Se calhar é mesmo boa ideia deixá-los estar algum tempo no poder. Olha se fosse o governo de Passos Coelho ou mesmo o actual.
Na Grécia foram decretadas cerca de 50 greves gerais desde 2010, e isto é visto pelos credores como um problema para a baixa produtividade do país.
Na medida agora aprovada, os sindicatos (com excepções) passam a ter de contar com uma maioria de metade dos membros empregados para terem a possibilidade de decretar uma greve.
“Foram direitos que conseguimos com suor e sangue há mais de três décadas”, disse Odysseus Trivalas ao diário britânico The Guardian. “Esta medida vai fazer com que seja impossível os trabalhadores fazerem ouvir a sua voz”, acusou.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra mas como diz o secretário geral da UGT, na AutoEuropa os sindicatos num total de 5 000 trabalhadores decretam greves com apenas 500 trabalhadores a concordarem .
Desta vez é o governador do Banco de Portugal que avisa. Não é sustentável aumentar o consumo sem aumentar a produtividade .
...o crescimento baixo da produtividade portuguesa "limita maiores níveis de consumo" sem penalizar o equilíbrio externo. E as contas externas até Julho já reduziram o supéravit em 74% para um nível a caminho novamente do déficite.
"A manter-se por muito tempo este crescimento sofrível da produtividade comprometerá gravemente o aumento do nível de vida dos cidadãos", afirmou o banqueiro. Em relação à situação portuguesa, a fraca produtividade é um travão ao crescimento sustentável do consumo.
"Tendo em conta o actual endividamento público e privado, é essencial consciencializar a sociedade portuguesa da necessidade de prosseguir com a consolidação financeira e, simultaneamente, criar condições que favoreçam o investimento e a produtividade"
E os agentes indutores desse investimento e da produtividade são os agentes privados agrupados em empresas.
Nas actuais condições, com a economia a crescer 1,3% e o défice fixar-se à volta dos 1,9% a taxa de juro alcança a linha vermelha nos 5% isto apesar da prenda no sapatinho do BCE.
Porque sobe a dívida ? Porque há despesa que vai directamente à dívida sem passar pelo défice . E ainda falta o dinheiro injectado na CAIXA e no Banco Novo . Lembre-se que com Teixeira dos Santos a linha vermelha foram os 7% . Quando os governantes ou as instituições financeiras começam a falar de linhas vermelhas nas taxas de juro é certo que não tardam em lá chegar. No nosso caso foi a agência DBRS ao falar em 4% e a desdizer-se no dia seguinte mas apontando o dedo ao débil crescimento da economia.
Tendo em conta a situação frágil da economia e das finanças publicas portuguesas, não tardará muito para que, tal como em 2011, o mercado se possa fechar. E como as contas feitas no Excel dos vários analistas não serão muito diferentes destas, é provável que os alarmes disparem caso as taxas de juro subam para os 5% (o que equivale provavelmente a uma taxa de 5,5% a dez anos) de uma forma permanente — partindo do principio que o crescimento se mantém nos níveis actuais e que o superávit primário de 2,8% do PIB não só é atingido, como se mantém.
Já lá vão mais de 12 horas de reunião e não há fumo branco. É claro que dali não sai decisão nenhuma que ponha fim à questão essencial. O sindicato não pode apropriar-se da gestão do Porto de Lisboa. Não há governo nenhum que deixe isso acontecer . O Porto de Lisboa já perdeu 50% da sua actividade devido às greves . Então discute-se o quê ?
Desbloquear a progressão nas carreiras, nem pensar. Aumentar salários, o sindicato acha pouco. Arranjar uma qualquer vantagem ao nível da Segurança Social ( menos anos de trabalho, carreira de desgaste rápido) seria uma porta aberta para vários sectores e lá se ia a sustentabilidade já tão tremida. E nacionalizar o Porto de Lisboa como quer o sindicato nem pensar.
Então o governo para manter o limite de António Costa ( dia de hoje) lança mão da requisição civil ? É o mais certo mas isso tem como consequência o despedimento colectivo e a manutenção da situação que tanto enerva o sindicato dos estivadores.
E o PC e o BE reagirão como ? Não querendo ser apontados como os responsáveis pela queda do governo vão engolir o sapo e a seguir vão querer ser compensados nas 35 horas, já !
E aí entramos na área de Mário Centeno e na despesa pública, desequilibram-se as contas já tão apertadinhas e Bruxelas não vai gostar, lado para onde BE e PCP dormem melhor.
Seguro diz que "não podemos voltar à despesa" de há 10, 20 anos. Tem que haver sustentabilidade na despesa. Defende um limite para a despesa primária, mas não vá alguém levá-lo a sério diz logo a seguir que " tem que ser conseguido pelo lado da receita". E, uma batota. Como este governo definiu que as verbas do QREN deixam de ser a "fundo perdido" e passam a ser reembolsáveis, propõe que a comparticipação nacional não conte para a dívida. ( diz que a Itália já faz assim)
Todas as opções políticas devem passar pelo crivo da sustentabilidade, seja na saúde, na educação, na segurança social ou nos investimentos", definindo-se em simultâneo projectos estruturantes (como o porto de Sines), um programa que privilegie bens transaccionáveis para diminuir as importações e, finalmente, a aplicação de fundos comunitários até 2020 dirigidos ao objectivo da competitividade, sem subsídios, mas antes com verbas reembolsáveis.
E, bem importante, advoga agora o que sempre foi óbvio. Os direitos adquiridos têm que ser sustentáveis. Sem isso não há limites para a dívida nem para a despesa.