquerda — isso mostra que somos governados por pessoas comparáveis a “alguém que vai pedir ajuda ao balcão de sobreendividados da DECO mas garante que ‘está tudo muito bem, só não consigo pagar a dívida´”
Portugal dá lucro, diz a Marisa eurodeputada do BE. Depois acrescenta que dá lucro desde que não paguemos os juros da dívida . É como se um empresário não pagasse os juros do empréstimo ao banco. Com estas meninas do BE tudo isto é uma farturinha...
E não conta que os juros que o Estado paga são menos de metade graças ao Banco Central Europeu com a sua política de baixos juros e Programa de Compra de dívida.
A tal reestruturação da dívida que tanta tinta fez correr foi feita na prática pelo BCE que comprou dívida, baixou os juros e agora prepara-se para reinvestir em mais dívida à medida que os países (incluindo nós) pagarmos o que lhe devemos. Onde é que estão as milagrosas soluções propostas pelo BE e pelo PCP ? Não pagamos o que devemos ?
Há quem diga que os partidos populistas ainda não chegaram cá . Não há quem explique à Marisa que o "lucro" que, segundo o Bloco, "Portugal dá" são os impostos que o Estado cobra sobre os rendimentos do trabalho, do talento e do esforço dos portugueses ?
Durante o ano passado, a companhia área portuguesa transportou 4,2 milhões de passageiros, mais 21,6% que em 2016. As receitas operacionais aumentaram em mais de 600 milhões de euros, para um total de 2.977 milhões de euros.
É preciso conhecer o negócio do transporte aéreo, ter dinheiro e operações complementares com outras companhias na Europa e nas Américas coisas que o estado nunca teve.
Mesmo com os prejuízos da empresa de manutenção no Brasil a TAP apresenta finalmente lucros. E baixou a dívida bancária que era de mil milhões de euros para 700 milhões .
O Estado deixou finalmente de meter dinheiro na companhia aérea . Boa notícia.
A TAP facturou 3 mil milhões no ano passado e a dívida, que antes da privatização era superior a mil milhões de euros, está agora abaixo dos 700 milhões.
Para 2018 antecipa que seja possível melhorar os resultados, assim como replicar o aumento superior a 20% que a companhia conseguiu em 2017 em termos de passageiros transportados.
É preciso que o aeroporto do Montijo avance rapidamente ( solução Portela + Montijo ) mas o Estado ainda anda em estudos.
O problema é e foi sempre o mesmo. Não produzimos o suficiente e não somos competitivos. O lucro, entre nós, é visto como um pecado não se percebendo que é o lucro reinvestido que cria postos de trabalho no futuro.
“Qual é o objetivo do governo, de António Costa e Mário Centeno, com este [terceiro] orçamento do Estado? É promover a poupança e o investimento, é reformar o país neste ambiente de bonança, ou é aproveitar a boleia do ciclo económico para dar tudo o que puder, o que temos e o que não sabemos se teremos amanhã? Tenho uma resposta, mas vamos esperar pela apresentação do ministro das Finanças para podermos retirar as devidas conclusões”. A resposta está dada.
O agravamento do IRC não é simbólico, vai ter impacto nos resultados das empresas. E criar incentivos perversos. Aliás, o investimento até vai abrandar em 2018. E não vale a pena defender a tese de que estão a criar um mercado interno mais forte, com a devolução de IRS e os aumentos nas pensões e na Função Pública. Porque, ao mesmo tempo, estão a dizer às empresas que têm de exportar, e que as exportações têm de aumentar o seu peso no PIB. Não é assim que o conseguirão.
Este Orçamento do Estado que vai ser aprovado – pudera, depois de tantas concessões nas últimas duas semanas – não é só uma oportunidade perdida, é quase uma irresponsabilidade. Pelo que não faz pelas empresas, mas também pelos incentivos que cria a tantos que estão a ser enganados sobre a natureza estrutural do Portugal que temos hoje.
Este foi sempre o caminho que nos levou à pobreza e à desigualdade. Quem emigra, em grande número, são os trabalhadores pobres que não encontram emprego.
A Lisnave esteve falida, sem trabalho mas cheia de greves. Foi comprada por um euro por dois engenheiros que ali trabalhavam. Conhecedores do negócio puseram a empresa a dar lucros. Ali trabalham em permanência cerca de 400 trabalhadores mas por dia trabalham cerca de mil e duzentos. Conforme as encomendas.
Tem clientes em todo o mundo e repara mais de 70 porta contentores por ano.
E a diferença que separa os estaleiros que vivem do seu trabalho e os que vivem de subsídios é o conhecimento do negócio. Ter os contactos necessários e a reputação profissional certa. E cumprir prazos.
Os estaleiros de Viana do Castelo andaram anos a viver de subsídios e sem trabalho, com greves e com lutas sindicais. Os estaleiros da Mitrena foram comprados por um operador privado e a partir daí são um caso de sucesso. Tudo para exportação.
O estado não pode andar metido em negócios que não conhece
A Mariana Mortágua depois daquela de querer ir buscar o dinheiro onde ele está, avariou . Então se Portugal tem lucro porque nos pede a nós contribuintes cada vez mais impostos ? E não paga a fornecedores ? E não baixa a dívida ? E não convence os credores a baixar as taxas de juro ?
Se é como a jovem deputada diz não é melhor o estado começar a reduzir impostos e devolvê-los aos contribuintes ? Sei lá, talvez em forma de dividendos.
Jaime Gama alerta para uma “ilusão muito grande” em relação à economia portuguesa. Em entrevista à Antena 1, o antigo presidente da Assembleia da República diz que é “essencial” reflectir sobre o problema da dívida. E deixa a pergunta: “o que acontecerá quando o Banco Central Europeu deixar de comprar dívida?”. Mau , lá se vão os dividendos...