Para mim, infelizmente, foi sempre óbvio que Jesualdo não renovava com o Sporting. Renovaria em qualquer outro clube mas não no Sporting.
Recuperou uma equipa, lançando e valorizando jovens jogadores das escolas do clube; aligeirou a folha de salários libertando o clube dos jogadores com vencimentos incomportáveis; reforçou a coesão entre a equipa e os adeptos. Não serviu para nada.
Bruno Carvalho é um principiante e, como todos os principiantes, não distingue o importante do acessório. O importante neste caso, seria dar continuidade ao trabalho feito, à experiência acumulada neste grupo de trabalho. O acessório é mudar a organização estrutural do clube numa altura em que não tem dinheiro para reforçar a equipa com mais e melhores jogadores.
É absolutamente claro, que um treinador como Jesualdo, com a sua experiência e o seu currículum, jamais aceitaria não fazer parte do núcleo decisório no que diz respeito à formação da equipa. Leia-se, dispensar e comprar jogadores. Mas Bruno, vai ficar a saber que há muitos treinadores que aceitam essa situação. Aqueles que não têm experiência nem curriculum para treinar uma equipa com a grandeza do Sporting.
Como se pode ver pelo exército de treinadores que passaram pelo Sporting e que não deixaram obra.
Uma bela exibição de uma equipa muito jovem mas cheia de talento. O que Jesualdo está a fazer no Sporting é notável. Ir à luz e jogar de igual para igual com a equipa que lidera o campeonato e que está em estado de graça não é para todos. Jesus dizia ontem que as três melhores equipas do campeonato voltaram a ser o Benfica, o Porto e o Sporting. As que têm melhores jogadores.
Com um ou dois reforços para a linha da frente e a equipa volta a disputar taco a taco o campeonato.
Quanto aos penalties é melhor nem falar. Foram tão evidentes...
Estas declarações de Jesualdo são uma autêntica lição para jogadores e adeptos. Convêm não as esquecer e tirar as conclusões que se impõem, desde logo a quem tem a função de comprar e vender jogadores. Jovens e com potencial têm que ser acompanhados por bons e com experiência. Acabar de vez com camionetas de jogadores todos iguais. Ano após ano tem sido cometido o mesmo erro. E o custo é o mesmo. Tendo como base esta equipa e a "B" comprar dois jogadores que façam a diferença em posições chave. É difícil? Para coisas fáceis não precisamos de estruturas que custam muito dinheiro.
Jesualdo anda a tentar encontrar no plantel alguém que não tem. Com capacidade física para romper, para ganhar bolas nas pequenas áreas, para ganhar bolas nos cantos e nos livres. Mesmo as oportunidades que vamos tendo não entram porque não há força física, peso corporal. E as que sofremos é porque não conseguimos impor a presença física. Os nossos jogadores são fisicamente muito leves e assim é dificil.
São estes os jogadores que temos, diz Jesualdo e com inteira razão. Uma média de idade muito jovem, basta faltar um ou outro jogador para que os rapazes tremam como varas verdes. E, a perder, perdem completamente a cabeça.
Há que trabalhar, não há outro caminho. Esperemos que o próximo presidente saiba manter o que está bem e reforçar a equipa com um ou dois jogadores que façam a diferença.
Tudo se joga na capacidade de baixar a despesa de um plantel que não vale o que ganha.
Os graves problemas do Sporting são de curto prazo. Manter a tesouraria, pagando o necessário para que as coisas rodem. Espera-se que os candidatos não venham com propostas que não podem cumprir e, pior, fazer passar o clube por perigos escusados. Parece que o montante a curto prazo ronda os vinte e cinco milhões de Euros. Ora quem avançar tem que trazer soluções para este problema e deixar que a equipa continue tranquilamente o seu caminho. Que é chegar a um lugar que dê acesso à Europa.
O que Jesualdo deixa antever nesta entrevista. Deixem-me fazer o meu trabalho e quem vier que venha preparado para fazer o seu.
A nível pessoal honra-me as pessoas respeitarem-me e no ponto de vista profissional, tudo o que seja mexer na casa arrumada é mau para o Sporting. Entendo que os candidatos devem falar do futuro de forma sensata e moderada, que é uma atitude correcta e inteligente”, defendeu Jesualdo.
Uma derrota em que o último jogador a tocar na bola nos três golos é do Sporting faz pensar. Na semana passada a única vez em que o adversário foi à baliza leonina marcou um golo. O Sporting atirou uma bola à trave e viu um golo (mal?) anulado. Isto só para falar na era Jesualdo.
Esta equipa, como tenho aqui dito muitas vezes, tem capacidade para alcançar um lugar com direito a disputar um dos lugares nas competições europeias, mas é preciso persistência.
Na vida das pessoas também é assim, muitas vezes cai-se em situações de onde é difícil sair.É verdade que normalmente a situação resulta de erros acumulados mas não se pode desistir. Esta equipa tem um grande handicap que é a sua baixa estatura e o seu baixo peso corporal. Com espaço joga bem e com técnica mas nas duas áreas, a defender e a atacar, é a "mordedura" de um mosquito.
Os golos do Rio Ave mostram isso mesmo, remates inofensivos que resultam em golos porque a bola bate num dos defesas e em vez de parar ou mudar de direcção para longe vai para a baliza. Se for no nosso ataque é ao contrário, como a potência não é nenhuma não acontece nada.
Há que preparar as coisas para adquirir um ou dois jogadores fisicamente fortes que desgastem a defesa adversária. Há momentos em que os centros dos extremos vão encontrar o Wolswinker emparedado entre cinco defesas adversários.
Não dá ! Temos que persistir, e começar já a partir desta base a trabalhar na próxima época. Com serenidade! Voltar tudo ao principio é dar avanço o que fazemos há pelo menos uma década!