Hoje há o lançamento do livro cujos autores - António Arnault e João Semedo - nos querem explicar como se aumentam as filas de espera nas consultas e nas cirurgias no SNS . Os doentes podem bem esperar está bem de ver não são para aqui chamados.
E o argumento é arguto e nada ideológico. Acabar com as PPP na saúde e estatizar a 100% por forma a extinguir os privados. Como se vê cá estamos com a solução de sempre. Estatizar.
António Costa, como é seu timbre vai comparecer mas a título pessoal não vá comprometer-se. É que há uns tempos criou uma comissão para reavaliar o SNS presidida pela Maria de Belém que pelo que se sabe apoia a existência dos privados no SNS tanto, que até é consultora de um Grupo privado na área da saúde..
Como se vê e como o PS sempre nos habituou isto é tudo mais ou menos, faz de conta que muda para que tudo fique na mesma.
Retirar as poucas PPP da saúde dificilmente terá o resultado que Arnault e Semedo pretendem. É improvável que o governo poupe dinheiro e duvidoso que a qualidade melhore. Mas , sobretudo, impede um elemento essencial num sistema variado, como o actual SNS : a comparação entre modelos de gestão, estrutura de custos, qualidade do serviço e satisfação dos utentes.
E, isso sim, pode ser muito arriscado. Mas que importam os doentes se o SNS passar a ser totalmente estatizado ? É por isso que Costa está hoje em Coimbra a título pessoal.
O Tribunal de Contas denuncia manipulação nos dados do Serviço Nacional de Saúde para esconder os atrasos, a falta de meios e os doentes que não são tratados. Na floresta retiram-se os meios de combate aos incêndios para poupar dinheiro. Na Educação a alimentação fornecida aos alunos nem sequer é cozinhada.
Enquanto morrem pessoas por falta de medidas que exigem um orçamento rigoroso e não eleitoralista, o governo anuncia dia sim dia não as cedências ao PCP e ao BE encaminhando dinheiro para a administração pública onde dormem as suas clientelas eleitorais.
Chamar o PCP e o BE para a governação teve este efeito revelador. O povo, o povo deles, são as suas clientelas eleitorais que saem à rua nos grandes centros urbanos. Os pobres e idosos do interior não contam. Esses até devem habituar-se a morrer queimados como já afirmou o primeiro ministro.
Marques Mendes prefere a austeridade a um orçamento que beneficia as pessoas
Para Luís Marques Mendes, comentador da SIC e ex-ministro de Cavaco Silva e Durão Barroso, o OE 2018 é “eleitoralista e imprudente” porque beneficia quem trabalha: baixa impostos e aumenta os rendimentos do trabalho e as pensões. Dito de outra forma, para LMM um bom orçamento é aquele que prejudica as pessoas, aumenta impostos e corta salários e pensões. Está certo, por isso esteve caladinho os quatro anos de governação de Passos Coelho, de Paulo Portas e da troika. No próximo domingo estará a reclamar o regresso da austeridade...
Quando em apenas quatro meses vemos morrer mais de cem pessoas por falha sistemática do estado ainda há quem afirme que o povo está muito melhor . Como a realidade mostrou dramaticamente governar não é distribuir uns tostões pelos seus apoiantes.
João Semedo tem o topete de defender um governo que deixa ao abandono os mais pobres e os mais indefesos de nós todos para ganhar votos entre o seu eleitorado. Que lhe faça bom proveito.
E sim, este orçamento é "eleitoralista e imprudente" como diz Marques Mendes e muitos outros.
João Semedo : Ainda hoje me surpreende a facilidade e a rapidez com que tudo implodiu no Leste. (Capa do Público )
Talvez por falta de democracia e liberdade e porque as pessoas viviam mal em horríveis prédios, horrorosos, com centenas de moradores e com falta de bens essenciais. Mesmo com muros da vergonha os cidadãos fugiam. Porque lhes faltava o que viam no Ocidente. Enfim, tudo o que João Semedo andou uma vida a defender e a querer impor-nos a nós portugueses. No PCP e agora no BE.
Entre o PCP e o BE há uma espécie de relação que consiste em fazer de conta que não disputam o mesmo eleitorado ou parte dele. Francisco Louçã e João Semedo é que não acham graça nenhuma :
Nós podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assimmais engraçadinha, portanto, enfim… Em que fosse fácil, com um discurso ajeitadamente populista, aumentar o número de votos…”, atirouJerónimo de Sousa.
“Magoa-me a frase de Jerónimo, sobretudo porque nunca esperaria isso da parte dele”, atirava o fundador do Bloco Francisco Louçã, num artigo de opinião escrito para o jornal Público.
João Semedo juntar-se-ia ao seu antecessor para criticar “as recentes e infelizes expressões de sectarismo e arrogância por parte de dirigentes do PCP”. “Os eleitores não compreendem e não aceitam que um partido tãotolerante com os ditadores de Angola ou da Coreia do Norte seja tão inflexível na relação com as forças de esquerda. À esquerda, a eleição de Marcelo acrescenta novas razões para juntar forças e não para separar, afastar, dividir”, sublinhava João Semedo, num artigo de opinião publicado na revista Visão e, entretanto, replicado no Esquerda.net.
Eu acho lindamente que João Semedo não dê a mão a Seguro e se alie ao PS enquanto o PS não for de esquerda. E não de uma esquerda qualquer, mas sim daquela que Semedo ache que é esquerda! Ponto final! Tudo o resto é traição! E o mesmo, camarada Semedo, digo em relação a Jerónimo e ao PC. Vais dar a mão sem que eles tenham feito a devida autocrítica por apoiarem o Estaline e sem que o rapaz que agora está em Loures, o Bernardino, se autoflagele por ter elogiado o regime da Coreia do Norte ? E sem que eles deixem de ter a CGTP amarrada às decisões do Comité Central deles? Não vais, pois não? Isso seria uma traição. O PC pode ser de esquerda mas não é daquela esquerda solta, alegre, viva e livre que o Bloco quer representar. E enquanto o PCP não for um partido tal como tu, Semedo, entenderes que ele deve ser, não há alianças com o PCP para ninguém. Até porque seria uma traição. Tu, que saíste do PCP por achares que o PCP não era como devia ser aliavas-te, agora, ao PCP quando ele não mudou sequer um milimetro desde que tu saíste? Desde que saiu o Dr. Mário Soares em 1946?
João Semedo diz que a ideia que o Bloco vai acabar é manifestamente exagerada. Classifica o PC de antidemocrático e o PS de direita. E diz que o BE não se irá diluir em movimentos como o 3D e o LIVRE. Magnificamente só, com os seus 7% de votos. Serve para quê?
O João Semedo diz que os Portugueses estão contra o governo. Mas o que veio a público é que 55,3% dos Portugueses estão a favor que o governo chegue ao fim do mandato. Como o João Semedo é médico pode ter dificuldades com estas coisas de percentagens, maiorias, simples, absolutas...
O Presidente da República fala da unidade de todos os portugueses. Bom, mas hoje os portugueses estão muito unidos: muito unidos contra o Governo que ele mantém, muito unidos contra o memorando que ele defende, muito unidos contra a 'troika' que ele continua a desejar que esteja no país". Há quem alerte o João ou é preciso passar pela Catarina?
Tinham passado alguns meses do grande resultado do PRD nas legislativas. Aproximavam-se as autárquicas. A primeira ideia foi apoiar os autarcas que tinham dado conta do recado fosse qual fosse o partido. Mas embalados pelo resultado nas legislativas, logo apareceu quem quisesse " implementar" o partido no terreno. Quem andava no terreno sabia que tudo jogava contra. A começar pelo trabalho, pela logística.
E assim foi. Listas feitas à pressa ( apressadamente acusadas de "falsificadas" nos jornais), gente que não se conhecia de lado nenhum a entrarem nas listas....
O BE estará um bocadinho melhor mas não muito. Alguém se atreve a dizer que vai ter um bom resultado em Lisboa? Candidatar-se em povoações onde o partido esteja bem implantado, bem organizado, é uma coisa muito diferente das grandes cidades. João Semedo sabe isso muito bem e lembra-se bem deste episódio passado no PRD. Mesmo assim, não se importa de ser o "cordeiro de deus " em Lisboa.
Quem o está a empurrar? Daniel Oliveira terá razão?