Quanto ao problema da imigração, que tem também contaminado a política interna de muitos estados-membros, Juncker fez o anúncio de 10 mil novos polícias para a agência Frontex (Guarda de Fronteiras e Costeira) até 2020, com o objetivo de reforçar a proteção das fronteiras europeias. Juncker diz, no entanto, que quer atuar diretamente nos locais de origem dos imigrantes clandestinos. Para isso, propôs avançar com uma parceria Europa-Africa, que o presidente da Comissão Europeia espera possa ajudar a criar cerca de 10 milhões de empregos e atrair mais investimento para o continente. “África não precisa de caridade, precisa de uma parceria equilibrada”.
Ao mesmo tempo pediu mais rotas legais para a entrada de imigrantes, dizendo que a Europa precisa de imigrantes qualificados, também assumiu o compromisso de acelerar a repatriação dos imigrantes ilegais. “Não podemos procurar soluções ad-hoc de cada vez que chega um novo barco. A solidariedade temporária não chega.”
É verdade que Juncker pode vir a aceitar que a França flexibilize o seu défice e com isso Portugal possa beneficiar mas não é certo. Bem longe disso. Mas mesmo que assim fosse já não se percebe como é que se prolongam os défices e , ao mesmo tempo, se reduz a dívida.
As medidas já anunciadas custam mais de 1 500 milhões de euros o que representa 0,9% do PIB. Enquanto isso Bruxelas, embora admitindo que Portugal está em condições de executar o orçamento, vai avisando que podem ser necessárias mais medidas restritivas.
Estamos perante dois cenários opostos. Ou será que, como diz Costa, o país está mesmo melhor? Se está melhor então Passos deve aproveitar para aliviar a pressão. Estão ambos à espera do comportamento da economia ? Costa já está a distribuir o que a economia ainda não produziu.
Um plano de 300 mil milhões de investimento para tirar a UE da deflação e da recuperação débil da economia que está a recuperar mas lentamente. À austeridade de Durão Barros/ Merkel, Juncker aposta na crescimento. Também é verdade que o grosso do ajustamento está feito.
Paralelamente, o BCE de Mário Draghi continua a insuflar confiança nos mercados e compra dívida. Todos esperam que nas próximas semanas arranque com a compra de dívida soberana. Os montantes a comprar serão proporcionais à dimensão do país pelo que Portugal poderá ver a sua dívida baixar consideravelmente. Junte-se-lhe as taxas de juro mínimas actuais e temos a reestruturação da dívida concretizada.
O BCE está preparado para introduzir mais estímulos, caso sejam necessários, confirmando as informações que já tinham sido avançadas pelo próprio líder da autoridade monetária, Mario Draghi, no início da semana passada. No entanto, e como também já foi explicado por outro membro do conselho executivo do BCE, Benoit Coeuré, os responsáveis estão a estudar os dados para evitar decisões precipitadas.