Não se trata de ser melhor ou pior trata-se de acessibilidade e de conforto . Os hospitais públicos praticam na generalidade medicina de grande nível , mas estão frequentemente debaixo de uma grande pressão. Esperar 6 horas para ser atendido numa urgência não é solução mesmo que o "Protocolo de Manchester" tenha trazido menos ansiedade ( uma pré observação indica a gravidade dos sintomas e define a urgência do tratamento) .
E esperar meses nas miseráveis listas de espera para ser operado ou obter um exame é inaceitável e alguns desses doentes morrem sem tratamento . São todos pobres os outros que podem encaminham-se para os hospitais onde há vagas. Deixar sofrer e morrer não é solução !
Uma pessoa que se sinta doente está debaixo de uma ansiedade que não lhe permite ver com razoabilidade a situação. Consideram-se todos os que mais necessitam da atenção médica.
É, pois, natural que à medida que o nível de vida cresce mais cidadãos procurem o sector privado menos pressionado . Aconteceu assim em todos os países europeus mais ricos e está a acontecer por cá até que a balança entre os sistemas se ajuste . Tudo tende para o equilíbrio e a procura e oferta hospitalares não são excepções .
Esta pandemia também lutou contra a demagogia ideológica . As cirurgias que não se executaram, as consultas que não se realizaram e os milhares de mortes por doenças " não convid " mostram-no à evidência. Os funcionários públicos beneficiários da ADSE socorrem-se dos hospitais privados, se assim não fosse nenhum funcionário pagaria os 3,5% sobre o salário.
Há uma lista de espera no SNS de cerca 150 000 pessoas muitas das quais morrem sem tratamento. Mas ali ao lado há hospitais capazes mas que têm um pecado original. São privados.
Na Europa onde coexistem hospitais públicos com hospitais privados, á medida que o nível de vida cresce, também cresce a procura nos hospitais privados. Há várias razões que justificam este movimento. Em primeiro, é que por mais rico que seja o estado e que mais cobre impostos, taxas e taxinhas, não é capaz de sustentar um serviço universal e gratuito. Em segundo, porque as pessoas querem ter liberdade de escolha . Em terceiro, porque não querem estar em filas de espera .
Os grandes grupos económicos cá em Portugal representam cerca de 30% da oferta instalada a que há a acrescer as clínicas e consultórios privados. Milhares, muitos milhares e com um futuro cheio de potencialidades.
De tal forma que já nasceu um "fundo" financeiro privado inteiramente dedicado à saúde com vista a ir às compras, para redimensionar, focar em mercados onde a oferta é mais débil, inovar , e investir em novos equipamentos. O Estado sem dinheiro não tem nenhuma possibilidade de concorrer .
Bem podem gritar contra as Parcerias/ Público/ Privadas, mas o novo Hospital Ocidental de Lisboa com um investimento de aproximadamente 150 milhões de euros, vai ( já foi ') ser lançado na modalidade de PPP a 36 anos . A razão é só uma. O Estado profundamente endividado, sem dinheiro, inteiramente dependente do dinheiro da UE e incapaz de fortalecer a economia, de mãos atadas pelas suas parcerias à esquerda, assistirá incapaz, ao crescimento de sectores como a saúde e a educação.
Quem vai atrás, como é o nosso caso, tem uma grande vantagem. Basta abrir os olhos e ver o que aconteceu a quem lidera.
Um atrasado mental fez uma proposta inconstitucional, propondo a extirpação dos ovários às mulheres que abortem sem razão. A indignação foi geral .
Hoje soubemos que, naquela lista de espera da vergonha do SNS, há 100 000 mulheres que não foram sujeitas a rastreamento preventivo do cancro da mama. Para além das 400 000 consultas em atraso e das milhares de cirurgias que não se fizeram.
Por onde anda a indignação ? Não anda e depois querem que acreditemos que o que move a tal indignação é mesmo o bem estar das mulheres. Que não há nada de ideológico e partidário .
Tudo pelas mulheres, nada contra as listas de espera da vergonha, onde só cabe gente pobre e idosa.
O cancro da mama é outra coisa sem comparação com o aborto voluntário. E sem direito a excitações indignadas...
E 100 000 doentes já passaram o limite médico aceitável . A lista de espera da vergonha para todos aqueles que impedem a colaboração do SNS com o sector hospitalar social e privado.
Como se fosse possível que um Estado falido, com uma dívida escabrosa e uma carga fiscal insustentável pudesse prescindir de tal colaboração. A não ser, bem entendido, que a saúde não possa ser um negócio ao contrário das agências funerárias cujo negócio floresce. E não, o estado não tem dinheiro para investir no SNS como é mais que óbvio.
Nos países europeus à medida que o nível de vida melhorou mais pessoas, voluntariamente, exerceram o seu direito à liberdade de escolha, aderindo ao sector privado. Fugindo ás listas de espera da vergonha.
Nas listas de espera só há pobres. Ninguém aceita que os seus entes queridos sejam tratados fora dos prazos medicamente aconselhados, aumentando o seu sofrimento e apressando a sua morte.
A falta de investimento na Saúde, na Educação, na floresta, na Justiça, na Segurança Social tem uma única razão. O Estado está falido.
Mas mesmo que não estivesse falido o Estado não pode cercear os direitos dos cidadãos à livre escolha . Ideologia não cura doentes, não apaga fogos, não educa crianças e não paga pensões decentes.
É intolerável que muitos milhares de doentes esperem mais de mil dias para acederem a uma consulta de oftalmologia.
Os cuidados da saúde da visão são os cuidados especializados de saúde mais frequentes? Na última década, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), foram realizadas mais de um milhão de consultas hospitalares da especialidade de oftalmologia. O setor privado contribui com mais de 2 milhões de consultas da especialidade de Optometria, a que se deve acrescentar as da especialidade de Oftalmologia.
E ainda assim, em 2018, a lista de espera para primeira consulta hospitalar de especialidade de oftalmologia era superior a 233 mil pessoas com tempos de espera que atingem os 1.013 dias.
É mais que evidente que estes 233 mil doentes são todos pobres. Eis a justiça a que se chegou pela mão da ideologia patriótica e de esquerda
Com a crise #COVIDー19 foram adiadas 1,4 milhões de consultas médicas e 51 mil cirurgias, das quais 2500 cirurgias oncológicas - doentes com cancro. Isto para além dos doentes que já estavam em listas de espera antes. É fundamental garantir acesso imediato à #saúde a quem precisa.
Mas a ideologia é mais importante que os doentes. É criminoso haver listas de espera cheias de gente pobre . O SNS e os doentes merecem mais que esta cegueira ideológica da esquerda .É necessário usar todo o Sistema, toda a oferta instalada - SNS + privado + social.
A Saúde é a principal fonte de preocupação dos Portugueses. Cada um de nós sente a falha na resposta de cuidados aos nossos familiares e amigos: greves; falta de medicamentos; subfinanciamento; atrasos inadmissíveis na prestação de cuidados;condições de assistência deploráveis; censura e abolição de PPP eficientes; contestação alargada entre os profissionais do setor, mas, mais grave, a falta de ação deste Governo.
Nos últimos 5 anos fomos governados por uma Frente de Esquerda responsável por este colapso, indiferente às necessidades das pessoas e dos doentes, entretendo-se com debates estéreis sobre a natureza, pública ou privada dos prestadores de saúde e com acomplacência dos Partidos com assento parlamentar que também alimentaram esta farsa política.
Um dia quando fizermos o balanço desta fase saberemos quantas pessoas foram mortas pela negligência, pela burocracia, pelas más decisões políticas e de saúde pública, pela incompetência, pela cegueira ideológica, pela obediência à estatística.
Uma patologia não erradica as outras. Os acidentes cardíacos, os carcinomas, os acidentes vasculares cerebrais, os traumas, a diabetes etc não podem nem devem ser esquecidos e às pessoas não deve ser negado tratamento e cuidado.
A negação de diagnóstico e tratamento de patologias graves e mortíferas é uma forma de eutanásia, disfarçada, escondida. Pior, é um crime. Uma hipocrisia.
Algum político seria colocado em lista de espera ?
PS : a partir de texto de Clara Ferreira Alves - Expresso
O SNS dedicou-se ao combate do covid-19 mas deixou os outros doentes com diferentes doenãs em lista de espera. A juntar à lista de espera habitual de 150 000 doentes passou paea 400 000. É um crime.
Portugal é um país com recursos demasiado escassos para poder dar-se ao luxo de deixar o sector privado ou o sector social de fora do SNS. É imperativo garantir que todos são envolvidos na defesa da saúde da população. Infelizmente muitos continuam demasiado preocupados em defender fundamentalismos ideológicos...
No final de contas, seja por gestão pública ou privada, o que deverá preocupar o Estado é a qualidade, acesso e satisfação dos utentes. O resto é politiquíce que em nada contribui para melhorar a Saúde dos Portugueses!
A pandemia veio evidenciar algumas situações caricatas. Não existe qualquer racional lógico que justifique o recurso a alternativas de exceção, como a construção de hospitais de campanha instalados em tendas e pavilhões desportivos, com condições sub-ótimas, menos sustentáveis e paradoxalmente mais dispendiosos, sem que antes tenham sido esgotadas todas as capacidades de resposta e internamento dos sectores social e privado
A meio da pandemia ao SNS faltavam médicos e enfermeiros, máscaras e luvas, camas de cuidados intensivos e ventiladores.
A estratégia foi impedir que os doentes com coronavírus entupissem os hospitais do SNS. Para isso, o SNS mobilizou todos os recursos para combater a epidemia deixando para trás milhares de doentes sem cirurgias, sem consultas e sem exames e análises.
Para estes doentes - cancro, cardíacos, diabéticos e tantos outros- a DGS não chamou, numa estratégica concertada, os hospitais privados e sociais. Preferiu aumentar as listas de espera que saltaram dos 150 000 doentes habituais para os 400 000 ou mais do que isso.
Esta decisão é puramente ideológica, preferindo deixar sem tratamento milhares de doentes para dar a evidência toda aos hospitais públicos.
A para disto temos os médicos e enfermeiros a trabalhar 24 horas sobre 24 horas, exaustos e sem serem pagos pelas horas extras a que têm direito.
Quando há uma solução para os doentes e não se acciona essa solução por razões ideológicas e economicistas é nosso dever indignarmo-nos.
Lembram-se daqueles medicamentos que salvam vidas mas que por serem caros há doentes que morrem sem terem acesso ao tratamento ?
As situações são iguais. Só que num caso está o SNS no outro estão as milionárias farmacêuticas.