Jerónimo de Sousa repete a boutade do camarada Bernardino Soares de há 16 anos. O sistema político mais fechado e um dos mais cruéis do mundo governado pela terceira geração da mesma família continua a ser aplaudido pelo comunistas portugueses.
A declaração de Bernardino Soares gerou controvérsia no próprio grupo parlamentar: "Pessoalmente, não tenho dúvidas de que a Coreia do Norte não é uma democracia", reagiu no dia seguinte o deputado Lino de Carvalho, em declarações à TSF (Lino de Carvalho morreu em 2004). Esta posição era acompanhada pelo eurodeputado comunista Joaquim Miranda, que tinha tinha considerado "este novo posicionamento muito grave", ao "contrariar a posição assumida até há bem pouco tempo pelo partido, que era de distanciamento relativamente ao regime em vigor naquele país" (Joaquim Miranda morreu em 2006).
Parece que continua a ser um assunto em aberto entre os comunistas portugueses.
O PCP atacou a TVI por esta ter revelado que o genro de Jerónimo de Sousa beneficiou de vários contratos de serviços junto da Câmara de Loures presidido por outro comunista, Bernardino Soares.
Contratar directamente ( sem concurso) tem regras e pessoalmente estou mesmo convicto que as regras foram cumpridas. Mas não é isso que está em discussão. O que se discute é que quem contrata e quem é contratado tem relações amigáveis e até mesmo familiares e mais que provável, partidárias. E aqui entra a igualdade de oportunidade tão cara aos comunistas.
É, claro, que o genro do secretário geral foi contratado por ser quem é. Pelo menos tem sido sempre esta a interpretação quando há casos semelhantes nos partidos que exercem o poder. Não podemos dizer que a filha ou a mulher de um governante socialista está no governo por ser quem é e, ali em Loures, um comunista contrata outro e perante a verdade grita-se "aqui de el-rei que há uma campanha anti comunista".
O comunicado do PCP é bastante ridículo vitimizando-se daquela forma tão cínica.
Desapareceram de Portugal, desligando os respectivos telemóveis, as seguintes pessoas:
Jerónimo de Sousa, há muito, muito tempo foi metalúrgico. Levou as últimas décadas a anunciar catástrofes na vida do povo. Agora que aconteceu uma, ele desapareceu. Teme-se que algum grupo o tenha sequestrado e embarcado para a Venezuela, onde poderá experimentar as maravilhas do socialismo.
Catarina Martins, outrora palhaça agora membro informal do Governo. Costuma falar nas tvs de manhã, à tarde e à noite. Agora foge dos microfones. Dizem algumas fontes que está a preparar um número de funambulismo para recentrar o país nos assuntos que importam.
Manas Mortágua, chegaram as duas e desapareceram as duas. Teme-se que no prolongamento de uma mania familiar andem a banhos, em zonas frescas e bem fornecidas de bancos.
Heloísa dos Verdes, se encontrarem uma mulher que de dois em dois minutos diz num tom irreproduzível “Ó senhor primeiro-ministro!!!!!!! é ela. Não lhe digam nada. Deve estar em transe. Chamem o 112.
O Bloco de Esquerda e o PCP foram marginalizados pelo Governo no negócio do Novo Banco. Ambos (Catarina e Jerónimo) defendiam a nacionalização do banco, uma opção rejeitada liminarmente por António Costa, o qual se escudou nos custos que esta operação teria. Para Catarina Martins e Jerónimo de Sousa esta é uma derrota política e os dois vão ter de engolir mais este sapo se quiserem continuar a apoiar esta solução governativa. Pelo andar da geringonça, o primeiro-ministro irá recompensá-los lá mais à frente. (Jornal de Negócios )
A CGTP já veio dizer pela boca do Secretário Geral que é preciso implementar as promessas senão voltam à rua. Precariedade e Leis laborais algo que os patrões nem querem ouvir falar . E Bruxelas ainda menos .
O PCP e o BE têm cada vez mais redobradas dificuldades . Engolem sapo atrás de sapo mas não podem dar o pretexto de eleições antecipadas onde perderiam com maioria absoluta do PS . Nesta altura do jogo é esta a situação .
Com o resultado das autárquicas este nó tem que ser desatado . Ainda vamos ouvir Jerónimo dizer que a Zona Euro é o menor dos males e Catarina que não se pode abrir caminho à direita.
DA HIPOCRISIA Cito: "A questão que continua colocada na actual fase da vida política nacional é a da escolha entre enfrentar os constrangimentos e chantagens do grande capital e da União Europeia e afirmar uma política alternativa em ruptura com a política de direita e de submissão nacional", afirmou Jerónimo de Sousa (Lusa). Logo, em profunda coerência, apesar de criticar Orçamento do Estado (OE) de "submissão" do Governo, o tal OE que não faz a "ruptura" necessária, Jerónimo de Sousa aprova-o. Perceberam...?
A grande ambição do PCP é que Portugal fique orgulhosamente só, de costas voltadas para a Europa. Que volte à situação anterior em que fora da UE e da zona euro era um país miserável.
O PCP está a pensar no comunismo não está a pensar no povo português. É verdade que a UE e o Euro são mais um passo na consolidação da democracia, da economia social de mercado e do estado de direito e isso não é o sonho dos comunistas.
Ainda não chegaram lá mas se o PS continuar a manter o PCP na órbita governamental, e que o ataque à UE e à Zona Euro se torne banal, virá o tempo das amanhãs que cantam. Do partido único, do domínio do estado sobre todas as actividades da sociedade civil incluindo a economia. Como se vê pela Venezuela mas sem petróleo.
Jerónimo já trata os partidos que não pensam como o PCP de reaccionários "Herdeiros de um anticomunismo serôdio, falam também em tom de ameaça, em nome de uma maioria silenciosa, que uma direita autoritária, caceteira e golpista tentou jogar contra a Revolução de Abril."
Não mudou nada desde o tempo em que o povo português escolheu e lutou pela democracia
O PS a várias vozes reafirma o seu europeísmo como resposta à insistência de Jerónimo de Sousa no mantra comunista. Saída do Euro, moeda própria, renegociação da dívida e controlo público da banca, condições que Jerónimo de Sousa considerou insanáveis com o projecto europeu.
No mesmo artigo, outras vozes socialistas juntam-se ao líder recém-reeleito do PS para afirmarem a mesma convicção no projeto europeu. Segundo Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, advoga que “o PS não deixará de ser um partido pró-Europa e pró-integração dos países europeus”, mas os socialistas “desejam um debate sério sobre o que deve ser a Europa, nomeadamente nos direitos e numa relação que seja de parceiros iguais e em que Portugal seja igual aos outros países”.
A realidade está a trazer o PS para as suas convicções mais profundas que fizeram do partido um campeão das liberdades e da integração europeia.
Jerónimo de Sousa pregou um prego no caixão da coerência politica do PCP. A meio da semana dizia que o PCP não apoiava o Programa de Estabilidade mas na sexta feira abandonou a Assembleia para não ver a sua bancada desdizê-lo. Mesmo que a preparar uma intervenção pública, segundo a sua versão.
O PCP - profundamente conservador - julgou por meses que podia estar no governo e na oposição ao mesmo tempo. Tomar conta do ministério da Educação - moeda de troca pelo seu apoio parlamentar - e não apoiar os programas do governo a enviar a Bruxelas foi sonho que morreu à nascença.
O próprio Secretário Geral sai muito mal da fotografia num momento em que se erguem vozes que exigem a renovação do partido. O score alcançado nas últimas eleições presidenciais (3,3%) é particularmente violento. O tal núcleo comunista, muralha de aço, equivalente a 8% de indefectíveis afinal é mais uma quimera de propaganda. As próximas autárquicas em 2017 vão ser o momento em que o PCP vai jogar tudo. Um mau resultado será um beco sem saída atenta a ala radical que domina o comité central. Não haverá "engraçadinha" que lhes valha.
O domínio monopolista que o PCP está a lançar sobre a escola pública mostra bem que o partido não mudou. A estratégia é a mesma que levou o povo para as ruas em 74/75. Ontem já se realizaram protestos, reuniões e assembleias nas escolas que os comunistas querem decapitar. Ontem como hoje a liberdade passa por aqui. Há que lutar novamente pela liberdade de escolha como durante estes quarenta anos foi preciso lutar pela liberdade sindical e de informação e por uma economia não estatizada. Pela integração na UE e no Euro.
Mas como também sabemos embora perdendo todas as eleições em democracia o PCP ganhou-as todas. É preciso avisar a malta!
Esta política defendida por Jerónimo de Sousa, levada ao extremo, deixa-nos nas mãos do estado e do aparelho comunista. É este o modelo do PCP.
Não se trava a despesa, nem melhor se aplica, vai-se buscar dinheiro onde o há. Aos rendimentos do capital, do trabalho e das pensões. Nada mais claro para quem anda distraído. E o plano B em que a geringonça anda a trabalhar resume-se a isto. Onde buscar dinheiro.
Mas como tudo tem limites e felizmente estamos inseridos na UE e no Euro : “há-de chegar o momento de contradição insanável, quando todos estiverem de acordo com necessidade de mais crescimento mas as amarras proibirem-nos de andar”, referindo-se à União Europeia.
Isto é, há-de chegar o momento em que já não há onde ir buscar dinheiro, resta o crescimento da economia que só se faz depois de rasgar os limites do Tratado Orçamental . Costa não podia arranjar parceiro mais transparente, bem pode dizer que não sabia, que ninguém acreditará.
Com dois meses de governação as ameaças sobem de tom e ainda estamos na fase do reverter. E quando for necessário tomar decisões com Bruxelas a exigir compromissos? Olhem para a Grécia e para o que se passa lá.