Lança-se um concurso para vender o Novo Banco e mudam-se as regras a meio. Os concorrentes afastados e outros que não chegaram a sê-lo dizem agora que com a garantia dada pelo Estado ao Lone Star ( o concorrente que vai ficar com o banco) também querem.
O Estado escolheu um concorrente e a seguir deu-lhe o que sempre disse que não daria . Com isso afastou todos os outros.
...O economista recorda que o vendedor do Novo Banco “aceitou, subitamente, oferecer 3,9 mil milhões de euros em garantias ao Lone Star sobre possíveis imparidades adicionais existentes no Novo Banco, quando o discurso do próprio Governo foi sempre bem claro dizendo que tal não seria concedido”.
"Quando a venda à Lone Star foi anunciada dizia-se que o fundo queria uma garantia do Estado para acautelar algumas contingências que pudessem vir a afectar o valor do Novo Banco. A solução em que o Estado mantém 25% da participação no banco e é um parceiro mudo, sem qualquer interferência na gestão nem sequer com direito de voto, é uma forma de partilhar um risco da operação, ou seja, é uma forma de garantir que o Estado vai suportar, por essa via, aquilo que possam vir a ser vicissitudes no futuro do Novo Banco", afirmou.
"Vamos todos pagar isto. Este é um encargo que vai ser repercutido nos cidadãos", sublinhou o ex-ministro das Finanças e actual presidente do banco BIC, lembrando que qualquer encargo que tenha de ser assumido pelos bancos que financiam o Fundo de Resolução vai ser pago através do aumento das taxas bancárias.
A Lone Star não está só nem é estrela. Está em investigação na Alemanha, na Coreia do Sul, e na Bélgica , justamente porque comprou um banco e o vendeu a retalho com enormes lucros.
Mas o pior de tudo é que o presidente do Banco de Portugal e outros cérebros já vieram dizer publicamente que o Lone Star é uma boa aposta.
A verdade é que a reputação de John Grayken não tem sido a das melhores. Fundou a Lone Star em 1995 e tem uma fortuna avaliada em seis mil milhões de euros, mas é conhecido por enriquecer à custa de negócios fracassados ou semi-fracassados. A fórmula é simples: compra ativos a bancos e estados soberanos sobre-endividados para depois vendê-los ao melhor preço.
Entre 1998 e 2004, o Lone Star fez investimentos no Japão, Coreia do Sul, Indonésia e Taiwan, aproveitando os despojos da crise financeira asiática. Em 2005, voltou-se para a Europa e, depois da crise financeira, comprou ativos de bancos que colapsaram – do belga Fortis e dos alemães AHBR e IKB.
Daqui a dois anos levanta-se uma discussão em Portugal onde todos juram que não sabiam. Vai uma aposta ?