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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Os Jacarandás não faltaram ao encontro

Aí estão os santuários a explodir de cor.  Na Avenida D. Carlos em S. Bento, nos jardins de Belém, no Largo do Rossio e, ora essa, aqui nas Olaias, os Jacarandás não faltaram ao encontro anual. Ali na 5 de Outubro as árvores estão prenhes de vigor mas ainda não se vê a tinta lilás que daqui a uns dias pintarão o ar e o chão.

Por esta época é ver os amantes de nariz no ar à procura dos primeiros sinais. Autênticas romarias aos lugares de praxe. Aproveita-se o passeio para almoçar e passar parte da tarde naqueles lugares ídilicos. Cá por mim, leio o título da capa do jornal e adormeço profundamente. Nunca fui incomodado. Dizem os gentios da América do Sul ( Argentina e Equador , berço dos jacarandás ) que até os carteiristas ficam manietados.

Os Lisboetas, é que se irritam por terem de andar com balde e esfregona para limparem os carros que estacionam à sombra. Mas se quiser saber mais siga aqui o "roteiro científico".

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Lisboa de "muitas e desvairadas gentes "

A Baixa de Lisboa está cheia de turistas que deixaram os belos barcos de cruzeiros ancorados no Tejo. A Nova Ribeira das Naus dá um acesso ao rio de uma proximidade e beleza extraordinárias. No anfiteatro que é beijado pelas águas jovens nórdicas tomam banhos de sol. As novas esplanadas no Terreiro do Paço são uma babel de gentes e línguas.

Mais acima, no Rossio são os Africanos que fazem a festa, com música e dança e as mulheres exibindo os seus vestidos de cores garridas. Este lugar está a transformar-se em mais um santuário dos Jacarandás que explodem em cor. E a Igreja de S. Domingos, o Teatro D. Maria e o Palácio da Independência. Um lugar histórico onde ainda inquieta a sombra da Inquisição que tantos deitou para a fogueira. Um passeio de duzentos metros entre o inferno das prisões, a Missa e a fogueira no largo.

Almocei em frente da Casa dos Bicos ali bem perto da bonita homenagem a Saramago. Um banco, uma lápide singela e uma oliveira.

Quando por aqui passeio por estes lugares prenhes de história lembro-me sempre do amante de Lisboa, Cesário Verde : " ... sinto uma inexplicável vontade de morrer"