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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Cheira mal, cheira a Lisboa

Vamos ver se os srs. Medina e Salgado se safam neste meio lamacento. Há anos que Lisboa está a saque e que a sua Câmara Municipal passou a colossal central de negócios, onde manda um edil-infante e um "Dono Disto Tudo", outro Salgado, o homem que mais tempo esteve no poder nos Paços do Concelho (primo de Ricardo), controlando o acesso a todas as encomendas.

Não sabemos se a Operação Olissipus será conclusiva, mas que estes últimos anos cheiraram a infestação, lá isso cheiraram: o negócio da Torre de Picoas - onde subitamente o grupo Espírito Santo podia construir; o estranho caso dos terrenos de Entrecampos; a entrega em bandeja do espaço dos bombeiros ao Hospital da Luz (Grupo Espírito Santo); a misteriosa passagem da Quinta da Matinha (terrenos que eram da família Espírito Santo) para um fundo cujos verdadeiros proprietários são desconhecidos; uma disforme derrama hospitalar à beira-rio; demolições integrais ou parciais de edifícios fundamentais, como a moradia da Rua S. João da Mata, dos palacetes da Rua das Trinas e da Rua António Maria Cardoso, do Palácio de Rio Maior nas Portas de Santo Antão; destruições no Largo de S. Paulo; a delapidação da Garagem Liz; a recente moscambilha do quarteirão da Portugália; a obstinação na caríssima e complexa obra de prolongamento do metro do Rato até ao Cais do Sodré, etc.

 

O Aeroporto de Beja é mesmo uma opção credível ?

Os aeroportos que servem Londres estão a cerca de 40 kms da cidade, Beja está a 120 kms . Esta distância mesmo que servida por um TGV é ou não impeditiva de servir Lisboa ?

É óbvio que as acessibilidades custam muito dinheiro mas também é certo que as potencialidades são muitas . Por outro lado soubemos agora que o aeroporto do Montijo será pago pela dona da ANA , a VINSI .

Ter um aeroporto dentro da cidade para quem viaja é uma grande vantagem pese todas as questões de lotação e ambiente . Não é possível manter o aeroporto de Lisboa a receber certo tipo de aviões ( mais pequenos e para gente que paga bem e tem pressa) e o aeroporto de Beja para os grandes aviões que transportam centenas de pessoas e percorrem ligações transatlânticas ?

Os portugueses não conseguem planear a médio e longo prazo talvez a pandemia, que não nos deixa ver que companhias de transporte aéreo vamos ter no futuro, nos dê tempo e sensatez para resolver um problema que nos ameaça há 50 anos.

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Parceria -público-privada do Novo Hospital de Lisboa - vamos às contas

O novo hospital Oriental de Lisboa cujo concurso foi lançado há dois meses na modalidade de concepção/construção/equipamento é um investimento de 330 milhões de euros.  Esta importância até podia ser paga pela receita arrecadada pelos terrenos dos actuais hospitais da Colina de Santana que vão ser fechados : S. José, Desterro, Santa Marta, Miguel Bombarda, Maternidade Alfredo da Costa . Mas o estado não tem os 330 milhões e precisa dos 200 milhões que vai arrecadar com a venda dos terrenos. O Estado come tudo e não deixa nada.

Se fizermos as contas, a partir dos números apresentados no concurso temos que um hospital que custa 330 milhões gasta por ano cerca de 110 milhões por ano em exploração. Ora o estado vai pagar ao privado que ganhar o concurso 26 milhões por ano em renda durante 30 anos ou perto disso.

Já viram bem como quem quer as PPP é o estado ?

Poupa 330 milhões nos dois próximos anos, acrescenta-lhe mais cerca de 200 milhões quando iniciar a exploração (2022/3) e vender os terrenos e paga a renda anual de 26 milhões.

É bem verdade - pensa o estado - que no médio e longo prazo estamos todos mortos. Mas não enganem as pessoas ó Catarina, Ó Jerónimo.

Montijo ? "So near" é o que importa

Quando cá chegam pela primeira vez os turistas ficam deslumbrados com o aeroporto. So near...

Li algures que o actual aeroporto de Lisboa era para ficar onde é agora a Alameda D. Afonso Henriques onde está o Instituto Superior Técnico . Alguém com visão conseguiu afastá-lo para perto mas que a muita gente parecia longe.

Santana Lopes vem agora novamente com a hipótese Alverca. Bastava alinhar uma nova pista na vila Ribatejana, paralela à pista única do Humberto Delgado e, dessa forma simples, a rota de aproximação das aeronaves já não se cruzavam. E Alverca há muito que tem lá as oficinas ( OGMA) e a pista .

Mas tem o inconveniente de não ser "so near " e de ser preciso gastar uns milhões em acessibilidades . Ora as aves do Montijo são mais fáceis e mais baratas de afastar . E as acessibilidades estão já lá  só precisam de uns acrescendos.

O argumento maior dos ambientalistas é  a existência no Montijo do enorme aquífero de água doce que se estende até à Arrábia que pode ser fortemente poluído com a actividade aeroportuária. Um avião de 5 em 5 minutos. Um desastre.

Está bem, se calhar até têm razão, mas está tão " so near "

 

O governo ( e os seus apoios) a comprar votos nas áreas de Lisboa e Porto

Com os incêndios florestais e dramas da população pensou-se que a intenção de voto abandonaria o governo . Tal não se verificou e a razão é bem simples.

Em 2015 o PS só elegeu mais deputados do que a direita em três círculos (Açores, Faro e Setúbal). Costa perdeu em todo o território acima do Tejo e em muitos distritos importantes perdeu com estrondo, obtendo apenas metade dos mandatos (veja-se Aveiro, Leiria, Viana do Castelo ou Viseu). Piorando as coisas, para formar governo o PS teve de se aliar a partidos que, no seu conjunto, têm em Lisboa, Porto e Setúbal cerca de 65% dos seus deputados.

Este facto explica bem a apressada medida da redução do preço dos transportes em Lisboa e Porto.

É dificil que os partidos tão dependentes dos grandes centros urbanos se preocupem com o interior .

A haver um museu em Lisboa devia ser o das Descobertas

Só em Portugal há gente muito politicamente correcta que contesta a existência do Museu das Descobertas. Não é o caso de cientistas e historiadores estrangeiros .

O presidente da Câmara de Lisboa quer fazer um museu das descobertas. Algumas pessoas argumentam que a palavra “descoberta” esconde a escravidão e a colonização que se seguiram. Acha que devíamos ter um museu das descobertas em Lisboa?
Claro que devíamos ter um museu das descobertas em Lisboa! Possivelmente, a coisa mais importante acerca de Portugal nos últimos 600 anos foram as grandes descobertas feitas por navegadores portugueses. É verdade que Vasco da Gama não descobriu a Índia. Descobriu o caminho marítimo para a Índia. E também não é verdade que um português tenha descoberto o Brasil, já havia um milhão de nativos americanos a viver no Brasil, mas um navegador português foi o primeiro europeu a chegar ao Brasil. E isso teve uma importância enorme para a história mundial, porque levou à colonização europeia do Novo Mundo. Se Lisboa só pudesse ter um museu e tivéssemos de demolir todos os outros, esse único museu deveria ser das descobertas. Mas teríamos de entender o que significa descobertas.

Apresentação do novo Hospital Central de Lisboa

O que tem que ser tem muita força. Com o encerramento dos seis velhos hospitais centrais de Lisboa poupam-se 68 milhões/ano, custos das ineficiências.

A nova unidade vai substituir os seis hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC): Capuchos, São José, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a Maternidade Alfredo da Costa. No CHLC os "custos padrão por doente são 20% superiores aos dos outros hospitais do país. Esta ineficiência resulta do facto de estarmos perante instalações inadequadas e dispersas".

"Esta ineficiência representa 68 milhões de euros por ano", pelo que "a nova unidade permitirá poupar 68 milhões de euros" por ano. "A renda [a pagar ao parceiro privado] andará à volta de 16 milhões de euros por ano. Estão a ver os ganhos que podermos retirar deste projecto. São ganhos importantes, em termos de conforto, em termos financeiros", assinalou o secretário de Estado.

Agora vamos esperar pelas habituais manifestações espontâneas contra o encerramento dos velhos hospitais.

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Há comprimidos para a azia ?

Primeiro o governo manda fazer um estudo sobre a "candidatura do Instituto do Medicamento Europeu para instalar em Lisboa" . Sobraram as críticas, o Porto, bem, veio lembrar que não podíamos continuar a centralizar tudo na capital. Perante o erguer de voz portuense o governo rapidamente deu o dito por não dito e decidiu-se pela capital do norte.

Mas não é que agora se sabe que um inquérito feito aos 900 funcionários da agência, localizada em Londres, a maioria escolheu Lisboa ?

Com a falta de jeito a que já nos habituou, António Costa, "o hábil", acabou por cortar o pescoço ao melhor argumento que Portugal podia apresentar na candidatura. A vontade maioritária dos funcionários. Esta nem dá para acreditar.

Como o actual governo se limita a fazer render o peixe, cavalgando a onda positiva que se formou na austeridade e que agora se desenvolve no crescimento da economia na Zona Euro, sempre que tem uma decisão para tomar enreda-se na rede esburacada que lança ao mar. E espera que algum peixe venha à rede. Desta vez em vez de peixe apanhou uma barrigada de ridiculo.

 

 

O PS vai pagar esta vergonha

A recolocação do Agência Europeia para o Medicamento em Lisboa ainda vai fazer correr muita água debaixo da ponte. Coimbra, Porto, Braga e mesmo outras cidades não compreendem esta decisão sem que tenha havido uma prévia discussão. Uma vergonha chama-lhe o Prof Daniel Bessa. Uma precipitação chama-lhe Catarina Martins.

Os argumentos apresentados por António Costa são um hino à centralização e são uma boa razão para que Bruxelas rejeite a proposta.

"Com toda a consideração e todo o respeito, nós temos obrigação de assumir claramente que já basta", frisou.

O economista disse que, "tanto quanto parece, o simples facto de a quererem por em Lisboa foi um fator decisivo para que não tenha sido aceite".

"A União Europeia, muito bem, tem um princípio de descentralização, os outros países têm essas agências descentralizadas, Portugal já tinha duas em Lisboa, como é que agora vai por a terceira? Foi chumbada e muito bem, eu tiro o meu chapéu à Comissão Europeia" .

Rui Rio alinha pela mesma bitola . "

Não compreendo. O país é um todo, não é só a capital. Por essa lógica tem de ir tudo para Lisboa. Está tudo em Lisboa, tem de ficar tudo em Lisboa por uma questão de proximidade". E acrescentou. “Vai ter de se dar um murro na mesa e pôr termo a isto. Não é inteligente”.

Rui Rio acrescentou que o Porto até é das cidades que menos se pode queixar neste tipo de situações. “O resto do país não pode ficar satisfeito com isto”. O social-democrata lamentou ainda as contradições entre as palavras e os atos do Governo. “Não há coerência direta entre as palavras e os atos, que são os mais importantes Nas palavras o Governo está sempre a falar em descentralização e desconcentração, nos atos temos sempre situações destas”.

Não é justo nem democrático para as cidades do interior.

Argumentos viciados

Carlos Guimarães Pinto

2 h ·
 

António Costa disse hoje que a Agência Europeia do Medicamento não podia ser no Porto porque o regulador nacional (o Infarmed) estava em Lisboa e porque apenas Lisboa pode vir a ter uma "Escola Europeia".

Vamos por partes. A questão do Infarmed já ser em Lisboa é daqueles argumentos que alimentam o ciclo vicioso do centralismo. Quantos mais organismos na mesma cidade, mais se justifica a centralização acrescida. Mas será que ter o regulador nacional na mesma cidade é um requisito assim tão importante? Olhemos o que acontece nas outras cidades candidatas:
- Espanha candidata Barcelona. Regulador nacional do medicamento é em Madrid.
- Itália candidata Milão. Regulador nacional do medicamento é em Roma.
- Holanda candidata Amsterdão. Regulador nacional do medicamento é em Utrecht
- Suécia candidata Estocolmo. Regulador nacional do medicamento é em Uppsala

Sobre a absoluta necessidade de a Agência Europeia ficar na mesma cidade do regulador nacional, estamos conversados.

O segundo argumento de Costa é que só Lisboa poderá vir a ter uma Escola Europeia (ou seja, uma escola gerida conjuntamente pela UE e governo nacional). Este ainda é mais risível que o anterior. Em primeiro lugar porque a instalação de uma Escola Europeia em Portugal nem sequer é certa pelo que não poderá ser uma vantagem na candidatura. Em segundo lugar, fica por explicar porque é que "só Lisboa poderá vir a ter uma Escola Europeia". Em Itália, a escola Europeia é em Varese, a uns 600km da capital. Na Holanda é em Bergen. Em Espanha é em Alicante e no Reino Unido em Culham. Para além disso, das cidades candidatas à Agência Europeia do Medicamento, apenas Bruxelas tem uma escola Europeia. A esmagadora maioria das agências europeias não está em cidades com escolas europeias. Os filhos dos funcionários vão simplesmente para escolas internacionais.

E se mais dúvidas existissem sobre as vantagens de Lisboa é ver o relatório desenvolvido pela KPMG há 3 meses, analisando 16 cidades europeias tidas como candidatas à agência. Nessa análise, Lisboa ficava em 15º lugar. (retirado daqui http://www.greatercph.com/a-way-of-li…/…/location-comparison