O que melhor distingue as pessoas é a firmeza do seu carácter e a força dos seus principios. João Miguel Tavares não perdeu a oportunidade para colocar os pontos nos "is". O cidadão comum não está destinado a pagar cada vez mais impostos e a ser cada vez mais mal servido.
"Aquilo que se pede aos políticos, sejam eles de esquerda ou de direita, é que nos deem alguma coisa em que acreditar. Que alimentem um sentimento comum de pertença. Que ofereçam um objetivo claro à comunidade que lideram."
Alinhando argumentos bebidos na atualidade, como a criação de comissões parlamentares em que se descobriu "um país amnésico, cheio de gente que não sabe de nada, que não viu nada, que não ouviu nada", João Miguel Tavares apontou o facto de "a corrupção" ser "um problema real, grave, disseminado, que a Justiça é lenta a responder-lhe e que a classe política não se tem empenhado o suficiente a enfrentá-la". "A corrupção não é apenas um assalto ao dinheiro que é de todos nós - é colocar cada jovem de Portalegre, de Viseu, de Bragança, mais longe do seu sonho."
O sucesso de Sócrates também dependeu, e muito, do trabalho dessas sinistras figuras, uma das quais é hoje ministro dos Negócios Estrangeiros, e a outra deputado do PS no Parlamento Europeu, com um programa de televisão semanal onde nunca arranjou oportunidade para explicar se é verdade, ou não, que Carlos Santos Silva também pagou casa ao seu filho em Paris e deu emprego à sua mulher. Colocar na lista dos meros “enganados” personagens deste calibre, que cresceram ao lado de Sócrates, adoptaram os seus métodos e assumiram alegremente durante anos a fio os papéis de capangas do socratismo, não é apenas fazer deles idiotas úteis – é fazer de idiotas cada um de nós.
João Miguel Tavares, hoje no Público. (...) sim, nós precisamos de uma outra política e de outros políticos. Mas não precisamos só disso. Precisamos de uma alternativa consistente. E precisamos - sempre por razões de memória - de apontar o dedo a quem andou a enterrar o país para agora vir, de pança cheia armar-se em porta-voz dos pobres e oprimidos. A hipocrisia tem limites."
Temos pois que atacar o governo e a troika desde que: 1) esteja efectivamente nas nossas mãos 2)não exija a saída do euro 3) não perore sobre haircuts e reestruturações sem ter em conta que 35% da nossa dívida está nas mãos de investidores domésticos e apenas 22% em mãos estrangeiras ( o resto é da Troika) 4) perceba que por muito escandalosos que sejam swaps, PPP e trafulhices financeiras, Portugal continuaria escandalosamente falido mesmo que eles não existissem.
É, realmente, preciso escolher o lado mas é preciso ver quem está sentado na mesma fila. Sentado ao lado de quem tem um programa "lunático" e que se preocupa pelos pobrezinhos entre dois arrotos e um whiskie. Não, obrigado!