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O artigo do dia: ninguem lavava mais branco que o BES - por Rui Ferreira

Este dinheiro tem dono. Mas até ao momento não apareceu ninguém a reclamar a sua titularidade e sua posse. E tenho a certeza que não irá aparecer.

Com um pouco de empenho e verdadeiro interesse, as autoridades competentes, conseguiriam descobrir, pelo menos alguma informação sobre quem são os detentores destes valores.

Mas em boa verdade, neste momento também não iríamos lucrar muito com isso.

Mas então se estes montantes têm dono, porque não aparecem a reclamar a posse deste dinheiro?

É simples: para o fazerem, teriam que revelar, quem são, onde ganharam estes dinheiro, quando o ganharam, e como o ganharam. E é precisamente aqui que estão as razões porque até hoje não o reclamaram.

Fica bem claro, que os titulares destes valores investidos no BES, não querem dizer quem são, de onde trouxeram estes dinheiros, quando, e como o ganharam.

Fica pois bem claro, que, quer os investidores, quer estes capitais, são pouco recomendáveis, para não recorrer a outros termos.

Mas nem tudo é mau. Estes valores ao não serem reclamados, poderão eventualmente contribuir para fazer baixar um pouco a factura da falência do BES, aos contribuintes.

Pelo menos por uma vez, o silencio da santa família, de alguma bandidagem ou gente corrupta, e das autoridades, sempre está a ajudar este santo mas desgraçado povo.

Sócrates passou a ser a origem de todos os males

Seguro e Costa demarcam-se do último governo de Sócrates. Fogem do PEC IV e do contrato que assinou como o diabo da cruz. O político que foi derrubado pela antecipação do seu ministro das finanças, despedido por três banqueiros, apeado pela Assembleia da República e derrotado em eleições livres pelos portugueses, foi objecto de uma das maiores operações de "lavagem" alguma vez tentada. O "menino de ouro" é hoje "o menino de latão", de dentro do PS vem o ajuste de contas. Quem deixou o país na bancarrota, com uma monumental dívida, com saldos negativos das contas públicas elevadíssimos, com o acesso aos mercados cortado, com as PPPs que são casos de polícia, com as swaps, era vendido como "a vítima", "o incompreendido". A história seria generosa com ele. Não foi preciso esperar tanto. Os seus camaradas já perceberam o amor que o povo lhe dedica.

A barrela em curso

Começou há meses com as "narrativas" no serviço público televisivo muito nosso. Continuou com a "narrativa" no Expresso" e pelo programa que se quer "apalhaçado" do Herman e esta semana temos o livro com a tese. Por aquilo que se lhe ouviu aprendeu pouco lá por Paris. Voltou para se desculpar e lançar as culpas sobre os outros. "Conhece-te a ti mesmo" disse o verdadeiro. Nunca perceberá esta frase tão simples. Nem sequer consegue ler textos que explicam muitas coisas que ele nem sonha mas que também não se aprendem em dois anos seja ou não em Paris.

"A Filosofia permite ao homem procurar seriamente o que lhe corresponde em plenitude; permite que nada se deixe de lado. A novidade de Sócrates está em ter tomado como pedra angular do pensar o "conhece-te a ti mesmo". Em contraste com o pensamento anterior, que atinge a sua expressão máxima no trabalho dos pré-socráticos, o "pai da filosofia" argumenta que sem um trabalho do "eu sobre si mesmo" (reflexão) todo o saber filosófico se reduz a uma História de Ideias e não a uma realização pessoal. E a felicidade que todos, de uma forma ou outra, procuramos - com ou sem esse nome: chame-se "auto-ajuda", ou coisa parecida como auto-estima: em consciência ou não - uma utopia, um lugar vazio em cada vida. E é isto que eu quero? Um vazio? Não me parece. Por isso é que todos andamos agitados com tudo, menos com o essencial. Como se andássemos a matar a sede com sal, muito sal.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/socrates-conhece-te-a-ti-mesmo=f836555#ixzz2iHqlwVzq

Ricardo Salgado é um dos evasores fiscais

O caso "Monte Branco" apanhou peixe graúdo na rede. Banqueiros também. Mas o que veio na comunicação Social foi que Ricardo Salgado se disponibilizou para prestar declarações na polícia. Como quem diz, "quem não deve não teme". Mas parece que a história não é bem essa.
"Segundo uma peça no jornal SOL de Felícia Cabrita, uma jornalista de investigação que trata por tu o segredo de justiça, em coautoria com Ana Paula Azevedo, o banqueiro do regime Ricardo Salgado usou alegadamente os serviços da Akoya, o veículo de Michel Canals, que está a ser investigado no processo Monte Branco, para movimentar ilegalmente durante vários anos de Portugal para o estrangeiro e vice-versa capitais que só foram declarados mais tarde ao fisco quando foram detidos os primeiros elementos da rede, tendo Salgado rectificado então as declarações fiscais e pago então os impostos com o desconto ao abrigo do RERT III - uma espécie perdão fiscal para os evasores.
É mais um caso a juntar aos submarinos, à herdade dos Salgados, à participação no assalto ao BCP, às relações promíscuas com a Ongoing, à serventia à «facilitadora-geral da República» para movimentar dinheiros, entre outros. Mesmo tratando-se de um país mais opaco do que transparente, não será um bocadinho muito demais para um presidente do segundo banco privado português que transpira respeitabilidade? "