O ministro Pedro Nuno Santos já pôs as pernas dos alemães a tremer por causa da dívida agora põe as pernas dos portugueses a tremer por causa da liberdade de escolha.
Objectivamente, a visão de liberdade de Pedro Nuno Santos não difere daquela que diz ser a de João Cotrim de Figueiredo e da IL. O que o ministro expressa é uma mera possibilidade de escolha. A diferença está em quem faz a escolha. Para o deputado da IL deve ser o cidadão, para o ministro deve ser o Estado.
Ao afirmar que deve ser o Estado, e não o cidadão, a escolher, Pedro Nuno Santos está efectivamente a impedir que o indivíduo seja verdadeiramente livre, pois não permite que este assuma as suas responsabilidades. Ora, esta posição traduz uma inversão aos pressupostos da democracia representativa. Deve ser o cidadão a controlar o Estado (e os seus representantes) e não o Estado a controlar os cidadãos.
Esta é uma das diferenças fundamentais entre o socialismo e o liberalismo. Enquanto o liberalismo questiona o Estado e os seus representantes, o socialismo não confia nos cidadãos e jamais lhes dará a responsabilidade da liberdade. O ministro Pedro Nuno Santos não quer que as escolhas dos cidadãos possam beneficiar agentes privados (principalmente estes) ou públicos. Prefere privá-los da liberdade, escolhendo por eles, e favorecer selectivamente e arbitrariamente alguns (quiçá) “camaradas”.
As consequências do Liberalismo económico : A ligação entre liberalismo económico e político nem sempre acontece, mas existe uma clara correlação. Como podemos ver abaixo, o Chile moderno não é caso único de ligação entre liberdade económica e política. A correlação existe e é muito forte, possivelmente porque para um mercado funcionar são precisas boas instituições democráticas e a abertura que um mercado livre exige dificulta a a vida de regimes não democráticos (veja-se o caso de Hong Kong).
Em resumo, décadas de liberalismo por contraponto a outros modelos económicos testados na região, ajudaram a criar um país que, para os níveis da América do Sul, é dos mais ricos, com menos pobreza, melhores serviços públicos, melhor educação e saúde. Muitos olharão para estes dados e insistirão que as pessoas não “comem estatísticas” o que é uma forma de quem deseja negar a realidade e fingir que ela não existe. Afinal, o negacionismo não se limita a outras áreas da ciência.
O liberalismo económico trouxe progresso económico e social ao Chile, mas trouxe também outro tipo de responsabilidades. Durante este artigo comparei sempre o Chile aos seus pares na América do Sul, mas o liberalismo económico colocou o Chile noutro campeonato: o dos países desenvolvidos. O Chile é hoje um país que aspira ser de primeiro mundo, mesmo que inserido numa região que tende sempre para o terceiro.
"Portugal nunca foi verdadeiramente liberal, nunca colocou a confiança na capacidade e maturidade dos portugueses no centro da política. Nunca promoveu a liberdade individual, com a correspondente responsabilidade, acima de todas as outras", escreveu em agosto num artigo de opinião no Público, intitulado "Chegou o tempo das ideias liberais". "Um liberal aceita o papel do Estado, emanado da vontade dos indivíduos e não como impositor-mor. Um Estado que seja o garante das liberdades individuais, a começar na liberdade de escolher o tipo de vida privada ou pública que entende ser a melhor para si e para os seus mais próximos."
Como escreveu quando anunciou a sua candidatura: [os portugueses] "Só precisam que os deixem ser livres e autónomos; que o Estado não lhes tolha os passos; que os poderes políticos e todos os outros não os impeçam de procurar o melhor para si e para as suas famílias".
Para o poder socialista que nos governa, os portugueses são alternadamente crianças que não sabem escolher por si próprias, meliantes cuja iniciativa deve ser previamente controlada ou porquinhos mealheiros que aguentam sucessivos recordes de carga fiscal sem protestar.
Deslumbramentos há muitos mas deslumbrados há muitos mais. Basta juntar os partidos novos à direita para chegar aos 4%. Tanto como o PAN e metade do Bloco de Esquerda não contando com o Partido da Terra e o Partido Monárquico.
E sem a exposição pública que deputados na Assembleia da República dão. Sem comentadores na comunicação social. O Bloco de Direita terá tudo isso e crescerá rapidamente tal como cresceram o PAN e o BE. O que retira muito do apregoado mérito aos agora nubentes que o PS afasta.
CHEGA 1,5% ; ALIANÇA 1,5%; INICIATIVA LIBERAL 1% = 4%
E Portugal deixará a Grécia como único país europeu sem partidos liberais que existem em todos os outros países. Não é por acaso que a Grécia e Portugal andam permanentemente na cauda da Europa.
Com 4% dos votos a Direita Liberal poderá juntar um grupo parlamentar com a dimensão do PAN, do PCP, dos Verdes e do CDS e com massa crítica para constituir um grupo parlamentar para preparar estratégias, apresentar e defender propostas contribuindo para o enriquecimento do debate parlamentar.
Liberais, olhem para o interesse nacional, na extrema esquerda há uma representação manifestamente exagerada. Não os levem a sério e não tenham medo.
Nós, os Liberais, que acreditamos que o indivíduo está no centro da nossa ação política, devemos privilegiar formas de poder que lhe são próximas. Em vez de concentrar poder no governo central e em tecnocracias irresponsáveis, devemos devolver esse poder ao indivíduo e às comunidades locais.
Nós, os Liberais, que acreditamos nos valores europeus, não devemos defender uma política de imigração e integração que coloque em causa esses valores no longo prazo. Não devemos seguir uma política de imigração que recompense traficantes de seres humanos.
Nós, os Liberais, que rejeitamos o fascismo e o comunismo de igual forma, devemos entender as necessidades daqueles que encontram nessas ideologias falhadas a resposta aos seus problemas. Devemos pensar fora da bolha de Bruxelas e dar resposta a todos os que acham que têm tão pouco a perder que não se importam de votar em forças políticas tão destrutivas.
O nosso Presidente Marcelo também já se afirmou como "liberal-social" . E o recente eleito Presidente francês também, ex-membro do Partido socialista, também é um socialista liberal . O grande erro da esquerda é que da trilogia " Liberté, fraternité, igualité" é que tem esquecido o primeiro.
O próprio António Costa afirma repetidamente que a grande reforma a fazer é a descentralização. A proximidade do poder aos problemas dos cidadãos, com estes a terem uma cada vez maior participação nas propostas e na tomada de decisões. A liberdade passa por aqui, não passa, como repetidamente se tem visto nas já inúmeras experiências, por um estado majestático e longe dos cidadãos, entregue a um qualquer comité central.
A iniciativa dos cidadãos é a base do desenvolvimento económico, o motor da sua classe média, essa invenção europeia pela mão de grandes políticos que paralelamente criaram o estado social.
Mas a questão essencial colocada por MCS nesse livro é a de saber qual será o pensamento e a ideologia da esquerda no futuro. A resposta que dá é a de que o futuro da esquerda será social e liberal. Em Portugal e em França, usar a palavra liberal, à esquerda, é como evocar as forças do mal. Não se percebe a distinção entre liberalismo social, liberalismo clássico e neoliberalismo, reduzindo-se tudo a este último.
E a mais recente tentativa de manipulação é a extrema esquerda juntar-se à extrema direita, querendo convencer-nos que só há comunismo de um lado e fascismo do outro, passando a ferro os 80% do eleitorado que se colocam entre esses dois extremos.
O estado tem que devolver o poder à cidade . Só o individuo sabe o que é melhor para si próprio . E não, nunca seremos todos iguais, mas é preciso que os menos iguais tenham uma vida digna. E ,como se vê, o estado por mais riqueza que aproprie não é capaz de acabar com a pobreza. Depois de milhões e milhões de impostos, subsídios europeus e empréstimos a pobreza em Portugal persiste. Pelo contrário as desigualdades são maiores . É preciso melhor prova ?
O liberalismo é um modelo de sociedade assente na liberdade, na igualdade de oportunidades, na responsabilidade pessoal, nos sentimentos morais e na democracia representativa conformada pelo direito e pela justiça.
O capitalismo é um modelo económico assente na livre empresa e na concorrência entre agentes económicos a uma escala nacional ou internacional.
Bem mais importante do que atingir a igualdade a todo o custo, grande aspiração de todos os antiliberais, é que cada um tenha o suficiente para uma vida digna. Mais importante do que a igualdade na uniformidade, é garantir o pluralismo, a tolerância e o respeito por cada ser humano apenas pelo facto de o ser.
A minha posição política resume-se ao que está aí em cima no título. Já dei para várias freguesias mas a música é sempre a mesma. Estamos em último, somos os que apresentam maior desigualdade e os que continuamos a ter 10% de pobres. E, como já se viu, face aos comboios de Euros que o país já recebeu em forma de subsídios, empréstimos e impostos, não é por falta de dinheiro. Como tal deixei-me de filosofias e questiono. Porque não fazer como fizeram os povos do centro e norte da Europa?
Hoje, o Martim Avillez Figueiredo, no Expresso escreve sobre um senhor que se chama Jeffrey Reiman. Este filósofo diz que o sistema que melhor cria riqueza é o capitalismo e por conseguinte nenhum modelo é mais eficiente a produzir mulheres e homens livres do que numa economia aberta. Mas aqui entra Marx. O capitalismo gera uma desigualdade terrível. A solução, diz Reiman, é a convergência. O principio é: como não existem modelos perfeitos, Reiman pretende que o liberalismo marxista fará convergir vontades dispersas em torno de um objectivo comum: ter tanto quanto seja possível. Não é pedir o máximo possível é pedir uma sociedade tão justa e tão livre quanto seja possível. Os países europeus já conseguiram com as presentes circunstâncias. Falta a Portugal que os diferentes partidos e forças vitais - sociais, políticas e económicas - convirjam para um plano a dez anos. É o melhor que se pode arranjar. E com isto pede-se o máximo.
"Sem o ajustamento, socialismo e liberalismo em Portugal pouco mais serão do que retóricas sem consequência, porque, sob a ditadura das circunstâncias, os socialistas hão-de privatizar o Estado e os liberais de expropriar os privados."
Rui Ramos, "A ilusão dos pessimistas", Expresso, 27 de Setembro de 2013
Cavaco devia dizer a verdade ao país. O neoliberalismo corrói a social democracia e a irresponsabilidade acaba com o liberalismo. No meio a facilitar tudo isto está o estado.
A crise é na base económica, a Europa não cresce. A Europa está numa fase de declínio político e militar. E está a braços com o conflito que é o desfasamento entre aquilo que os Estados podem dar às pessoas e os meios disponíveis. Uma das coisas que mais me impressionou nesta crise desde 2008 é... por exemplo, ouvi o António Costa dizer: nós gastámos na exacta medida em que fomos estimulados para isso. Nunca ouvi uma declaração de irresponsabilidade com essa franqueza. O liberalismo sempre assentou em dois pressupostos. Um, o de que as pessoas eram racionais. Dois, o de que as pessoas eram responsáveis.